Os ônibus elétricos da Volvo, apresentados nesta terça-feira (29/8) e que entrarão em testes nas linhas Inter 2 e Interbairros II nos próximos dias, representam mais um passo da Prefeitura de Curitiba na estratégia da mudança da matriz energética do transporte público, que tem como janela de oportunidade a nova concessão dos serviços, a partir de 2025.
“Avançamos para a descarbonização e o que já conseguimos é indizível. Alcançamos a recuperação econômica de Curitiba e lutaremos para que este legado não tenha diminuição. Nesse sentido, os ônibus com emissão zero representam um futuro melhor”, afirmou o prefeito Rafael Greca.
“Trabalharemos até o último momento para que quem seja contra esse processo seja debelado, porque a descarbonização é essencial para a cidade de Curitiba e futuro do nosso planeta, porque não há um Planeta B. Há a Terra”, reforçou o prefeito curitibano.
A ação de Curitiba é planejada e tem como alicerce o Programa de Mobilidade Sustentável da cidade, que soma US$ 227,1 milhões em investimentos externos nos projetos do Inter 2 e do BRT Leste-Oeste financiados, respectivamente, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o New Development Bank (NDB), banco dos BRICS, com contrapartidas do município.
Detalhes desse processo em andamento foram pontuados pelo presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, no Parque Barigui, no evento de apresentação do BZL, o primeiro modelo de ônibus elétrico da montadora para o Brasil e a América Latina.
“Costumamos dizer que em Curitiba o desenvolvimento vem de ônibus, por conta dos investimentos que o nosso modelo de transporte atrai para a cidade. Aqui surgiram as canaletas exclusivas, que deram origem aos BRTs. Aqui também a eletromobilidade está atrelada ao planejamento integrado ao uso do solo, ao sistema viário e ao transporte coletivo”, afirmou Jamur.
O presidente do Ippuc destacou a necessidade da recuperação de passageiros para o sistema de transporte e frisou que o foco da gestão é um planejamento consistente que deixe um legado para a cidade. São componentes do Programa de Mobilidade Sustentável a descarbonização com vistas à adaptação às mudanças climáticas, o maior investimento na mobilidade ativa e em tecnologia baseada em dados.
“Temos que dar um salto qualitativo no transporte para termos mais usuários e tarifas mais justas. Não se trata de uma ação isolada, pontual, mas integrada ao planejamento”, reforçou Jamur.
Programa de Mobilidade Sustentável
No evento de lançamento do ônibus elétrico da Volvo, Jamur apresentou os dois projetos de eletromobilidade em implantação em Curitiba: do Inter 2, que soma US$ 133,4 milhões, dos quais US$ 106,7 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e US$ 26,7 milhões em contrapartidas municipais e o projeto do BRT Leste-Oeste, em que serão investidos US$ 93,75 milhões, somados o aporte de U$ 75 milhões do New Development Bank (NDB) mais US$ 18,75 milhões de contrapartida municipal.
“Com base no planejamento inclusivo trabalhamos para que o transporte coletivo se sobreponha ao individual. Nossos projetos são orientados ao desafio de oferecer uma opção aos cidadãos de, pelo transporte público, reduzir tempo de percurso para que seja possível chegar em casa ou ao trabalho mais rápido, com qualidade e conforto”, disse o presidente do Ippuc.
Segundo o presidente da Volvo Buses na América Latina, André Marques, o foco da empresa se alinha ao desafio do fortalecimento do transporte público planejado por Curitiba. “Nosso grande desafio é fazer com que as pessoas, de maneira consciente, deixem seu carro em casa e optem pelo transporte público. Temos uma longa história com Curitiba no desenvolvimento de sistemas de transporte público que são exemplos para o mundo. Aplicando essa experiência buscamos poder atender a cidade e reafirmar o nosso compromisso com Curitiba e com esse povo com quem convivemos e trabalhamos”, afirmou o executivo da Volvo.