Moradores dos 12 bairros que formam a Regional Boa Vista contam com um novo Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec). Um grupo de aproximadamente 20 integrantes, entre lideranças comunitárias, servidores municipais da administração regional e moradores locais, foi capacitado para agir como agente multiplicador de Defesa Civil nos bairros Pilarzinho, São Lourenço, Taboão, Abranches, Cachoeira, Barreirinha, Boa Vista, Santa Cândida, Tingui, Bacacheri, Atuba e Bairro Alto.
A formação aconteceu no último sábado (25/9), na Rua da Cidadania Boa Vista, a partir de uma parceria entre a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Curitiba e a Administração Regional.
Os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdec) tem por objetivo envolver as comunidades, especialmente aquelas situadas em áreas de risco, para agirem na construção de ambientes favoráveis de comportamento, com ações voltadas à redução de riscos e desastres e fortemente nas ações de prevenção.
Entre ações do Nupdec, explica o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Curitiba, Nelson de Lima Ribeiro, está a capacitação de voluntários e pessoas das comunidades para agirem como colaboradores da Defesa Civil no enfrentamento de situações como acidentes naturais, entre eles alagamentos, inundações, destelhamentos, queda de árvores entre outros eventos adversos.
“Objetivo da formação foi capacitar os líderes comunitários que moram em áreas de atenção da Regional Boa Vista para que se tornem multiplicadoras de conhecimentos repassados pela Defesa Civil, para que assim possam dar apoio e façam a ligação entre a administração pública e a comunidade mais vulnerável em situações adversas. Cada área que tiver um representante capacitado torna-se um núcleo comunitário da Defesa Civil, disse Ribeiro.
Tempestades
Na capacitação foram repassadas informações sobre o que é, conceito e como atua a Defesa Civil, especialmente nas questões preventivas. Também foram repassados os tipos mais comuns de ocorrências na cidade, como as situações de alagamento, seguidas das inundações causadas pelos extravasamentos dos rios nas áreas mais vulneráveis.
A Regional do Boa Vista, por estar localizada em uma área mais alta da cidade, tem como característica a incidência de ventos fortes e tempestades. Os bairros costumam ser mais afetados por situações de destelhamentos causados pelas chuvas rápidas, com ventos fortes, as vezes acompanhadas de granizo.
Segundo Janaina Lopes Gehr, administradora da Regional Boa Vista, é importante ter entre os moradores locais integrantes dos núcleos de Defesa Civil para tornar a cidade um espaço cada vez mais resiliente.
“Agora que foram capacitados, os moradores dos nossos bairros ficarão mais atentos e ajudarão a divulgar ações de como agir, a levantar as situações de risco e saber como agir em casos adversos. Por mais que a Defesa Civil esteja preparada para atender as ações de emergência em conjunto com todos os órgãos da Prefeitura, agir no momento de normalidade, para a prevenção dos acidentes, ainda é o mais importante”, disse Janaína.
Plano de contingência
O voluntariado e como auxiliar nos momentos de emergência também foi abordado durante a capacitação, além do Plano de Preparação para Emergência Local (Plel), que pode ser criado localmente pelas comunidades. Outro aspecto foi o Plano de Contingência.
Maurício César Stevan Cruz, presidente da Associação Amigos do Bosque Irmã Clementina e vice-presidente do Conseg Bairro Alto, foi um dos participantes. “Foi uma formação útil, que preparou para agir em diferentes situações, até mesmo nos acidentes domésticos. Me sinto apto para agir em situações necessárias, mas sobretudo para compartilhar o ensinamento”, disse Cruz.
Parte do que a aprendeu já poderá ser divulgado os moradores do Bairro Alto durante um encontro promovido pelo Consegue, na próxima quinta-feira (30/9).
Agora capacitados, os voluntários podem agir prestando apoio nas situações de emergência, com ações como chamar os órgãos de segurança para atendimento, auxiliando na retirada das pessoas das áreas de risco, indicando os locais de abrigo. O grupo passa a ter um papel fundamental, pois antes mesmo do poder público chegar no local para atendimento eles já estarão lá, moram lá e podem dar os primeiros passos ajudando a comunidade.