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Impulso empresarial

Tecnoparque gera R$ 6 bilhões ao ano para empresas e 20 mil empregos diretos em Curitiba

Prefeito Rafael Greca com o vice-prefeito Eduardo Pimentel, e o presidente da Agência Curitiba, Dario Paixão, entrega certificados para novas empresas que passam a integrar o programa Tecnoparque. Curitiba, 17/08/2023. Foto: Pedro Ribas/SMCS

Os resultados alcançados pelas 115 empresas credenciadas, atualmente, no Tecnoparque são evidentes e práticos. Somadas e articuladas, empresas e startups do programa faturam, em média, quase R$ 6 bilhões por ano.  

Com incentivo fiscal garantido pelo município, todas as companhias geram ainda cerca de 20 mil empregos diretos e mobilizam vários setores da economia na capital paranaense.

Rede articulada

Sob gestão da Agência Curitiba de Desenvolvimento e previsto em lei, o programa funciona também como uma eficiente e articulada rede de negócios que conecta e potencializa o desenvolvimento de empresas de tecnologia, inovação e inteligência de Curitiba.

Todas essas companhias de inovação e importantes soluções tecnológicas para diferentes demandas atuais da sociedade são   integradas ainda ao premiado e revolucionário Vale do Pinhão.

“O Tecnoparque é o reflexo mais iluminado do trabalho eficiente de uma gestão pública inovadora, sustentável e inteligente, com programas de empreendedorismo social, tecnológico e de planejamento urbano voltados ao crescimento socioeconômico e à sustentabilidade ambiental. Um trabalho com os olhos atentos às empresas, à cidade de Curitiba, reconhecida, recentemente, como a Cidade Mais Inteligente do Mundo e, acima de tudo, às pessoas, porque nós somos o bem que fazemos”, destacou o prefeito Rafael Greca.

Pórtico e impulso tecnológico

O Vale do Pinhão é o pórtico para o impulso à inovação e o Tecnoparque o propulsor de ideias, negócios e soluções de tecnologia empreendidas em toda a cidade. Esta simbiose tem acelerado o crescimento exponencial das empresas englobadas pelo Tecnoparque com resultados sociais e financeiros comprovados.

Na prática, as empresas são impulsionadas por dois fatores considerados essenciais e de extrema relevância por especialistas em inovação e negócios de todo o mundo.

Incentivo fiscal: o programa oferece redução de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviços (ISS), pelo período máximo de 36 meses, durante o desenvolvimento dos projetos para empresas de base tecnológica, com recursos reinvestidos nos próprios negócios.

Networking Estratégico: a presença no Tecnoparque, dentro da chancela ou selo de excelência do ecossistema do Vale do Pinhão, garante um poderoso e expansivo networking empresarial, social e em termos de empreendedorismo para a empresa ou startup engajada oficialmente à plataforma.

Reflexo eficiente

Nesse caso, o apoio garante e encadeia uma série de benefícios para as empresas cadastradas no Tecnoparque. Dentre eles, a presença em eventos de renome nacional e internacional, em iniciativas e programas de investimento para a atração de negócios ou mesmo em publicações de tecnologia e inovação difundidas por marketing estratégico, em diferentes plataformas de países e idiomas também. 

O crescimento identificado em cada empresa ocorre rapidamente. Em seis meses, segundo a coordenação do Tecnoparque, elas (as companhias) começam a deslanchar, destacam-se no mercado empresarial e assumem o próprio protagonismo comercial.

Reinvestimento em inovação

O sucesso é atribuído, em grande parte, ao apoio do município em termos de incentivo fiscal. Mas esse mesmo benefício da renúncia fiscal depende de exclusividade. Este é, sobretudo, um fator preponderante para pertencer ao programa, antes da criteriosa avaliação técnica de ingresso ao Tecnoparque.

Na prática, para garantir o incentivo, as empresas precisam aplicar os recursos apenas nos projetos de inovação desenvolvidos no programa.

