Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Memória

Semana da Baronesa do Serro Azul enaltece os feitos de Maria José Correia

Semana da Baronesa do Serro Azul joga luz sobre memória e feitos de Maria José Correia. Foto: Divulgação

 

A Fundação Cultural de Curitiba promove uma série de atividades para levar ao conhecimento do público os feitos de Maria José Correia, importante personalidade feminina do final do século 19, mulher do barão do Serro Azul. 

A Semana da Baronesa vai acontecer de 6 a 12 de agosto no Solar do Barão, hoje complexo cultural da Prefeitura de Curitiba, construído à época para servir de residência da família do casal. O evento apresenta resultados de uma pesquisa sobre a vida e a história de Maria José Correia feita pelo Núcleo de Ação Educativa da Fundação Cultural de Curitiba.

“O principal objetivo da pesquisa é encontrar outras narrativas para esta mulher que teve sua vida inteiramente vinculada aos assuntos relacionados ao seu marido, resgatando sua memória e o seu papel na sociedade”, explica Lorena Dal Castel, uma das pesquisadoras.

O trabalho demorou cerca de um ano e foi realizado pelas mediadoras do Núcleo de Ação Educativa da FCC. Além de Lorena, participaram Amanda Prado, Mariane Pagio e Lilian Mendes.

Viúva e herdeira da história

A baronesa passou a ter uma atuação de destaque especialmente após a morte do marido, que foi executado por forças governistas em 1894, deixando três filhos pequenos. Em uma época em que mulheres não podiam se candidatar a cargos políticos e nem mesmo frequentar o Congresso, ganhou repercussão a carta que ela escreveu ao Barão do Ladário, lida perante o Senado Federal.

O texto narra com detalhes os esforços do barão para que os revolucionários não destruíssem a cidade e denuncia os desdobramentos que levaram à morte trágica do marido.

Após a morte do barão, a baronesa permaneceu à frente dos empreendimentos da família, até por volta de 1909. Em seu palacete, organizou uma série de eventos, como o casamento de seus filhos e reuniões sociais, frequentados por importantes personalidades da cidade, como Maria Clara de Leão, Agostinho de Leão Junior, Trajano Reis, Cândido de Abreu e Bernardo da Veiga, o que mostra sua influência na sociedade da época.

Em 1902, Maria José Correia participou da fundação da primeira loja maçônica para mulheres no Paraná, chamada Filhas de Acácia. Ela também contribuiu fortemente com a Sociedade Treze de Maio e com outras ações de filantropia.

Exposição e rodas de conversa

As atividades culturais sobre a Baronesa do Serro Azul começam no dia 6 de agosto, às 13h, com a abertura de uma exposição sobre a sua história: cartas, fotografias, recortes de periódicos e linha do tempo biográfica. Na oportunidade será promovido um bate-papo com as pesquisadoras e ilustradoras da exposição.

Ao longo da semana estão previstas visitas mediadas, que podem ser agendadas pelo site da Prefeitura de Curitiba. 

A história da baronesa

Filha de Manoel José Correia (Capitão-Mor da região de Paranaguá-PR) e Gertrudes da Costa Pereira Correia, Maria José Correia nasceu em Paranaguá no dia 19 de abril de 1853. Até então, Paranaguá era a cidade mais importante da Província do Paraná (Curitiba ainda não havia se desenvolvido de forma expressiva).

Pertencente a uma família da elite parnanguara, Maria casa-se com seu primo Ildefonso Pereira Correia em 1871 e mudam-se para Curitiba em 1878.

Na atual capital, Ildefonso se desenvolve como empresário em diferentes ramos da economia paranaense, com destaque para os engenhos de erva-mate e para a Impressora Paranaense.

O casal tem três filhos: Iphygenia Pereira Correia, Maria Clara Pereira Correia e Ildefonso do Serro Azul. Após a morte do Barão do Serro Azul em 1894, a Baronesa tem maior destaque em alguns núcleos sociais e em notícias de jornais.

Quanto aos negócios familiares, ela coloca à frente um sócio-procurador e mantém ativo alguns dos empreendimentos. Em seus últimos anos de vida, dedicou cartas às suas netas, acompanhou a vida de seus familiares e, após o casamento de seus filhos, retornou a Paranaguá (em 1909), local onde viveu até seu falecimento em 1921.

Semana da Baronesa do Serro Azul - programação

6/8 – sábado
13h - Abertura da exposição da Baronesa do Serro Azul com bate-papo e mediação com pesquisadoras e ilustradoras

9/8 – terça-feira
9h30 - Encontro exclusivo direcionado aos departamentos educativos de instituições de Curitiba, com a presença do curador convidado Vitor Prado e as respectivas pesquisadoras
14h30 - Mediação da exposição com a equipe do Núcleo de Ação Educativa (agendamento)

10/8 – quarta-feira
9h30 - Mediação da exposição com a equipe do Núcleo de Ação Educativa (agendamento)
15h - Roda de conversa com as pesquisadoras Amélia Siegel e Rafaela Tasca, sobre aspectos da vida de algumas mulheres da elite ervateira que viveram no Alto da Glória, em Curitiba, na virada dos séculos 19 e 20

11/8 – quinta-feira
9h e 14h - Ação educativa com o Instituto Paranaense de Cegos. Nesta atividade o IPC foi convidado para participar de uma oficina lúdica que contará a história da Baronesa do Serro Azul através de recursos didáticos. 

12/8 – sexta-feira
9h30 – Mediação da exposição com a equipe do Núcleo de Ação Educativa (agendamento)
15h30 - Roda de conversa com as pesquisadoras Fernanda Santiago e Heloísa Lovato, sobre aspectos da vida de outras mulheres e personalidades femininas da época, atreladas ao associativismo.

Em alta