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Na Boca Maldita

Respeito e inclusão deram o tom ao ato pela visibilidade trans no Centro de Curitiba

Ato público “Nós Existimos”, celebra o Dia Nacional da Visibilidade Trans, na Rua XV. Na imagem, professora Eliane Barbosa Lima conversa com a voluntária Marise Felix, do grupo Mães Pela Diversidade. Foto: Divulgação

O público que passou pela Boca Maldita, no Centro, nesta sexta-feira (26/1), teve a oportunidade de se informar sobre a diversidade sexual e, mais especificamente, os direitos das pessoas trans. Foi o ato público “Nós Existimos”, uma parceria entre a Defensoria Pública do Paraná, organizações não-governamentais e órgãos da Prefeitura que também atuam na área para celebrar o Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado na segunda-feira (29/01).

 “A ideia é sensibilizar a sociedade para acolher com respeito as pessoas trans, além de oferecer serviços”, explicou Fernando Ruthes, responsável pela Assessoria de Políticas da Diversidade Sexual (ADS) da Prefeitura, na abertura da ação, pela manhã. Denominam-se homens e mulheres trans as pessoas que se identificam com um gênero diferente do sexo biológico atribuído ao nascerem.

Respeito e igualdade

Para a professora aposentada Eliane Barbosa Lima, o evento é importante para chamar a atenção do público sobre os direitos humanos. “O negócio é apenas respeitar porque todas as pessoas são iguais perante a lei”, disse. A trabalhadora autônoma Valtenicy Campos concorda. “São seres humanos como todo mundo, que batalham, querem estudar e vencer na vida”, definiu.

Eliane e Valtenicy estiveram entre as centenas de pessoas que passaram pelo evento e voltaram para casa levando publicações entregues por voluntários. A coordenadora da representação do grupo Mães Pela Diversidade no Paraná, Marise Felix da Silva, distribuía folhetos e conversava com o público. “Quem, aqui perto de nós, você diria que é trans?”, perguntou a Valtenicy, que não tinha percebido a presença de uma mulher trans bem ao seu lado e recebeu com surpresa a informação. 

Essa mulher era a designer Niele Ângela Cesário, que estava acompanhada da noiva, a geógrafa Marina Freitas. Niele foi em busca de outro objetivo do ato público, exclusivo para a população trans: dar entrada na documentação para retificar o nome e o gênero na documentação.

Expectativas e aproximação

O acadêmico de Educação Física Jessé Rodrigues foi em busca da retificação do nome e, também, para se informar com a equipe da Secretaria Municipal da Saúde sobre a possibilidade de fazer uma mastectomia por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Espero que as notícias sejam boas”, disse, enquanto aguardava atendimento.

Luciana Machado Marques de Lima quer regularizar a documentação para conseguir emprego. “Terminei o Ensino Médio e agora, de preferência, quero fazer alguma coisa na área do design”, contou. Esse, porém, não foi o único motivo da ida ao evento. “Passei a vida escolar discreta, sendo vista por todos pelo meu gênero de nascimento, como um menino, mas agora estou bem resolvida e quero me aproximar da comunidade LGBTI+ para me fortalecer como pessoa”, explicou.

Calendário de eventos

Este foi o primeiro evento com essa configuração. A ouvidora-geral da Defensoria Pública, Karollyne Nascimento, disse que ele deve se tornar anual. “Queremos nos aproximar da comunidade para dar a ela a oportunidade de trocar preconceitos que geram violência e exclusão pela informação”, disse. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2022 foram atendidas pelos serviços de saúde 36 pessoas trans - 25 do gênero feminino e 11 do masculino – que geraram 40 notificações de casos de violência.

A Assessoria de Políticas para Mulheres e a Fundação de Ação Social (FAS) da Prefeitura também participaram do evento.

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