Uma solução originalmente criada para ensinar matemática a estudantes cegos foi um dos destaques do 2º Prêmio Viva Inclusão, entregue pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência (DPCD) da Prefeitura no dia 3/12 – Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. É o Método Multiplano, desenvolvido pelo professor e matemático curitibano Rubens Ferronato.
“A proposta do prêmio é justamente valorizar e difundir iniciativas que promovam a inclusão da pessoa com algum tipo de deficiência, propiciando o seu desenvolvimento pleno em qualquer área de atividade humana”, diz a diretora do DPCD, Denise Moraes. Ela presidiu a solenidade de entrega dos troféus aos representantes das iniciativas que se destacaram entre os inscritos, além de certificados para as classificadas como Boas Práticas.
Para cegos, ou não
Ferronato conta que o Multiplano nasceu no ano 2000, para ensinar o colegial e atual cientista social e ativista da causa da inclusão Ivã José de Pádua. “Foi tão eficiente que os demais alunos, que não tinham a mesma condição do Ivan, ficaram admirados com a aprendizagem rápida que ele teve e pediram para usar o método também”, lembra.
Atualmente, o material pedagógico é formado por um kit contendo 120 componentes. Entre eles está a placa com pequenos furos onde os estudantes – cegos ou não - podem conectar as peças para aprender. Operações tão diversas como equações, funções, geometria e leitura de gráficos estão entre elas.
“São 15 mil unidades de um sistema de comunicação professor-aluno, para aprendizagem ativa, que estão distribuídas por todo o Brasil”, orgulha-se Ferronato, que também hoje dá aulas e assessoria técnica e vê sua iniciativa ser objeto de estudos acadêmicos no Brasil e no exterior.
Mais importante que isso, para o educador, são as notícias sobre o sucesso de ex-alunos cegos que usaram seu método. “Do grupo inicial do Ivan, temos um engenheiro eletricista que é mestre pela Universidade Federal do Paraná, um funcionário do Banco do Brasil, um professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e um programador da Google, entre vários outros. É recompensador”, conclui.