Servidores de diferentes órgãos da Prefeitura começaram a se reunir no Departamento dos Direitos da Pessoa Com Deficiência (DPCD), nesta terça-feira (03/10), com um objetivo comum: aprender Libras, a Língua Brasileira de Sinais, e atender melhor o público surdo. A promoção é do Instituto Municipal de Administração Pública (Imap).
“O curso atende aos servidores que manifestaram interesse em aprender Libras para conviver melhor com surdos no trabalho e na vida social”, disse a diretora do DPCD, Denise Moraes, que fez a abertura do curso ao lado da diretora da Escola de Administração Pública (EAP) do Imao, Cintia Ribas.
Área nova e especial
Procuradoria-geral do Município (PGM), Fundação de Ação Social (FAS), secretarias municipais da Saúde e da Educação, Guarda Municipal e o DPCD estão entre as áreas de atuação dos alunos, que se reunirão duas vezes por semana, nos próximos 2 meses, para ter aulas com a professora e especialista na área Priscila Festa. Serão 60h/aula, dadas sempre às terças-feiras e às quintas-feiras, das 14h às 18h.
É a primeira experiência de ensino para servidores municipais da educadora, que já funcionou como intérprete nas áreas médica e jurídica. “Serei para vocês como um guia em um museu, pois o aprendizado de Libras abre portas para conhecer uma área nova, muito especial, e servir a pessoas que, diferente de nós, não são ouvintes”, disse. Das cerca de 400 mil pessoas com algum tipo de deficiência que vivem em Curitiba, cerca de 80 mil são surdas.
Diferentes áreas, objetivo comum
Os participantes estão empolgados. Inspirado no colega de corporação Adriano Pereira, o guarda municipal Sérgio Merhy contou que pretende se preparar para “fazer uma abordagem mais humanizada” dos surdos. Ele ficou impressionado no dia em que viu o colega, que é um dos servidores de referência no prédio central da Prefeitura para comunicação em Libras, ser procurado por uma pessoa surda para obter informações. “Quero ajudar também”, disse
Professora de Português e Espanhol na Escola Municipal Omar Sabbag, Silvana Luciano pretende melhorar a acolhida de estudantes surdos. “Resolvi aprender Espanhol por causa das crianças que vêm dos países vizinhos, como a Venezuela. Agora também quero ser útil aos que não ouvem”, explicou a educadora.
Responsável pela área jurídica do DPCD, a advogada Camila Zem entende ser uma obrigação dominar Libras. “Eu trabalho aqui e já me senti muito mal por não poder dar um atendimento melhor a um surdo. A equipe da Central de Libras auxilia, mas isso não me exime de aprender”, explicou Camila.