“O Tecnoparque entra em um networking de tecnologia e inovação dentro do ecossistema do Vale do Pinhão. Tem como característica e complexidade histórica promover a circularidade competitiva dentro da cadeia de negócios na cidade, ao garantir incentivo fiscal, retorno de investimentos nos próprios projetos do programa, integrar as empresas em um networking funcional e garantir suporte em toda a gestão às empresas e startups integradas ao nosso sistema”, disse o presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Dario Paixão.

Roda de sucesso

Por essa mesma perspectiva, existe uma lógica ou fluxo eficiente para o funcionamento integrado e o sucesso das empresas credenciadas ao Tecnoparque, em Curitiba.

O diretor da Agência Curitiba de Inovação, Flávio Henrique Pereira, confirma esta ampla perspectiva. “O Tecnoparque é um programa completo, pois seu benefício fiscal estimula a tecnologia e a inovação, gera novos projetos e novos empregos e fortalece as empresas, contribuindo para que Curitiba seja a Cidade Mais Inteligente do Mundo”, destaca.

Existe mesmo uma sinergia de pensamentos e ações do programa. Cassius Guimarães Busemeyer, coordenador do Tecnoparque, enfatiza os incentivos garantidos pelo projeto.  “A inovação impulsiona a competitividade da empresa, o que, por sua vez, amplia sua participação no mercado. Com o aumento da receita, a empresa contribui diretamente para a sociedade, principalmente por meio da geração de empregos e do aumento das parcerias com fornecedores. Esse círculo virtuoso movimenta e beneficia positivamente a cidade”.

Retorno efetivo

A contrapartida parte desse princípio de compartilhamento mútuo: o município garante o incentivo fiscal e as empresas aporte exclusivo nos projetos contemplados dentro do ecossistema do Tecnoparque.

Esses investimentos voltam de várias formas, principalmente na contratação formal de milhares de profissionais em Curitiba, ao fortalecer e qualificar a mão de obra no mercado de trabalho, na composição de carteiras de clientes e em fornecedores exclusivos.

Retorno

Somente em 2019, foram entregues R$ 41,7 milhões em incentivo. 

Outro dado importante sobre o retorno do programa. Para cada R$ 1 captado em ISS, as empresas investem, perspectivamente, outros R$ 3 no desenvolvimento de inovações tecnológicas. De modo geral, com o aporte de incentivo fiscal do programa, a Prefeitura indiretamente paga hoje R$ 300 para cada emprego gerado pelas empresas dentro do Tecnoparque. Esse valor é devolvido para a sociedade dentro da projeção média salarial atual de R$ 4,4 mil, em Curitiba, segundo dados do RAIS (Relação Anual de Informações Sociais – Ministério do Trabalho e Emprego). 

Regime diferenciado

Essencialmente, essa é a base real de suporte do município para apoiar os novos negócios de empreendedorismo tecnológico. Este incentivo fiscal parte, especificamente, do regime diferenciado de tributação do ISS concedido pelo município.

A alíquota passa de 5% (cinco por cento) para 2% (dois por cento) durante a participação da empresa no ecossistema. 

A contrapartida incide sobre a capacidade de reinvestimento, exclusivo, neste caso das empresas, nos mesmos projetos apresentados e desenvolvidos dentro do Tecnoparque.

Composição diversa

A diversidade de perfis empresariais e de empreendedorismo tecnológico é um traço marcante e estimulado na proposta central do Tecnoparque. Esta multiplicidade visa tornar a cidade mais competitiva e promover a chamada atração recorrente de mão de obra qualificada.

Compõem o ecossistema, nessa amplitude toda, empresas de vários segmentos, especialidades e soluções em tecnologia, alta performance científica e inovação. 

Participam do programa empresas de inovação em engenharia, biotecnologia, tecnologia digital, desenvolvimento de plataformas de petróleo, detecção rápida de doenças em frangos e outras aves, redes imobiliárias, soluções em tecnologia agrícola, em mobilidade, sistema automotivo, Smart Cities (cidades inteligentes), fintech, consórcio, logística, segurança, entre outros segmentos.

