Servidoras do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) lançaram, nesta semana, uma campanha para a arrecadação de produtos de higiene pessoal para atender a mulheres vítimas de violência doméstica. A prioridade é para a doação de xampu, absorventes íntimos, desodorante, pentes e escovas de cabelo e creme hidratante.
Diante de crescentes casos de violência, a solidariedade e a empatia motivaram a campanha das mulheres que trabalham no Ippuc. Em 2021, os guardas municipais de Curitiba que atuam na Patrulha Maria da Penha (PMP) fizeram 10.457 atendimentos de violência doméstica ou familiar. Os registros deste tipo de ocorrência foram 46% maiores que os registrados nos 12 meses anteriores.
“Levantamos, junto ao Disque Solidariedade da FAS, as maiores necessidades das mulheres que são atendidas por entidades de apoio a mulheres vítimas de violência e definimos a lista de produtos para a doação”, explica a coordenadora de Estudos Socioeconômicos do Ippuc e idealizadora da campanha, Maria Luiza (Malu) Arazaki.
Um convite às doações, elaborado com identidade visual alusiva ao Dia Internacional da Mulher, foi enviado por e-mail aos funcionários do Ippuc e uma caixa montada no foyer do instituto para que os produtos sejam depositados.
A arrecadação será feita até terça-feira, 8 de março, data em que se comemora o Dia da Mulher e os produtos encaminhados à Fundação de Ação Social para serem destinados a instituições de atendimento a mulheres em situação de risco.
“É uma iniciativa das mulheres do Ippuc que integra todos no instituto. A solidariedade e a defesa dos direitos e da integridade das mulheres é uma causa comum e sensível a toda a sociedade”, afirma o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.
Mulheres no comando
Nas áreas de comando do Ippuc as mulheres são maioria. Quatro das cinco diretorias do Instituto são comandadas por elas, que também ocupam posições na coordenação de setores estratégicos.
Na diretoria de Planejamento, a gestão interina é da arquiteta Suely Hass; a diretoria de Projetos tem o comando da arquiteta Célia Bim; na diretoria de Informações está a arquiteta Liana Vallicelli e na diretoria Administrativa-Financeira do Instituto, a contadora Elvira Wos.
Na secretaria da presidência está Sandra Rodrigues; na assessoria de Investimentos do Ippuc, está a arquiteta Ana Cristina Jayme; na coordenação de Transporte e Mobilidade, a arquiteta Olga Prestes; o Plano de Estrutura Cicloviária é coordenado pela arquiteta Camila Muzzillo; na coordenação do Sistema Viário está a engenheira Guacira Civolani; no Uso do Solo, a arquiteta Maria Cristina Ribeiro Trovão Santana; no Patrimônio, a arquiteta Maria Paula Motta; no Plano de Ação Climática, a arquiteta Gisele Medeiros; a diretoria de Projetos tem em coordenações as arquitetas Daniela Mizuta, Neuza Kazue Ogama; Daniela Tahira e Jaqueline Silva; a diretoria de Informações tem Maria Luiza Arazaki, na coordenação de estudos Socioeconômicos, a arquiteta Monica Maximo da Silva, coordenadora da Monitoração; na Assessoria de Relações Externas a arquiteta Rosane Popp, coordenadora, com o suporte da arquiteta Daniele Moraes.
A Procuradoria-Geral do Município também é representada no Ippuc por uma mulher, Viviane Machado. A Diretoria de Implantação, única do instituto a ser comandada por um homem, o engenheiro Carlos Barros, tem no suporte Mariana Wollmann e as engenheiras Jucélia Mendes Ramos e Marlise Jorge.
"Não apenas as mulheres que ocupam postos de direção ou coordenação, mas todas as demais que compõem o corpo funcional do Instituto são peças-chave para que o Ippuc consiga seguir no protagonismo do planejamento. Elas são nossos dínamos nesse processo", reforça o presidente Luiz Fernando Jamur.
Quase a metade do quadro de funcionários do Ippuc é formado por mulheres. Dos 186 servidores do instituto, 89 são mulheres, representando 48% do total.
Além das servidoras de carreira, há dez estagiárias, nove funcionárias terceirizadas de serviços diversos, quatro funcionárias da cantina e três da Afippuc (Associação dos Funcionários do Ippuc).
Dia da Mulher
Mais do que uma data festiva, o Dia da Mulher, celebrado do em 8 de março, simboliza um marco histórico na luta pela equidade de gênero. No início do século 20, com jornadas exaustivas, exploração de mão de obra infantil e salários injustos, movimentos feministas pipocaram nos Estados Unidos e na Europa, para reivindicar melhores condições de trabalho.
Desde 1908, diferentes manifestações foram destacadas no calendário como Dia da Mulher, dando relevância à luta das organizações feministas. O dia 8 de março foi uma delas, reconhecido pelos movimentos como Dia Internacional da Mulher, em 1921, por ter sido a data da manifestação de 90 mil operárias contra o czar Nicolau II, em 1917, em um protesto conhecido como Pão e Paz.
Foi somente em 1945 que a Organização das Nações Unidas assinou o primeiro acordo internacional que estabelecia princípios de igualdade entre homens e mulheres. E a data de 8 de março recebeu o reconhecimento da ONU em 1977. Portanto, o Dia da Mulher é uma referência às condições de desigualdade e discriminações sofridas pelas mulheres e precisa ser um momento de reflexão para impedir retrocessos e estimular novos avanços na equidade de gênero.
Cada um pode fazer um pouco para contribuir com esse apoio, seja no dia a dia, na rotina dentro de casa e no trabalho. E com ações concretas de apoio a mulheres em situação de vulnerabilidade social, por exemplo. A violência doméstica é um dos maiores dramas femininos, que tem crescido nos últimos anos, apesar da conscientização e avanços legais, como a lei do feminicídio e a Maria da Penha.