Servidores da Fundação de Ação Social (FAS) participaram, na tarde desta quarta-feira (3/8), de uma palestra do programa “Assédio sexual não pode fazer parte do trabalho” da Prefeitura. Mais de 120 servidores, estagiários e colaboradores de empresas terceirizadas ouviram sobre o tema, na Sala do Semeador, na sede da instituição.
O grupo recebeu informações sobre o conceito do assédio sexual, dicas para combater o assédio, como prevenir e de que maneira é possível intervir neste tipo de situação, além de conhecer o fluxo de acolhimento.
Responsável pelo programa, o presidente da Comissão Permanente de Sindicância da Procuradoria-Geral do Município (PGM), José Carlos Nascimento ressaltou que a política de combate ao assédio sexual da Prefeitura tem o objetivo de prevenir e repreender essas situações.
“Com esse programa, queremos chamar a atenção de todos os servidores de que o assédio sexual é crime e não pode acontecer, além de darmos ferramentas para que as pessoas intervenham”, explicou.
O que é
O assédio sexual é toda situação de constrangimento com conotação sexual, em que o assediador age de forma inconveniente, obsessiva ou abusiva não desejada pela pessoa assediada.
Ele pode acontecer por meio de comportamentos abusivos, como comentários pessoais ou íntimos, toques inapropriados, constrangimento, propostas de encontros, piadas e outras violências cometidas contra mulheres.
O procurador destacou que o assédio acontece na maioria das situações contra as mulheres e que muitas delas não denunciam por desconhecimento, medo das chefias, do marido e dos filhos terem conhecimento ou até por questões culturais. “Por isso, cabe às chefias e aos colegas o acolhimento necessário para que o assédio, que causa tanto sofrimento às vítimas, não cesse”, disse.
Durante a palestra, o procurador apresentou estudo recente de uma empresa de gestão de recursos humanos que mostra que 97% dos casos de assédio sexual não são denunciados (Mindsight/2021).
Na Prefeitura de Curitiba, entre 2017 e 2022, houve 34 notificações de assédio sexual, das quais 18 resultaram em processo administrativo disciplinar e a maioria resultou em exoneração do servidor que assediou.
A servidora Dirce Cordeiro da Trindade, da equipe de Recursos Humanos da FAS, gostou da palestra. “Tem muita gente que precisa ouvir tudo isso que foi exposto aqui, seja ela agressor ou vítima”, afirmou. “Tem muitas pessoas que desconhecem a forma de denunciar e as orientações que recebemos foi muito bem-vinda”, completou.
Onde denunciar
A assistente social Marisa Mendes apresentou o fluxo para atendimento e acolhimento das pessoas assediadas.
Servidores que quiserem entrar em contato com a equipe do Departamento de Saúde Ocupacional da Secretaria de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (Smap), parceira no programa, devem passar email para assediofaleconosco@curitiba.pr.gov.br.
Há também um canal para quem preferir conversar com a equipe de psicólogos pelo whatsapp 99597-5610, que recebe denúncias de assédio sexual e moral.
Cartazes
Ainda como parte da iniciativa “Assédio sexual não pode fazer parte do trabalho”, durante a capacitação desta quarta-feira o cartaz da campanha ficou visível para que os servidores pudessem escanear o código QR, que direciona o leitor para a cartilha com mais informações.
A publicação tem explicações sobre o que configura esse tipo de assédio, orientações para quem quiser fazer denúncias e as maneiras de prevenir o assédio no ambiente de trabalho. O material é destinado para todos os servidores, gestores e estagiários da Prefeitura. Três mil cartazes serão afixados em equipamentos municipais.
Lançado em novembro do ano passado pelo prefeito Rafael Greca, o programa de prevenção e combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho é uma iniciativa da Procuradoria-Geral do Município, por meio da Comissão de Sindicância, em parceria com a Smap, o Instituto Municipal de Administração Pública (Imap) e a Secretaria Municipal da Comunicação Social.
Presenças
Participaram da palestra a subprocuradora geral da PGM, Rosa Maria Alves Pedroso, a superintendente de Gestão, Veranice Vieira Hayashida, e Gléri Bahia Mangger, da Assessoria de Direitos Humanos.