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Curitiba sem mosquito

Saiba tudo sobre a dengue e como afastar o risco de contaminação em Curitiba

Prefeitura de Curitiba realiza diversas ações e mutirões durante todo o ano, para evitar a circulação do mosquito Aedes aegypti. Foto: Cido Marques/SMCS

Com as altas temperaturas do verão, cresce também a preocupação com a dengue, doença que vem registrando aumento de casos em todo o país.

De acordo com o último boletim do município, foram registrados 208 casos de dengue em janeiro de 2024 em Curitiba. Do total, 23 são autóctones, ou seja, a contaminação ocorreu na cidade. Os outros 185 foram importados.

O número é oito vezes maior na comparação com janeiro de 2023, quando foram registrados 25 casos, todos importados. O ano passado inteiro teve 35 casos autóctones. Agora, em apenas um mês, o município contabiliza mais da metade das contaminações locais do ano anterior.

A Prefeitura de Curitiba mantém alerta constante, durante todo o ano, para evitar a circulação do mosquito Aedes aegypti e realiza diversas ações e mutirões. Manter o mosquito longe dos quintais e evitar a dengue, porém, requer também a responsabilidade e contribuição de toda a população.

Tudo o que você precisa saber sobre a dengue para ficar protegido

1 - O que é a dengue?

2 - Como identificar o mosquito da dengue?

3 - Quantos dias após a picada do mosquito a dengue se manifesta?

4. A dengue é contagiosa? Pode ser transmitida de pessoa a pessoa?

5 – Quais os sintomas da dengue?

6 – Há grupos de risco para a dengue?

7 - Tem exame para detectar dengue?

8 – Estou com sintomas de dengue. E agora, o que fazer?

9 – Quanto tempo dura a dengue no corpo de uma pessoa?

10 - Quem já teve dengue uma vez pode ser contaminado de novo?

11 - O que é uma ação de bloqueio, após a confirmação de um caso?

12 - Como proteger a minha casa contra a dengue?

13 - Além de cuidar do quintal, há outras medidas de prevenção?

14 - Há vacina disponível contra a dengue em Curitiba no SUS?

15 - Quais ações da Prefeitura para evitar a proliferação de mosquito da dengue?

16 – Curitiba vive uma epidemia de dengue atualmente?

1 - O que é a dengue?

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Ela causa sintomas como febre alta, dores no corpo e pode até ser fatal. Ainda não existe um tratamento específico, por isso a melhor proteção é evitar o foco do mosquito.


2 - Como identificar o mosquito da dengue?

O pernilongo comum (Culex quinquefasciatus) possui tom monocromático marrom, já o mosquito da dengue, o Aedes aegypti, possui o corpo preto com listras brancas. A coloração “zebrada” do mosquito da dengue facilita a sua identificação.

Outra característica é que o mosquito da dengue é menor que os mosquitos comuns e tem hábitos diurnos.

Não é possível distinguir a picada do Aedes aegypti da picada do mosquito comum, porém. A sensação de eventual coceira ou incômodo é igual a picada de qualquer outro mosquito

Em geral, o mosquito da dengue costuma picar nas regiões dos pés, tornozelos e pernas. Mas a picada pode acontecer em outras áreas expostas do corpo.


3 - Quantos dias após a picada do mosquito a dengue se manifesta?

De dois a dez dias, podendo chegar a 12 dias. Esse é o chamado período de incubação.


4. A dengue é contagiosa? Pode ser transmitida de pessoa a pessoa?

A dengue é contagiosa, mas não entre pessoas. A contaminação só é possível a partir da picada de uma fêmea de Aedes aegypti que esteja carregando o vírus.

Quando o mosquito pica uma pessoa infectada, o vírus se aloja e se multiplica no intestino do inseto, espalhando-se por outras áreas, inclusive as glândulas salivares. A partir desse momento, o mosquito pode transmitir a doença nas próximas picadas.


5 – Quais os sintomas da dengue?

Febre alta (usualmente entre 2 e 7 dias) associada a dois ou mais dos seguintes itens:

- Náuseas ou vômitos

- Manchas vermelhas no corpo

- Dor no corpo e articulações

- Dor de cabeça ou dor atrás dos olhos

- Mal-estar

- Falta de apetite

Todo caso suspeito deve ser notificado pelo serviço de saúde à Secretaria Municipal da Saúde, enviando a ficha de notificação ao distrito sanitário da área de abrangência. O paciente deve ser acompanhado e orientado para usar repelentes durante o período agudo de sintomas (primeiros 7 dias). O uso de repelentes nesse período visa afastar o risco de contaminação de mosquitos e retransmissão da doença na região. 


6 – Há grupos de risco para a dengue?

A dengue pode evoluir para a forma grave principalmente em pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos.

7 - Tem exame para detectar dengue?

Sim, a rede municipal de Curitiba oferece exame laboratorial de confirmação para casos suspeitos. Antes mesmo de sair resultado de confirmação, entretanto, o tratamento já deve ser iniciado a partir dos sinais clínicos. 

Para casos leves, o exame de sangue é processado pelo Laboratório Municipal de Curitiba e avalia se há infecção recente (NS1, até 6 dias) ou se já há anticorpos para a doença (IGM, após 6 dias).

Casos graves, pacientes hospitalizados e gestantes têm a amostra enviada ao Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR) para a realização de exame de biologia molecular que permite, além de analisar se há infecção pelo vírus da dengue, qual é o subtipo. Este exame também analisa se há infecção por outras três arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos), que têm sintomas semelhantes ao da dengue: zika, febre amarela e oropouche.

