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Segurança alimentar

Sacolão da Família comemora 25 anos como referência em hortifrútis baratos em Curitiba

O programa Sacolão da Família comemora 25 anos de funcionamento. Na imagem, Eva Salete Lopes. Curitiba, 21/11/2022. Foto: Hully Paiva/SMCS

Responsável por oferecer hortifrútis frescos e baratos para aproximadamente 153 mil pessoas por mês e 1,8 milhão por ano, o programa Sacolão da Família comemora 25 anos de funcionamento nesta terça-feira (22/11).  Hoje são 11 unidades espalhadas na cidade, onde são vendidas cerca de 1.590 toneladas mensais ou 19 mil toneladas por ano de frutas, verduras e legumes – tudo isso pelo preço máximo de R$ 3,69 o quilo.

“Consagrado pelos curitibanos, o Sacolão da Família é ponto de referência para a alimentação saudável, de qualidade e a preços mais baixos que o varejo, além de ser um dos pilares da política de segurança alimentar da Prefeitura”, diz o prefeito Rafael Greca.

Ao contrário dos Armazéns da Família –  programa da Prefeitura de Curitiba que exige cadastro prévio e renda máxima para a população comprar gêneros alimentícios – os Sacolões da Família são abertos a toda a população e sem necessidade de cadastro.

O secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Gusi, lembra ainda que os sacolões servem como reguladores de preços nas regiões onde estão instalados. “Como as unidades trabalham valores mais acessíveis que o do comércio próximo, esses estabelecimentos acabam tendo que rever suas margens de lucro e valores dos produtos. Assim, quem sai ganhando é a população”, justifica ele. “Além disso, os sacolões suprem de frutas, legumes verduras regiões com pouco comércio, os chamados vazios urbanos”, acrescenta Gusi.

Do Fazendinha para a cidade

Tudo começou no Fazendinha, junto ao terminal de ônibus da Regional, e pouco depois de a Rua da Cidadania completar 1 ano. Coube ao então jovem comerciante Adão Antunes de Campos Filho tocar a primeira unidade loja e tornar-se o primeiro permissionário do programa.  

Hoje, afirma, a loja atende no mínimo 400 pessoas por dia. Em dia de promoção, o número dobra. Nessas ocasiões, o escoamento de mercadorias chega a 30 toneladas ou dois caminhões carregados.

“Imagina você trabalhar numa coisa que é o mesmo que fazer o bem para as pessoas. É assim que eu me sinto porque, com o Sacolão da Família, a coisa é séria. Do contrário, não teria tantos clientes antigos e produtores plantando e contando com as unidades do programa para mandar a produção”, diz Adão.

Ele compra de produtores vizinhos, da Região Metropolitana, mas também de longe. É o caso da Bahia, de onde vêm melão, mamão, uva e cebola.

Vizinhança fiel

Vizinhas do Sacolão do Fazendinha, as donas de casa Gláucia Farias e Eva Lopes compram no local desde o primeiro dia de funcionamento. Gláucia mora na região há cerca de 30 anos e compra vegetais uma vez na semana.

“Aqui as coisas são boas e os preços, sempre mais baixos que nos outros lugares”, afirma. Já Eva, que chegou antes ao bairro, há 40 anos, procura comprar hortifrútis duas vezes por semana. “É um hábito da gente vir aqui”, explica Eva.

O casal de aposentados Alzira Gasparini Anastácio Benedito e Amauri Benedito, casados e morando na área há 37 anos, é freguês do Sacolão do Fazendinha por causa da qualidade e também do menor preço. “A gente vai em outros lugares, pesquisa, observa. Se para no sacolão, é porque vale gastar aqui”, argumenta Amauri.

Rotina saudável

Peruana radicada no Brasil há 21 anos, a zeladora escolar Rosa Saavedra foi ao posto da Urbs na Rua da Cidadania para desbloquear o cartão-transporte e aproveitou para reabastecer a geladeira com os hortifrúris do sacolão. “Faz tanto tempo que venho aqui que nem sei explicar. É bom, então entrou para a rotina comprar aqui. É um lugar que eu recomendo”, diz.

Há cerca de 1 mês, parte de toda essa clientela é atendida pela operadora de caixa Thaisa da Silva Szernek. Com 28 anos, ela estava começando a brincar de boneca quando se abriram as portas do estabelecimento do qual se tornaria colaboradora. “Estou gostando daqui. É um ambiente diferente do atacadista onde eu estava, mas acho que estou me adaptando bem”, conta.