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Educação

Projeto "Bullying não é Brincadeira" é implantando em mais 33 escolas da rede

Palestra "Bullyng não é brindadeira". -Na imagem, os alunos Ana Carolina e Samuel Adriano. Curitiba, 22/03/2016 Foto:Cesar Brustolin/SMCS

Um grupo de 200 profissionais da rede municipal de ensino de Curitiba participou na tarde desta terça-feira (22) de um seminário promovido pela Secretaria Municipal da Educação, no Centro de Formação Continuada, para lançar a terceira etapa do projeto "Bullying não é brincadeira". Criado há dois anos para promover o respeito às diferenças, às singularidades e evitar a violência entre estudantes, o projeto será implantado em mais 33 escolas, totalizando 144 unidades da rede municipal integradas, com mais de 70 mil crianças e estudantes envolvidos.

O grande número de escolas integradas ao projeto reforça o trabalho desenvolvido em toda a rede municipal de ensino há alguns anos e está em consonância com a lei Nº 13.185, que passou a vigorar em fevereiro e estabelece o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) no Brasil. A coordenadora da Coordenadoria de Atendimento às Necessidades Especiais (CANE), Susan Ferst, ressaltou a necessidade de as escolas envolverem os estudantes e a comunidade escolar na busca de soluções que previnam o bullying. “Este assunto integra o cotidiano pedagógico das escolas. Devemos colocar o estudante como protagonista de ações eficazes para a formação e desenvolvimento de uma cultura de paz”, disse Susan.

 A lei obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate ao bullying, caracterizado como "todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, ocorrido sem motivação evidente, praticado por um indivíduo ou um grupo, contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimida-la e agredi-la". A lei também considera como intimidação sistemática o isolamento social premeditado, expressões preconceituosas, apelidos pejorativos e utilização de materiais virtuais para depreciações alheias.

O projeto "Bullying não é brincadeira" foi elaborado em 2014 para garantir respeito no ambiente escolar a partir da sensibilização dos estudantes sobre as diferenças individuais, da promoção da cultura de respeito às singularidades e diversidades, às deficiências e as necessidades educacionais específicas. O projeto é apresentado nas escolas a partir de cinco personagens - Nina, Lilo, Max, Teco e Lisa – que ajudam professores a desenvolverem estratégias para sensibilizar as crianças e suas famílias sobre as diferenças individuais encontradas nos espaços educacionais. 

As escolas inseridas no projeto recebem o kit com manual de orientação e bonecos dos personagens para servirem de ponto de partida para as ações que são desenvolvidas em cada unidade considerando as características de cada público. O quinteto é fictício, mas características de cada um deles podem ser encontradas nas unidades escolares. Lilo é pessoa com autismo, o colega Teco tem deficiência visual, Lila não ouve e não fala, enquanto Max é usuário de cadeira de rodas. Devido ao tratamento de uma leucemia, Nina perdeu os cabelos e é careca.

A partir do projeto, as escolas desenvolvem práticas eficazes para o combate ao bullying com trabalho integrado do tema às atividades desenvolvidas em todos os componentes curriculares de ensino. Teatro, narrativas, júri simulado, campanhas de vacinação anti-bullying e para conscientização estão entre as ações colocadas em prática por meninos e meninas nas escolas.

No seminário foram debatidos os temas "Bullying", a partir da palestra profereida pela Doutora Cineiva Campoli Tono, e "Cyber Bullying", realizada pela professora Adriana Tavares Svidnicki.  Um da escolas já integradas ao projeto é a Escola Municipal CEI Ulysses Silveira Guimarães, no Boa Vista. A professora Anelise Nico Paes desenvolve um trabalho que estimula a participação dos  alunos como líderes no combate ao bullying. A intenção, explica a professora, é fazê-los refletir sobre o tema e propagar o assunto em sala de aula. “É preciso empreender ações de reflexão e mudança de atitude”.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), é dever das instituições de ensino estabelecer medidas de conscientização e prevenção, e cabe ao Ministério Público criar mecanismos de responsabilização para quem pratica o bullying.