Curitiba teve mais de um motivo para comemorar o Dia Mundial da Saúde Mental, nesta quinta-feira (10/10). A data marca também os 20 anos da organização da atenção à saúde mental no município.
Por isso, o Memorial de Curitiba se tornou palco de apresentações culturais, exposições e mostras de trabalhos que contam a trajetória da política de saúde mental curitibana.
“Lidar com a saúde mental é lidar com o que nós temos de mais complexo, medos, afetos, angústias, lidar com a alma das pessoas. Não há exames que deem conta disso”, disse a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, ao pedir uma salva de palmas aos profissionais que trabalham na rede.
Convívio social
A fonoaudióloga Emília Thofehrn, 42 anos, encontrou no Centro de Atenção Psicossocial Infantil do Boa Vista o acolhimento que precisava para a filha de 14 anos.
“Fico emocionada em dizer que minha filha está sendo reinserida na escola e no convívio social. A minha vida se transformou, estou muito feliz”, disse Emília, que também pontuou a importância de ter acesso a toda uma rede de cuidado.
“É bom contar com a rede de apoio completa, isso aumenta nosso vínculo e fortalece nossa esperança. Cada dia é uma luta, um aprendizado. Juntos vamos vencendo”, disse Emília.
O serralheiro Fabian Ailton, 34 anos, conta com a ajuda diária da equipe do Caps Portão para se livrar da dependência química. “A dependência não é uma coisa fácil de se curar, não é de um dia para o outro. E o apoio do Caps nesse dia a dia é o que vai nos ajudando”, contou.
Ampliação de acesso
A medida da atual gestão em 2018 de adotar o sistema de territorialização dos Caps se mostra uma decisão assertiva. Levar o tratamento para perto das casas das pessoas com sofrimento psíquico ampliou o acesso e a adesão aos tratamentos. “Avançamos no cuidado das pessoas com a implantação dos Caps distritais e capacitação das equipe”, comemorou a secretária.
Outro avanço no ano foi o lançamento da primeira edição da Linha Guia da Saúde Mental. O documento traz diretrizes clínicas para atenção em saúde mental na Atenção Primária em Saúde, para nortear os serviços que integram a Rede de Atenção Psicossocial de Curitiba.
Em 2019 a rede ganhou reforço com a inauguração do Caps Tatuquara, também no perfil de atendimento territorial.
Rede de serviço
A rede de saúde mental de Curitiba é estruturada seguindo o modelo de Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que possibilita variados pontos de atenção para acolhimento e tratamento de pessoas com transtornos mentais e usuárias de drogas. O objetivo é consolidar um modelo de atenção aberto e de base comunitária. “Nós trabalhamos para ofertar além de tratamento, acolhimento digno e humanizado”, explica a coordenadora de Saúde Mental, Flávia Adachi.
A oferta inicia com ações na Atenção Primária à Saúde na unidades de saúde. Passa pela oferta de tratamentos nos ambulatórios, Centros de atenção psicossocial – CAPS, conta também com aporte da urgência emergência para casos mais graves, e quando necessário internamentos a possui o suporte hospitalar.
Presenças
Participaram do evento o vereador Pier Pretruzziello, o diretor do Políticas Sobre Drogas, Cristiano De Bastiani, e a representante do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba, Maria Lúcia Gomes (Malu).