No quadro geral, 60% das empresas integradas ao programa são de tecnologia da informação, 8% de engenharia e o restante pertencente a nichos diversos de ciência, consultoria, pesquisa e inovação.

No campo do desenvolvimento, as instituições implementam projetos e soluções inteligentes em áreas diferentes na difusão da cultura do conhecimento e inovação de setores estratégicos de alta tecnologia em Curitiba.

Networking empresarial

As instituições do Tecnoparque recebem apoio estratégico para a expansão no mercado empresarial. Incorporadas ao ecossistema Vale do Pinhão são comumente associadas ao exponencial networking do programa no Brasil e fora do país também.

A BIM START é um exemplo clássico do poder do networking apoiado no programa. Empresa de tecnologia voltada para o setor de engenharia, a companhia desenvolve soluções com o uso de Inteligência Artificial (IA).

A empresa ingressou no programa do município no final de 2020. O Tecnoparque, na visão do CEO Eduardo Pasini, expandiu o acesso a clientes e diferentes mercados de negócios.

“Por meio do Tecnoparque, pudemos nos conectar com diversos clientes e parceiros que levamos até hoje. Atualmente estamos com nosso segundo projeto em andamento, que consiste em desenvolver um processo de modelagem automatizada para projetos de engenharia com base em IA. Esperamos que essa parceria perdure por muito tempo e que tanto a BIM START quanto o ecossistema de inovação de Curitiba possam colher bons frutos dos projetos que vêm sendo desenvolvidos”, disse.

Atualmente, a empresa ocupa três salas em um prédio na região central de Curitiba e conta com 30 colaboradores.

Evolução e novos critérios

Inspirado no antigo modelo Parque do Software, que previa, inicialmente, apenas incentivos fiscais às empresas de tecnologia instaladas em áreas específicas da cidade, o Tecnoparque evolui constantemente.

Nos últimos anos, a percepção sobre as novas tecnologias do mundo ganhou novos sentidos práticos no campo empresarial e o Tecnoparque, efetivamente, outra projeção.

Relançado em 2018 pelo prefeito Rafael Greca, agora o Tecnoparque engloba todo o território da cidade de Curitiba, não se restringe a uma área ou parque de desenvolvimento.

A maior amplitude também reforçou a necessidade de fortalecer a seleção para ingresso ao programa, com a inclusão de critérios mais complexos e exigentes de adesão das empresas.

Com isso, a empresa interessada em aderir ao programa precisa atender 35 critérios técnicos definidos, alcançar uma nota acima de 70 na avaliação dos consultores e ainda garantir o aval do Comitê de Fomento (Cofom). O órgão é formado por 12 instituições e 24 representantes que formam a chamada tríplice hélice. Duas pessoas são indicadas por cada instituição.

Atores sociais

Envolvem-se nesse grupo atores da universidade, poder público (Prefeitura de Curitiba) e empresariado. Das universidades, participam integrantes da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Do empresariado, Fiep e Sebrae. Do governo, Imap (Instituto Municipal de Administração Pública), Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento, Secretaria Municipal do Urbanismo, Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), FAS (Fundação de Ação Social) e Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, SETI (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) e a própria Agência Curitiba.

Após o envio, o projeto é analisado e observada a viabilidade financeira, as condições de mercado ou impossibilidade do negócio. Também são analisadas metas e submetas alinhadas ao programa e ainda o potencial de expansão do projeto.

Requisitos essenciais

Alguns requisitos básicos também são necessários como a empresa estar sediada em Curitiba, não pertencer ao Simples Nacional e ingressar no sistema do Tecnoparque. De modo geral todas as empresas podem entrar no programa. Como característica geral as startups entram facilmente na fase de operação/tração - ou seja, com um prospecto já visível de crescimento.

Apesar da especificação técnica, muitos projetos e empresas, no entanto, não conseguem avançar para integrar-se ao Tecnoparque porque demonstram somente o movimento de ideação – também conhecida no meio da inovação como “etapa de startupeiro” -, numa fase apenas de ideias e concepção, sem nem mesmo apresentar documentação como CNPJ ou densidade na área de inovação.

