A tarifa que o passageiro do transporte coletivo de Curitiba paga ficou congelada desde 2019. Agora, frente ao aumento dos custos envolvido no sistema, o valor precisou ser reajustado.
Saiba mais sobre o sistema
Quanto era e quanto ficará o valor a tarifa do passageiro em Curitiba?
Passa de R$ 4,50 para R$ 5,50.
Quando começa a valer o novo valor?
A partir da zero-hora desta terça-feira (1/3/22).
Comparado com a inflação, qual o impacto do reajuste?
Desde 2019 a tarifa não era reajustada. Os componentes de custo do transporte coletivo subiram bem acima da inflação. Entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2021, o diesel subiu 76%, o biodiesel 131%, salários e benefícios 22% e pneus 42,79%. Mesmo assim o reajuste da tarifa de Curitiba ficou limitado em 22%, em linha com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Como é definida a tarifa de ônibus?
O valor final é resultado de uma série de custos e fatores. Na conta entram desde gastos com diesel e lubrificantes, salário dos motoristas e dos cobradores e os impostos trabalhistas, além de peças, manutenção da frota, limpeza dos ônibus, das estações-tubo e dos terminais e renovação da frota. Esses são os principais fatores que definem o valor da tarifa. Outra importante variável de cálculo da tarifa é a quantidade de passageiros pagantes.
Quais os itens de custo que mais pesam no valor da tarifa?
Salários. A folha de pagamento dos cobradores e motoristas e os impostos que incidem é o que mais pesa: 47% do custo total do transporte. Em seguida vêm combustível e lubrificantes, que representam 21,62%.
As isenções de pagamento de tarifa serão mantidas?
Sim. São beneficiados por isenções asseguradas em lei como idosos, pessoas com deficiência e estudantes (meia passagem). Esses custos são bancados pelo município.
Qual o custo dessas gratuidades?
R$ 127,1 milhões, sendo R$ 65,5 milhões referente a passagem dos idosos.
De onde vem o dinheiro para cobrir esses custos?
Hoje, a fonte de receita mais importante é o número de passageiros pagantes. Quanto menos passageiros pagantes, mais cara a tarifa.
Qual o número total de passageiros transportados por dia?
O sistema de Curitiba transportava, antes da pandemia, 734 mil passageiros pagantes por dia. Atualmente, esse volume está em 518 mil, 30% menos.
O que é tarifa técnica?
É o custo do transporte dividido pelo número de passageiros pagantes equivalentes. Ela representa o valor real por passageiro pago às empresas de ônibus, a fim de manter o sistema em funcionamento. A tarifa técnica nos próximos 12 meses deve variar de R$ 6,36 a R$ 7,20. A tarifa que o usuário paga será de R$ 5,50.
O que a Prefeitura faz para cobrir a diferença?
A diferença é custeada por subsídios. Neste ano, o subsídio necessário para cobrir o déficit é projetado em R$ 157 milhões, sendo R$ 97 milhões bancados pela Prefeitura e R$ 60 milhões do governo do Estado (fruto de convênio).
Quando é definido o reajuste? Como é definida a data da divulgação?
Por contrato, a tarifa técnica deve ser reajustada em 26/2 de cada ano, ou ainda quando há desequilíbrio no contrato, levando em conta todos os custos acima mencionados.
As integrações com a Região Metropolitana serão mantidas? Será possível fazer a conexão entre as cidades pagando apenas uma tarifa?
Sim. A rede integra Curitiba a 15 municípios da RMC. São 61 linhas que permitem a integração com ônibus da capital.
Quantos passageiros da RMC entram no sistema de transporte curitibano sem pagar outra tarifa?
São 2,25 milhões de passageiros por mês.
Qual o impacto para o sistema de transporte e para o município caso a tarifa não seja reajustada?
Caso não haja reajuste haverá desequilíbrio financeiro, comprometendo a operação toda. As empresas ficariam sem receber pelo serviço prestado, podendo ter como consequência o não pagamento de salários a motoristas e cobradores e eventualmente greves e paralisações. Essa instabilidade também seria complementada pela impossibilitade de renovação da frota, prejudicando a qualidade do transporte e aumentando os custos de manutenção dos veículos. Uma opção, hipotética, seria ajustar o sistema aos custos atuais. Neste caso seria necessário cortar o número de viagens, linhas e reduzir a quilometragem rodada, o que também resultaria em prejuízo da qualidade da prestação do serviço para a população.
Os créditos no vale transporte comprados antes da mudança da tarifa continuam valendo?
São duas situações, para vale transporte (cujos créditos são adquiridos pelo empregador) e cartão usuário. No caso do vale transporte, se o usuário tinha 20 passagens a R$ 4,50, ele continuará com o mesmo número de bilhetes, com prazo de carência de 30 dias para sua utilização. Mas quando for carregar após o reajuste, o desembolso será de R$ 5,50 por passagem. Para o cartão usuário, carregado pelo próprio passageiro, o novo valor da tarifa não terá carência de 30 dias sobre os créditos já comprados e já vale a partir de 1/3.
Algumas linhas têm preço reduzido fora do horário de pico. Como fica essa tarifa e quais são as linhas?
São 11 linhas, que terão o valor reajustado de R$ 3,50 para R$ 4,50. Esse valor é válido das 9h às 11h e das 14h às 16h e para pagamento exclusivo com o cartão-transporte usuário. As linhas são 212 Solar, 213 São João, 214 Tingui, 265 Ahú/Los Angeles, 461 Santa Bárbara, 965 São Bernardo, 661 V. Lindóia, 662 Dom Ático, 666 Novo Mundo, 860 V. Sandra e 870 São Braz.