Quase 6 milhões de passagens já foram pagas com cartão de débito e crédito no transporte coletivo desde que a funcionalidade foi implantada, em março de 2022. O modo de pagamento já representa 8% das passagens pagas no sistema (5,72 milhões), com a preferência equivalente entre as modalidades débito (50,50%) e crédito (49, 50%). A previsão é alcançar 10% ao longo de 2023.
“O uso do cartão no sistema é crescente e tem resultado em maior segurança e praticidade para o usuário. O número de assaltos caiu 87% entre 2019 e 2022, o que mostra que a menor circulação de dinheiro vivo tem inibido os roubos”, diz o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.
O estudante de Engenharia Industrial, Lucas Rodrigues Correa, de 19 anos, concorda com a previsão. Apesar de não usar o transporte público diariamente, Lucas afirma que se sente mais confiante ao pagar a passagem com o cartão. “A popularidade com certeza se dá por causa da praticidade de usar o cartão. Em comparação com o dinheiro ou o cartão-transporte, sempre somos mais cuidadosos com um cartão de crédito ou débito. É mais prático, mais rápido e mais provável de estar sempre com você”, afirma.
Quem também defende a praticidade do método é a cuidadora de idosos Ana Lucia do Nascimento, de 20 anos. Ela recebe o vale-transporte em dinheiro e utilizar o cartão de débito economiza tempo.
“É muito mais fácil simplesmente utilizar o cartão de débito, ao invés de ter que depositar num cartão-transporte ou andar por aí com dinheiro vivo. Mesmo se não fosse o caso, ainda daria preferência ao cartão de débito ou crédito”, explica.
Juntos, os cartões-transporte da Urbs e os cartões de débito e crédito representam 78% do pagamento da tarifa no transporte coletivo de Curitiba. Desde março de 2020, a Urbanização de Curitiba (Urbs) vem ampliando o número de linhas que aceitam exclusivamente cartão como pagamento, processo que foi acelerado em 2022. Hoje, das 254 linhas de Curitiba, 205 são de uso exclusivo de cartão.
Tecnologia
O pagamento por cartões e celulares funciona por aproximação, sem contato (contactless) e sem a necessidade de digitar senha. Para pagar a passagem com esta nova opção, o usuário deverá, obrigatoriamente, ter um cartão de débito ou crédito que possua a tecnologia por aproximação (NFC) – na qual basta encostar no validador para efetuar o pagamento.
Os cartões que usam a tecnologia contactless possuem um símbolo de transmissão que lembra o do wi-fi, só que deitado. A função precisa ter sido ativada pelo usuário junto ao banco. A cobrança da tarifa aparecerá na fatura ou no extrato da conta corrente do usuário.
Bandeiras
O sistema aceita pagamento com as bandeiras Visa, Mastercard e Elo. Todos os ônibus receberão adesivos informando sobre a disponibilidade desse tipo de pagamento. O valor da passagem é o mesmo cobrado em dinheiro e cartão-transporte (R$ 5,50), mais a taxa que o usuário paga à operadora, de 2,07% (R$ 0,12) por bilhete. A cobrança de taxa pelas operadoras está prevista na lei federal 13.455/2017.
O usuário pode pagar até três passagens por viagem/validador, com o intervalo de 15 minutos para a próxima compra de até três passagens. O preço da passagem de R$ 5,50 (mais a taxa de conveniência) nos cartões de crédito e débito vale para todos os horários e linhas, inclusive nas que operam com bilhete a R$ 4,50 fora dos horários de pico (já que esse benefício é concedido apenas para pagamento em cartão-transporte Urbs)
O pagamento permite, assim como o dinheiro e o cartão-transporte, a integração com demais linhas em terminais e estações-tubo, sem ter necessidade de pagar mais uma passagem.
Celular
Para pagamento por telefone celular, o usuário precisa verificar se o seu aparelho está habilitado para a tecnologia NFC. Caso esteja, é necessário que cadastre o seu cartão em uma carteira digital, como Apple Pay, Google Pay ou Samsung Pay.
Relógios inteligentes (smartwatches), como Apple Watch, Samsung Gear e semelhantes, também podem ser usados nos validadores, assim como as pulseiras com chip (smartbrands). Pagamento da tarifa com cartão ajudou a reduzir em 87% número de assaltos no transporte coletivo.