O prefeito Rafael Greca entregou, nesta quarta-feira (3/7), as obras de reforma da sede do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência (DPCD), no Cristo Rei. O prédio com mais de 50 anos onde funciona o órgão atende cerca de 5 mil pessoas por mês - entre as que vão até lá ou usam os serviços externos oferecidos pelo departamento.
A Prefeitura investiu R$ 704.870,50 na obra. “A entrega da reforma do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência mostra o compromisso da nossa cidade com a proteção dos direitos das pessoas com deficiência, garantindo o acesso desses curitibanos ao exercício pleno de sua cidadania. É dessa maneira que trabalhamos por uma Curitiba cada vez mais solidária, zelosa e inclusiva", diz a placa descerrada por Greca, do lado direito de quem entra no DPCD.
Sede renovada
Greca destacou a importância da reforma do prédio. “É praticamente uma sede nova, reconfigurada ao longo dos últimos cinco anos para não atrapalhar o acolhimento de quem tem e de quem cuida de quem tem deficiência. Curitiba promove a cidadania e a inclusão”, disse Greca. A execução é das secretarias do Governo Municipal (SGM) e de Obras Públicas (Smop).
Em um gesto simbólico, o prefeito presentou a biblioteca do DPCD com um volume do livro “O Corpo e Seu Avesso”, que propõe uma reflexão sobre arte e acessibilidade a partir da experiência do projeto Lab InDança, da cidade portuguesa de Santa Maria da Feira.
Também participaram do evento a diretora do DPCD, Denise Moraes; a deputada estadual Márcia Huçulak; o vereador Pier Petruzziello; a secretária municipal da Saúde, Beatriz Batistella; o controlador-geral do município, Daniel Falcão; a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Tatiana Turra; a procuradora-geral do município, Vanessa Volpi; a assessora de Direitos Humanos, Elenice Malzoni; a assessora para Promoção da Igualdade Racial, Marli Teixeira Leite; o assessor de Políticas da Diversidade Sexual, Fernando Ruthes; e o administrador da Regional Portão/Fazendinha, Gérson Gunha.
Privacidade
Com a reforma, a Central de Libras, que acaba de completar dez anos de atividades, passou a contar com isolamento por vidro acústico. Isso garante privacidade para atendimentos sigilosos on-line prestados, ao mesmo tempo, pelas intérpretes.
A fachada do prédio, que era de tijolo cru, ganhou cores suaves e, no alto, um painel temático. A peça foi criada com arte digital, desenvolvida pela Secretaria Municipal da Comunicação Social. À noite, o painel fica iluminado por um sistema inteligente, que acende as luzes assim que começa a escurecer.
Para a pessoa com deficiência
O DPCD foi criado em 1986 mas há oito anos funciona na atual sede – um prédio com 530 metros quadrados na esquina das ruas Schiller com Francisco Alves Guimarães, cedido pela União exclusivamente para prestar atendimento a pessoas com deficiência.
Para garantir a proteção e defesa do segmento, o órgão articula ações; propõe, coordena e orienta políticas públicas; estabelece parcerias; e desenvolve ações com outras instituições.
Lá atuam 29 pessoas. Entre elas estão psicólogas, intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e profissionais dos setores de Empregabilidade e Jurídico, além de pessoal de apoio. Essa equipe oferece serviços tanto para o público com deficiência quanto para a comunidade.
Entre eles estão, além da Central de Libras, a linha de ônibus Acesso (que garante o transporte completo de casa aos serviços de saúde e terapias), os mutirões de empregabilidade e os atendimentos psicológico e jurídico. Para a comunidade formada por profissionais que atuam na área, estudantes e familiares, são oferecidas palestras e rodas de conversa.
Prédio que acolhe
Representantes do segmento da Pessoa com Deficiência ficaram satisfeitos com as mudanças no local. “Está bonito, agradável e principalmente acessível”, elogiou o assessor de paradesporto da Secretaria Estadual do Esporte, Moisés Batista, que usa cadeira de rodas.
Medalhista nos Parajaps – os jogos paradesportivos do Paraná – a nadadora Isadora Damásio do Nascimento visitou o DPCD pela primeira vez. “É um lugar em que poderei voltar porque faz a gente se sentir bem”, disse a atleta, que usa próteses nas pernas e faz natação no Clube da Gente Santa Felicidade. Já para seu pai, Marco Aurélio Nascimento, a reforma representa segurança. “Quem tem deficiência se sente acolhido aqui porque tem certeza que a estrutura foi pensada para atender às necessidades dele”, observou.
Serviços
Veja o que encontrar no Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, agora na sede revitalizada:
Central de Libras - Para os surdos e quem deseja se comunicar com eles, o DPCD coloca à disposição o serviço de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), presencial ou on-line. O órgão conta com uma central especializada nesse recurso de comunicação e que também promove rodas de conversação em Libras para surdos e ouvintes. Por ano, o serviço presta cerca de 10 mil atendimentos.
Transporte Acesso - Pessoas com deficiência de alto grau de complexidade que precisam se deslocar a serviços de saúde e socioassistenciais não continuados podem usar os ônibus Acesso. Os veículos pegam os pacientes em casa, deixam no serviço indicado para atendimento e, de lá, os levam de novo para casa. Para requerer o serviço e passar por avaliação, é necessário preencher o formulário disponível no Cras – o Centro de Referência de Assistência Social mais próximo.
Mercado de trabalho - Quem quer trabalhar e encontra dificuldade para se colocar no mercado, pode encontrar vagas exclusivas para pessoas com deficiência no Setor de Empregabilidade. Outra alternativa são as ações de empregabilidade promovidas pelo DPCD, em que empresas interessadas promovem processos seletivos. A próxima acontecerá em agosto, na Rua da Cidadania do Pinheirinho.
Assessoria jurídica – Presta informações relacionadas a leis e direitos para pessoas com deficiência como esclarecimentos relacionados ao BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou curatela (representação legal de maior incapaz). No caso de necessidade de processo judicial, encaminha para a Defensoria Pública ou o programa Justiça no Bairro.
Atendimento psicossocial – Atua em casos de risco e de violação de direitos. Pode ser demandado pelas pessoas com deficiência, seus familiares ou pela comunidade. O órgão identifica o problema, além de oferecer serviços, fazer visitas domiciliares e prestar orientações, agindo articuladamente com os diferentes órgãos da administração municipal. Atua com o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e com o Ministério Público.
Eventos - O DPCD também promove palestras e rodas de conversa sobre temas de interesse da pessoa com deficiência. Mercado de trabalho, novas tecnologias e inclusão em programas sociais estão entre eles.
Publicações - Voltado para toda a sociedade, o órgão também oferece cartilhas sobre serviços, direitos, legislação e capacitismo, entre outros. Elas podem ser requisitadas ao DPCD pelo 41 3221-2262 ou baixadas do site da entidade.
Turismo acessível - Pensando também em quem vem conhecer Curitiba, acaba de ser lançado o projeto multimídia Curta Curitiba Na Palma da Mão. Destinado aos cegos, ele reproduz em 3D miniaturas de ícones dos principais atrativos turísticos da cidade. Ação é uma parceria com o Instituto Municipal de Turismo e o FabLab da Fundação de Ação Social (FAS), que imprime as peças.
Serviço
O DPCD fica na Rua Schiller, 159, no bairro Cristo Rei. O órgão funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. O telefone é 41 3221-2262.