Em Curitiba desde 2018, a venezuelana Evelyn Vargas, 30 anos, encontrou na Fundação de Ação Social (FAS) o apoio que precisava para recomeçar a vida em um novo país. Sem dinheiro e em alguns momentos sem trabalho, com o auxílio das equipes da assistência social, ela fez o Cadastro Único, conseguiu a isenção do transporte para a filha de 5 anos, que tem paralisia cerebral, recebeu orientação para ter acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) - que oferece um salário mínimo por mês para pessoas com deficiência -, além de ser encaminhada para cursos.
Nesta quinta-feira (27/7), Evelyn concluiu o programa FAS para Elas, desenvolvido pela FAS para promover a capacitação profissional e a empregabilidade de mulheres em situação de vulnerabilidade social. O encerramento reuniu outras sete mulheres, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Alto Boqueirão, depois de quase dois meses de atividades e muito aprendizado.
Além de participar do FAS para Elas, Evelyn faz ainda o curso Cuidador de Idosos, ofertado também pela fundação, por meio do programa Liceu de Ofícios e Inovação, e já está na lista de espera de um curso de técnica de enfermagem.
Vida nova
“O FAS para Elas foi maravilhoso, me abriu muitas portas”, diz a mulher, que é formada em Biologia e chegou a trabalhar na Marinha venezuelana. “Quando vim procurar o Cras, eu estava em um momento de depressão e queria ajuda para atendimento psicológico. A servidora que me atendeu me convidou para participar do programa FAS para Elas e aceitei”, explica.
Evelyn conta que depois que começou a participar do programa não se sente mais sozinha. “Agora tenho amizades novas, o FAS para Elas virou a minha família”, conta emocionada a mulher, durante a confraternização de conclusão do programa.
Mesmo ainda sem trabalho, Evelyn deixou o acolhimento e mora hoje com a filha de 5 anos em uma casa alugada. Ela acredita que os novos cursos serão a porta de entrada para uma nova carreira profissional. “Vou poder conquistar meu sonho, crescer no Brasil e ter a oportunidade de uma vida digna e estável”, diz.
O programa
Evelyn participou do FAS entre os dias 1º de junho e 27 de julho, sempre às terças e quintas-feiras. Neste período fez parte e rodas de conversas e oficinas sobre diversos temas, como relações familiares, orientação profissional, empreendedorismo, marketing pessoal, formas de elaborar currículos e como se portar em entrevistas de emprego.
Além das atividades no Cras, Evelyn e as colegas de turma puderam fazer passeios para que pudessem conhecer a cidade. Elas visitaram o Jardim Botânico, o Parque Tanguá, o Museu Oscar Niemeyer e o café-escola Senac Belvedere, onde puderam conhecer o processo de fabricação e, ainda, degustar os cinco tipos de café feitos no espaço.
A presidente da FAS, Maria Alice Erthal, explica que o atendimento oferecido à Evelyn retrata o trabalho diário feito pelas equipes da fundação para que as pessoas possam superar vulnerabilidades e riscos sociais. "Nosso objetivo é que as pessoas que vivem uma situação de vulnerablidade possam ser orientadas, encaminhadas e acolhidas, para que consigam fazer novos projetos de vida e se emanciparem", diz.
Lançado como piloto no fim de 2021, na Regional Tatuquara, o FAS para Elas é desenvolvido atualmente em toda a cidade.