Os servidores da Prefeitura de Curitiba que participaram do I Seminário ESG, nesta quarta-feira (13/3), no Salão de Atos do Parque Barigui, estão voltando para seus locais de trabalho estimulados a aprimorar antigas práticas. O evento foi promovido pelo Imap (Instituto Municipal de Administração Pública) para sensibilizar as equipes sobre a inclusão das dimensões ambiental, social e de governança – da sigla ESG, em inglês – na rotina profissional. Eles querem que os resultados alcancem toda a cidade.
“É um convite para pensar e ser diferente, considerando as diferenças e como atuar a partir delas”, opinou a profissional de saúde Miho IIkuta, da equipe do Distrito Tatuquara da Secretaria Municipal da Saúde. Outro desafio, para ela, é sensibilizar o público a ter atitudes responsáveis em situações como o enfrentamento à dengue. “Assim vamos poder transformar nosso trabalho de levar a informação em pacto coletivo com a comunidade. Vamos fazer melhor”, acrescentou.
Respeitando as diferenças
Igualmente entusiasmado estava o fiscal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente Odilon Adriano de Oliveira.
“Assim que ouvi a mensagem, imediatamente comecei a repensar o trato com o público, em especial com quem é mais vulnerável. Como foi dito aqui, é a parte da sociedade mais afetada pelos reflexos da desigualdade e da exclusão social. Precisamos de mais oportunidades como essa”, completou Odilon.
O servidor se referia à palestra da especialista Cláudia Coser – uma das convidas a apresentar o tema e, no final, debater com os participantes. “Esse pensamento inclusivo precisa fazer parte da gestão da empresa ou do órgão público, começando como compromisso até se tornar algo natural, pois tudo está interligado no bem-estar das três vidas”, disse, referindo-se às pessoas, organizações e ao planeta.
Cláudia fez uma pausa para elogiar o lançamento, pelo Imap, de dois cursos de especialização inéditos nas áreas de políticas públicas voltadas para direitos da pessoa com deficiência e para mudanças climáticas. “É o marco de que a gestão pública se ocupa de áreas que, em boa parte do mundo, ainda são desconsideradas”, afirmou.
Refugiados do clima
O pilar ambiental da proposta ESG foi abordado pelo professora Daniele Denes. Para enfatizar seu peso na formulação de políticas públicas, citou números da Agência das Nações Unidas para Refugiados, a Acnur.
“Dos cerca de 110 milhões de refugiados espalhados pelo mundo, perto de 20 milhões são pessoas que não puderam permanecer em seus locais de origem por causa de alguma forma de adversidade climática”, disse Daniele.
Para impedir que a ação humana continue inflando aqueles números, observou, empresas e governos precisam entender o papel da proposta ESG como processo em constante movimento. “Ela é o filme, e não a foto”, definiu.
Também participaram do evento o presidente do Imap, Alexandre Matschinske, que fez a abertura do evento; o diretor de Desenvolvimento Institucional do órgão, Bernardo Zanini Fadel; e a diretora da Escola de Administração Pública Cidade de Curitiba, Cintia Cargnin Cavalheiro Ribas.