O paciente com suspeita de dengue deve procurar atendimento pela Central Saúde Já 3350-9000, unidade de saúde ou UPA. Em caso de necessidade, ele será encaminhado para a realização de exame.


8 – Estou com sintomas de dengue. E agora, o que fazer?

Caso os sintomas sejam leves, o curitibano pode procurar atendimento pela Central Saúde Já, pelo telefone 3350-9000. A Central Saúde Já oferece, quando necessário, teleconsulta e videoconsulta médica por meio do aplicativo Saúde Já Curitiba. Já em situações mais complexas, o paciente pode procurar sua unidade de referência ou uma UPA da cidade.

A hidratação intensa é o principal tratamento para a dengue, mas é preciso atenção para o agravamento do quadro. No quinto dia de sintomas, se houver algum sinal de alarme, como náuseas ou vômito, além da febre persistente e dor intensa de cabeça, é preciso buscar um serviço de saúde.

Em caso de suspeita de dengue, não se deve utilizar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, pois eles podem agravar os riscos de hemorragia que a doença provoca.

9 – Quanto tempo dura a dengue no corpo de uma pessoa?

Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias. 

10 - Quem já teve dengue uma vez pode ser contaminado de novo?

Uma pessoa pode ser infectada por dengue até quatro vezes, por quatro sorotipos diferentes da doença. Após infectado, o paciente adquire imunidade apenas àquele sorotipo, podendo contrair os demais. A cada reinfecção, o risco de complicações pode aumentar.

11 – O que é uma ação de bloqueio, após a confirmação de um caso?

As equipes de vigilância ambiental da Secretaria Municipal da Saúde realizam uma vistoria na região onde a pessoa mora para verificar se há focos do mosquito transmissor e se há mais casos suspeitos de dengue.

É importante que quem contraiu a doença, seja em viagem ou na cidade, use repelentes durante os primeiros sete dias de sintomas, período agudo da dengue. O uso de repelentes nesse período visa afastar o risco de contaminação dos mosquitos e retransmissão da dengue na região onde a pessoa vive.

12 - Como proteger a minha casa contra a dengue?

A vistoria semanal das casas, quintais e locais de trabalho são medidas efetivas para eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Isso é necessário porque o ciclo de reprodução do Aedes, entre ovo, larva e mosquito adulto, é de apenas uma semana. Eliminando a água parada, esse ciclo é interrompido.

Semanalmente é preciso vistoriar a residência e o quintal em busca de recipientes que acumulam água, desde uma pequena tampinha esquecida no jardim, aos tonéis de captação de água de chuva.

A orientação é que esses reservatórios de água sejam mantidos tampados, inclusive com o uso de telas para impedir a entrada da fêmea do Aedes, que procura o local ideal para depositar seus ovos.

13 – Além de cuidar do quintal, há outras medidas de prevenção?

Quem viaja para regiões onde há epidemia de dengue, mora ou visita áreas de grande infestação, precisa se prevenir fazendo uso de repelente.

A proteção contra picadas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti tem hábitos diurnos e geralmente se esconde embaixo de mesas e camas. O repelente deve ser reaplicado periodicamente, tendo em vista que com o suor ele pode perder o efeito.

Em áreas de grande infestação, outra orientação importante é o uso de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado para manter os ambientes fechados e evitar a entrada dos mosquitos.

14 – Há vacina disponível contra a dengue em Curitiba no SUS?

O Ministério da Saúde só está enviando vacinas para os municípios que enfrentam epidemias sucessivas de dengue e Curitiba não se enquadra nesse critério, pois nunca enfrentou epidemia da dengue. Por isso, Curitiba não terá vacinação contra a dengue pelo SUS.

Atualmente, o público-alvo para a vacinação contra a dengue no país, nos municípios em que o imunizante estará disponível pelo SUS, é de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.

15 - Quais ações da Prefeitura para evitar a proliferação de mosquito da dengue?

Curitiba mantém alerta constante, durante todo o ano, para evitar a circulação do mosquito Aedes aegypti. Para isso, o Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti da Secretaria Municipal da Saúde realiza vistorias (inclusive com o uso de drones), faz monitoramento com armadilhas para o inseto (ovitrampas e mosquitraps) e realiza identificação laboratorial de larvas e mosquitos.

Há, ainda, ações pedagógicas, delimitações de focos do mosquito, bloqueios epidemiológicos em áreas com focos positivos e casos da doença, LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti), conforme diretriz do Ministério da Saúde, e, ainda, um extenso cronograma de mutirões de limpeza do Curitiba sem Mosquito.

A Central 156 recebe solicitações de pedidos de fiscalização em locais com suspeita de água acumulada. E a Central 3350-9000 tira dúvidas e faz orientações em casos de suspeita de dengue, assim como disponibiliza tele e vídeo consulta médica, em caso de necessidade. Além disso, toda a rede municipal de saúde, com suas unidades básicas, UPAs 24 horas e hospitais estão capacitados e prontos para atender.


16 – Curitiba vive uma epidemia de dengue atualmente?

A situação da dengue em Curitiba não caracteriza epidemia, ao contrário da situação vivida em vários municípios de outros estados do Brasil e interior e litoral do estado do Paraná.

Mas a proximidade destes locais e o fluxo constante de viajantes podem contribuir para um aumento de casos de dengue aqui. O viajante pode se infectar em outra cidade e, ao retornar à Curitiba, ser picado pela fêmea do Aedes aegypti, capaz de carregar o vírus e infectar outras pessoas. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito em Curitiba e, ao mesmo tempo, realizar os bloqueios nos locais em que há casos.

 

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