Antes da implantação do Aterro Sanitário de Curitiba, nossa cidade encaminhava seus resíduos para o Aterro Controlado da Lamenha Pequena, divisa com Almirante Tamandaré e do Barro Preto, no município vizinho de São José dos Pinhais, além do depósito de resíduos da CIC.
Em 20 de novembro de 1989 iniciou-se a operação do Aterro Sanitário de Curitiba, localizado ao sul do Município de Curitiba, a 23 km do centro, no bairro da Caximba, entre os municípios de Araucária e Fazenda Rio Grande. Para escolha do local, a Prefeitura de Curitiba fundamentou-se na legislação vigente à época, em estudos preliminares e normas técnicas operacionais, certificou-se que o confinamento dos resíduos sólidos seria segura em termos de controle de poluição e proteção ambiental.
Com uma área total 1.015.000 m², foi destinada à disposição de lixo 439.540 m².
Ao longo da vida útil, o Aterro de Curitiba recebeu mais de 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.
Quando encerrou o recebimento de resíduos, em 31/10/2010, o Aterro recebia em média 2.400 toneladas por dia de resíduos da coleta pública de Curitiba e mais 21 Municípios da região Metropolitana. (Almirante Tamandaré, Araucária, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais, Mandirituba, Quatro Barras, Quitandinha e Tunas do Paraná).
O Aterro de Curitiba foi projetado, implantado e operado como um aterro sanitário, obedecendo todas as normas técnicas, ou seja, um local utilizado para disposição final do lixo, onde são aplicados critérios de engenharia e normas operacionais específicas para confinar os resíduos com segurança, do ponto de vista do controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública. Desta forma, possui impermeabilização da base, drenagem e sistema de tratamento de chorume, drenagem e queima do biogás e drenagem de águas pluviais.
Sistema de Impermeabilização de Base
A base do aterro sanitário foi impermeabilizada para impedir que o chorume contamine o solo e as águas subterrâneas. O chorume é um líquido escuro, resultante da decomposição dos resíduos. Esta impermeabilização foi composta por múltiplas camadas, sendo uma camada de 60 cm de argila compactada, seguida por uma manta de geomembrana de PVC ou PEAD e mais uma camada de 50 cm de argila compactada.
Drenagem de chorume e de biogás
Há um sistema de drenos e de coletores para a coleta e condução do chorume para o sistema de tratamento e do biogás para a queima em flares. A construção dos drenos ocorreu de acordo com o avanço das frentes de trabalho.
Drenagem de águas pluviais
A drenagem de águas pluviais tem por objetivo conduzir as águas de chuva e de escoamento superficial para fora do corpo de aterro, diminuindo a infiltração e a vazão de chorume.
Tratamento do Chorume
Mesmo quando um aterro deixa de receber resíduos, a geração do chorume não se extingue e pode se estender por anos. De coloração escura e forte odor, o chorume possui alta carga poluente que necessita ser reduzida antes do seu lançamento no corpo receptor. O tratamento do chorume representa um grande desafio, uma vez que suas propriedades se alteram em função das características dos resíduos, do clima, do regime de chuvas e também pela idade do aterro. Para se manter uma boa eficiência de tratamento é necessário promover alterações no sistema de tratamento na medida em que suas características se alteram com o envelhecimento. Desde o início de sua operação, o Aterro de Curitiba contou com sistema para tratamento do chorume, que com o passar dos anos sofreu alterações para garantir a eficiência desejada. Atualmente o tratamento se inicia em um desarenador para remoção de terra e areia, seguido por calha Parshall para medição da vazão. Passa então por uma lagoa de equalização dotada de aeradores que promovem a homogeneização do efluente. Posteriormente, o chorume é conduzido para duas lagoas aeradas que funcionam em paralelo, e uma lagoa facultativa dividida em 4 chicanas. Nas lagoas o chorume sofre redução da sua carga poluidora pela ação de bactérias. Em seguida é encaminhado para tratamento por oxidação química e posteriormente tratamento por lodos ativados. Estas etapas compõem o chamado tratamento convencional. Um pós tratamento composto por três Wetlands foi implantado no final de 2010. No sistema de wetlands o chorume é submetido a tratamento por fitorremediação, que consiste no uso de plantas aquáticas e microorganismos associados ao seu sistema radicular para redução da carga poluidora do efluente. Ao ser lançado no Rio Iguaçu o chorume atende aos padrões definidos na legislação.
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