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Especial Trabalhador Curitibano

Trabalhador rural da Região Metropolitana assegura qualidade no prato do curitibano e movimenta a economia

Mailson Ribas Danrat, 30 anos, sai da cama às 5h da manhã, no sítio da família, em Campo Magro, para cuidar da produção que tem destino certo: Curitiba. Foto: Edilson Freitas

Quando acorda tarde para ir trabalhar, o agricultor e feirante Mailson Ribas Danrat, 30 anos, sai da cama às 5h da manhã, no sítio da família, em Campo Magro, para cuidar da produção que tem destino certo: Curitiba.

Durante a semana, o despertador varia, também, entre 1h e 4h da madrugada. Ainda com o céu escuro, Mailson começa a rotina de domingo a domingo de plantio, colheita, transporte de alimentos, entrega de encomendas e vendas em feiras.

O seu trabalho e o de cerca de outros 15 mil agricultores que atuam nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) - cerca de 80% na agricultura familiar – assegura não só a boa qualidade da alimentação dos curitibanos como também contribui para o desenvolvimento socioeconômico da capital paranaense e de seu entorno.

“A Prefeitura estimula ações de apoio ao agronegócio em duas frentes: com programas que garantem o destino da produção agrícola dos municípios da Região Metropolitana, como a alimentação nas escolas e creches municipais, e a oferta de alimentos mais baratos nos Sacolões da Família e nos Restaurantes Populares; com apoio à inovação tecnológica que serve ao agro e às empresas de varejo, restaurantes e lanchonetes, ligadas ao sistema alimentar e que geram 100 mil postos de trabalho em Curitiba”, destaca o vice-prefeito e secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins.

Agro por escolha

Em Curitiba, Danrat pode ser visto às quintas-feiras na feira de orgânicos da Praça do Japão e, aos sábados, na feira do Passeio Público. Mas a simpatia para atrair clientes para seus produtos – que além de legumes e verduras da estação inclui a produção de pão caseiro, feito por ele e a esposa – é só a etapa final do seu ciclo diário de labuta.

A relação com o campo, conta, foi uma opção pessoal para manter o ofício de gerações. Descendente de imigrantes portugueses que chegaram ao país atuando na mineração, herdou a profissão do pai, do avô e do bisavô.

“Eu quis seguir no campo. Tudo na minha vida gira em torno da agricultura. Para mim, é muito gratificante continuar aqui. Tive a oportunidade que meus antepassados não tiveram: a de estudar o que eu quisesse, mas segui no mesmo rumo. No campo, tenho rentabilidade e qualidade de vida, com acesso às mesmas coisas da cidade grande”, conta o trabalhador.

Além da esposa, trabalham com ele o pai, a irmã e o cunhado no sítio da família. Parte da produção é vendida ao governo estadual e ajuda a compor a merenda escolar nas escolas de Curitiba. A Prefeitura também adota essa prática, contribuindo para fazer a agricultura familiar da RMC girar.


15 mil agricultores

  • Atuam nos 29 municípios da RMC

70% dos agricultores

  • Dos 35 municípios da RMC e do litoral estão ligados à agricultura familiar e atuam em áreas entre 2 e 20 hectares


Comida de verdade

Outra parte, é vendida diretamente ao consumidor final, nas feiras. Danrat conta que, nos últimos anos, percebeu que os clientes curitibanos têm valorizado cada vez mais os produtos orgânicos que cultiva, resultado da busca por mais qualidade de vida, a começar pelo que vai no prato.”


0,19% das empresas de Curitiba

  • São do setor do agronegócio, ainda assim, a cidade tem

100 mil postos de trabalho

  • gerados em empresas que atuam em alguma das etapas do sistema alimentar, que vai desde o plantio até o consumidor final


O fato de a Prefeitura vir estimulando, nos últimos anos, a agricultura na cidade, com a criação de 209 hortas urbanas, também aproxima a população pela busca de alimentos “de descascar”, em vez dos “de desembalar”:

“Muitos contam que não compram mais no mercado, querem saber mais sobre o plantio. Tenho muito orgulho de saber que meu trabalho contribui para mais pessoas consumirem comida de verdade. A agricultura é um ciclo que acompanha a natureza: a gente planta, cuida e colhe; estamos com a planta do começo ao fim. Sinto uma coisa boa em plantar, ver crescer e saber que ofereço ao consumidor um produto que faz bem”, diz o agricultor.

Estímulo à economia da RMC

Centro de uma das principais metrópoles brasileiras e com alto grau de urbanização, a capital paranaense tem menos de 1% de suas empresas atuando no Agronegócio (0,19%). O que não quer dizer que a cidade não gere empregos no setor.

Ao mesmo tempo em que é difícil encontrar um CNPJ que produza alimentos retirados diretamente da terra, Curitiba tem, segundo dados do Ministério da Fazenda (2024) e do Ministério do Trabalho e Emprego (2022), 37,9 mil empresas, que geram 100 mil postos de trabalho relacionados a alguma das etapas do sistema alimentar, sendo a grande maioria voltadas à comercialização no varejo e a venda de alimentos prontos para consumo (o que inclui restaurantes e lanchonetes).

“Curitiba é um mercado metropolitano e temos a responsabilidade de puxar a produção do alimento saudável e barato”, declarou o prefeito Eduardo Pimentel, em 17/5, durante o lançamento do estudo “Os caminhos da comida: o papel do planejamento urbano na transformação do sistema alimentar” realizado em parceria entre a Prefeitura de Curitiba e o Instituto Escolhas, de São Paulo.