A rede municipal de ensino de Curitiba atende atualmente 15.158 crianças e estudantes nas diversas modalidades de ensino especializado. O atendimento é feito conforme as especificidades de cada um, e inclui o Transtorno do Espectro Autista (TEA), transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, síndrome de Down, comprometimento motor, Transtornos Funcionais Específicos, entre outros.
São estudantes com deficiência e dificuldades de aprendizagem, no ensino regular, com atendimentos nos Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado (CMAEEs) ou nas salas de recursos de aprendizagem e multifuncionais das escolas, além dos matriculados nas escolas especiais e classes especiais da rede pública municipal.
Ao todo, são 15 modalidades de atendimento. “É importante apoiar o potencial de cada um, para que eles se desenvolvam conforme suas características”, explica a secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila.
O que é um CMAEE?
O Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado oferta avaliação psicopedagógica e intervenção especializada nas áreas da pedagogia, na área auditiva, visual e estimulação a crianças e estudantes com deficiência e transtornos, matriculados em escolas e creches municipais e que residam em sua área de abrangência.
A diretora do Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado (DIAEE) da Secretaria Municipal da Educação, Gislaine Coimbra Budel, esclarece que os atendimentos são realizados por profissionais especializados, segundo as especificidades de cada um.
“Além das salas de recursos nas escolas e dos CMAEEs em todas as dez regionais da cidade, a Educação oferece, desde setembro de 2019, um centro específico para o Transtorno do Espectro Autista, o CEETEA”, detalha Gislaine.
Em média, são recebidos 200 estudantes por mês no CEETEA. A necessidade de atendimento é avaliada por parte da equipe técnica e inclui um importante trabalho com as famílias, por meio da Escola de Pais. Os atendimentos são no contraturno escolar, nas seis salas para atendimento individual ou em pequenos grupos.
Escola de Pais
As famílias dos estudantes público-alvo são atendidas pela Escola de Pais, que tem como missão ajudar os pais dessas crianças a se cuidarem e assim poderem atender com mais tranquilidade o desenvolvimento dos filhos, além de esclarecer dúvidas e fornecer orientações. “Buscamos dar suporte a toda a família, com orientações e acompanhamento”, frisa Gislaine.
Superdotação
O público com altas habilidades/superdotação ganhou, no ano passado, 15 novas salas de recursos para atendimento de crianças e estudantes com altas habilidades/superdotação. O número de salas foi quadruplicado, de cinco para vinte, nos Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado (CMAEEs) das dez regionais.
A estratégia de ampliação desse tipo de atendimento surgiu a partir de um grande levantamento feito em toda a rede municipal.
Um dos destaques nesse atendimento é Caio Manera da Silva, 11 anos, da Escola Municipal Elevir Dionísio (Fanny). No CMAEE Matriz, Caio desenvolveu diversos jogos.
“O atendimento ajudou muito a controlar a ansiedade do Caio, ele se envolve em projetos pedagógicos e isso concentra a atenção dele. A interação social também melhorou bastante, inclusive começou a se interessar por esportes, o que não ocorria antes”, relata a mãe, Thaís.
Transporte
Os estudantes das escolas especiais têm acesso a transporte 100% adaptado às suas necessidades. É o Sistema de Transporte para a Educação Especial (Sites), que atende 2,3 mil estudantes em trajetos realizados todos os dias de casa para a escola, e da escola de volta para casa. Existe há 37 anos com o objetivo de garantir o acesso às 31 escolas especiais de Curitiba.
Atualmente, duas empresas administram os veículos da educação especial. São 84 linhas ao todo, com frota renovada, cintos de segurança de cinco pontos, colete toráxico e travas para as cadeiras de rodas. Os estudantes são acompanhados por duas atendentes em cada ônibus, que recebem formação específica para essa atuação.