Resumidamente, é preciso entrar na modalidade de Lucro Real ou Presumido; apresentar base tecnológica em pelo menos dois dos sete critérios do Finep (Financiadora de Estudos e Projetos); e a aprovação de viabilidade do negócio na plataforma do Comitê de Fomento.

Incentivo criterioso

Ao atender as exigências legais, então, o Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (PPI) passa a contar com o incentivo. A ideia é fomentar o desenvolvimento das empresas ou startups e promover a mão de obra qualificada.

Dentro do ecossistema, a companhia concorrente precisa desenvolver ainda uma pesquisa e um projeto de inovação considerado apto e alinhado às diretrizes do programa, sempre com início, meio e fim, dentro de 36 meses.

Na documentação, a empresa deve também comprovar qual é o métier, a experiência na área ou no hall prático em desenvolvimento. Ainda dentro dos critérios mais importantes, o candidato deve demonstrar o potencial da equipe para a área de inovação, o aumento contínuo no emprego em pesquisa e a capacidade em ações de tecnologia.

Círculo virtuoso

Ainda dentro do Tecnoparque, as empresas tem apoio de vários setores da sociedade em um círculo virtuoso para promover a inovação e alcançar o crescimento exponencial nos negócios.

Esse suporte é garantido estrategicamente pela chamada tríplice hélice, formada por Prefeitura de Curitiba, iniciativa privada e universidades.

O resultado de tanta sinergia destaca-se com a diversificação de instituições, a integração contínua de startups, a consolidação de novas empresas unicórnio, a venda subsequente de companhias para investidores e ainda ao verdadeiro boom econômico na cidade.

Tiago Dalvi, fundador e CEO da Olist, destaca o impulso garantido pelo Tecnoparque para a expansão da empresa e o fortalecimento do perfil disruptivo no mercado de tecnologia. “A Olist foi uma das primeiras empresas a aderirem ao programa desde quando o projeto foi reestruturado pela atual gestão (do prefeito Rafael Greca). Por isso, a presença no Tecnoparque se funde com o nosso DNA e a nossa proposta como uma empresa de tecnologia e inovação”, disse.

Suporte gestor

Dalvi reforçou ainda o suporte dos gestores do programa e a importância do incentivo fiscal para o fomento à inovação na cidade.

“É fundamental o Tecnoparque de Curitiba porque é um incentivo que fomenta a inovação, impulsiona a contratação de profissionais qualificados e ainda garante retorno com investimentos em tecnologias de ponta. Com certeza, esse incentivo (fiscal) e o apoio de gestores competentes e acessíveis, fazem toda a diferença no crescimento atual da Olist”, ressaltou.

Amálgama tecnológica

Especializada em soluções biotecnológicas em produtos e diagnósticos para empresas criadoras de animais, a Imunova é outro exemplo de sucesso nesta amálgama de empreendedorismo, tecnologia e estimulo à economia criativa provocada pelo Tecnoparque.

Lauro Tiago Simões Yagnycz, gerente administrativo financeiro, destaca também a parceria da empresa com o programa (Tecnoparque) como ação propulsora para os avanços da companhia.

“Em 2023, começamos nossa parceria junto ao Tecnoparque, iniciativa fantástica da Prefeitura Municipal de Curitiba, que nos possibilita o reinvestimento de 3% do ISS em P,D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). O Tecnoparque, em si, não se resume ao reinvestimento do ISS dentro da Imunova, mas fortalece o comprometimento das empresas em trazer o desenvolvimento ao município e a seus habitantes, podendo injetar mais dinheiro no mercado local incentivando a sua riqueza”.

Tiago Simões reforçou ainda a expansão de conhecimento e relações empresarias garantidas pelo projeto. “A rede de apoio e network ofertada pelo Tecnoparque, em nível internacional, oferece a oportunidade de diversos convites à palestras, rodas de conversa e cursos”, completou.

A Imunova começou a história como startup dentro do Tecnoparque e hoje opera como empresa instalada na Hotmilk (parque de inovação da PUCPR).

 

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