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Vale do Pinhão

Startup Papoom conquista comunidades com aplicativo de marketplace

Startup Papoom, do Vale do Pinhão, conquista mercado com aplicativo para comunidades. Na imagem, Jean Pierre Pego da Silva. Curitiba, 19/07/2022. Foto: Hully Paiva/SMCS

 

Uma das dificuldades mais comuns para quem vive em favelas das grandes cidades é encontrar aplicativos e serviços de delivery que façam entrega de comida nas comunidades. Morador da Vila Torres desde que nasceu, Jean Pierre Pego da Silva, de 32 anos, teve a ideia de criar a startup Papoom justamente para resolver esse problema.

Ganhadora da última edição da disputa de startups Rocket, no mês passado, a Papoom está hoje no Worktiba Cine Passeio da Prefeitura e criou um marketplace que permite aos moradores comprar produtos e serviços de pessoas e empresas da própria comunidade ou bairros da periferia, gerando uma cadeia de inclusão e fomentadora de negócios.

A solução deu tão certo que a startup, lançada oficialmente em fevereiro de 2022 dentro do ecossistema do Vale do Pinhão, já recebeu R$ 500 mil de um investidor anjo e prepara uma nova rodada de captação, de R$ 1,5 milhão. A Papoom emprega atualmente 11 pessoas.

História

Tudo começou em um domingo de 2019, lembra Jean Pierre. “Saí para almoçar e encontrei tudo fechado nas proximidades. Nenhum aplicativo tradicional faz entrega de restaurantes na Vila Torres. Voltei para casa e comecei a sentir o cheiro bom da comida que a minha vizinha, dona Roseli, preparava. Daí veio a ideia. Por que não criar uma solução tecnológica que permitisse a conexão entre consumidor e vendedor aqui mesmo na comunidade?”, lembra.

A ideia ganhou fôlego durante um curso de design thinking no Vale do Pinhão. “Convidamos o palestrante Guilherme Pinheiro para ser nosso mentor e daí o projeto deslanchou”, conta.

Desde fevereiro, são 1,5 mil downloads do aplicativo, 100 vendedores cadastrados e 1,1 mil pedidos realizados por meio da Papoom na Vila Torres. São pedidos dos mais diversos segmentos, englobados nos grupos alimentação, produtos, serviços e imóveis.  

Poder social

Formado em Relações Internacionais e com experiência de trabalho em organizações do terceiro setor, Jean Pierre conta que sempre se interessou por soluções que melhorassem e facilitassem a vida na Vila Torres. “Meus avós fundaram a primeira Associação de Moradores da Vila Torres, na década de 70. Então, esse engajamento vem de família”, brinca.

O próximo passo é ampliar ainda mais o mercado na Vila Torres, onde moram 8 mil pessoas, e partir para investidas em outras comunidades em Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. “O nosso aplicativo é facilmente replicável para outras comunidades. Estamos falando de um mercado potencial enorme. Cerca de 17 milhões de pessoas moram em comunidades, são 14 mil favelas no país”, ressaltou.

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