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Xô mosquito!

Saúde de Curitiba dá dicas para aproveitar o verão sem dengue

Saúde de Curitiba dá dicas para aproveitar o verão sem dengue. Curitiba, 11/01/2023. Foto: Hully Paiva/SMCS

Os dias quentes do verão, ambiente ideal para as famílias curtirem férias no litoral ou em áreas de praias de água doce, também trazem chuva e essa combinação demanda alguns cuidados com a saúde. Uma das preocupações deste início de 2024 é o grande número de cidades enfrentando epidemia de dengue. Para que os dias de férias sejam só alegria, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba dá algumas dicas sobre a prevenção da dengue.

“Quem viaja para regiões onde há epidemia de dengue, precisa se prevenir. Além do protetor solar, é preciso também lembrar do uso de repelentes”, alerta a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

A proteção contra picadas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti tem hábitos diurnos e geralmente se esconde embaixo de mesas, camas e pica braços e pernas. O repelente deve ser reaplicado periodicamente, tendo em vista que com o suor ele pode perder o efeito.

Quando a pessoa está em área de grande infestação, também é importante a utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado para manter os ambientes fechados e evitar a entrada dos mosquitos.

Caso adoeça, é preciso ficar atento aos sintomas característicos da dengue. A presença de febre alta (usualmente entre 2 e 7 dias) associada a dois ou mais dos seguintes sintomas são indícios da doença: náuseas ou vômitos, manchas vermelhas no corpo, dor no corpo e articulações, dor de cabeça ou dor atrás dos olhos, mal-estar e falta de apetite.

“São sintomas que podem facilmente ser confundidos com os de outras doenças, por isso um diferencial para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado é relatar que esteve em região com casos de dengue”, diz a médica infectologista da SMS, Marion Burger.

Caso os sintomas sejam leves, o curitibano pode procurar atendimento pela Central Saúde Já pelo telefone 3350-9000. Se necessário, poderá ser feita consulta médica por vídeo por meio do aplicativo Saúde Já Curitiba. Já situações mais complexas, a pessoa pode procurar sua unidade de referência ou uma UPA da cidade.

A partir da suspeita do diagnóstico de dengue, a equipe de saúde vai indicar o tratamento adequado e o acompanhamento do paciente. As equipes de vigilância ambiental serão responsáveis pelo “bloqueio”, que é uma vistoria na região onde a pessoa mora para verificar se há focos do mosquito transmissor e se há mais casos suspeitos de dengue.

Outro alerta importante para quem contraiu a doença, seja em viagem ou na cidade, é o uso de repelentes durante os primeiros sete dias de sintomas, período agudo da dengue, explica Marion.

“Todo caso suspeito deve ser notificado e acompanhado para evitar o agravamento. O uso de repelentes nesse período visa afastar o risco de contaminação dos mosquitos e retransmissão da dengue na região onde a pessoa vive”, orienta.

Inovação

“Curitiba nunca enfrentou uma epidemia de dengue e para nos mantermos assim é preciso a colaboração de todos”, ressalta a secretária Beatriz Battistella. Ela destaca a inovação adotada em Curitiba para o controle da dengue na cidade.

Desde dezembro de 2023, foram instaladas 650 armadilhas para capturar os insetos e analisar se eles carregam ou não o vírus transmissor da dengue, além dos vírus zika e chikungunya. A novidade amplia e qualifica a capacidade de monitoramento do mosquito Aedes aegypti em Curitiba.

As armadilhas são chamadas de ‘mosquitraps’, recipientes com água e atrativos sintéticos para as fêmeas grávidas dos insetos, além de um adesivo para a captura delas. Os exemplares serão enviados para análise laboratorial de possível contaminação.

“Isso traz uma qualificação do nosso monitoramento para podermos incrementar as estratégias de combate ao mosquito, com inteligência. É uma evolução na nossa estratégia”, diz a secretária.

LIRAa

Curitiba tem baixo risco para a dengue, com índice de infestação do mosquito Aedes aegypti de 0,1%, segundo Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa) de 2023, feito pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde.

O índice é bem abaixo de 1%, o indicador a partir do qual os municípios devem entrar em alerta para a infestação do mosquito. Segundo o Ministério da Saúde, para se ter o melhor controle do Aedes aegypti, o indicador deve ser sempre de no máximo 1%.

“Apesar desse cenário, é preciso estar em monitoramento constante, porque Curitiba não é uma ilha e se o controle da dengue falhar, estaremos expostos aos riscos da doença”, finaliza a secretária.

Boletim

Segundo boletim epidemiológico da dengue, divulgado pela SMS de Curitiba, em 2023, até 31 de dezembro, foram confirmados um total de 659 casos de dengue na cidade, sendo que 32 deles autóctones, ou seja, que contraíram a doença em Curitiba.

Paraná

Segundo o primeiro boletim epidemiológico da dengue de 2024, divulgado pelo Governo do Estado nesta semana, o Paraná tem mais de 9 mil casos da doença confirmados entre agosto de 2023 e janeiro de 2024. Os casos se concentram principalmente no norte, noroeste e oeste do estado, mas o litoral do Paraná também registra alto número de confirmações.

Mantenha o ambiente onde vive longe da dengue. Xô mosquito!

  1. Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água, especialmente os recipientes de captação da água de chuva, inclusive fechando com telas o encanamento de entrada e saída de água.
  2. Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada.
  3. Não jogue lixo em terrenos baldios.
  4. Se guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.
  5. Lave com água e sabão os potes de água dos animais, sem esquecer recipientes deixados no quintal para passarinhos.
  6. Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda.
  7. Se guardar pneus velhos, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.
  8. Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água.
  9. Lave com frequência, com água e sabão, os recipientes usados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.
  10. Os vasos de plantas aquáticas e as fontes de decoração devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses utensílios com frequência.

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