O Ganchinho, na região sul da cidade, está de cara nova. Desde a chegada de novos moradores, a partir de março do ano passado, o bairro ganhou mais movimento nas ruas e uma paisagem diferente. O responsável pela transformação foi o programa habitacional do município, que, em 2013, entregou 2.572 unidades no local.
As unidades estão concentradas numa área de 257,5 mil metros quadrados ao lado do Bairro Novo, entre a rua Eduardo Pinto da Rocha e o Contorno Leste. Até 2010, parte deste local estava ocupada com lavoura de soja e, hoje, abriga prédios de apartamentos e conjuntos de casas e sobrados.
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São 10 empreendimentos construídos com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida e destinados a famílias que estavam inscritas no cadastro da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) ou foram reassentadas de áreas de risco.
Entre os empreendimentos entregues em 2013 no Ganchinho, há seis condomínios de apartamentos (os Residenciais Parque Iguaçu I e II, Buriti, Ipê, Novo Bairro IV e V) e quatro conjuntos de casas e sobrados (os Residenciais Parque Iguaçu III, Novo Bairro I, II e III).
O investimento na construção das 2,5 mil unidades somou R$ 117 milhões, repassados por meio da Caixa Econômica Federal, que contrata e administra as obras do programa Minha Casa, Minha Vida.
O município, que havia concedido incentivos fiscais e construtivos para a realização dos projetos, ficou responsável pela complementação da infraestrutura local, com obras como a pavimentação de ruas. Parte dos equipamentos de uso comunitário previstos para atender à demanda das famílias que estão se instalando no bairro já está funcionando, como uma creche e um Armazém da Família. Há previsão para a construção de mais duas creches e duas escolas.
Origem
As famílias atendidas com as novas residências do Ganchinho são, em parte, originárias de áreas de risco cadastradas pelo serviço social da Cohab. Elas estão morando nos Residenciais Novo Bairro I, II, III e IV. Outros três empreendimentos, os Residenciais Parque Iguaçu I e II e Buriti, foram destinados a famílias da fila, com renda de até R$ 1.600 mensais – a chamada faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida.
Para a faixa 2 do programa, que engloba famílias com renda entre R$ 1.601 e R$ 3.275, foram reservados os Residenciais Novo Bairro V e Ipê. O complexo de empreendimentos do bairro inclui ainda o Residencial Parque Iguaçu III, que tem uma ocupação mesclada com famílias da fila (faixa 1) e reassentados de área de risco. A área dos novos Residenciais tem também um empreendimento, o Araçá, com 224 apartamentos, que foi entregue no ano passado para famílias da faixa 2 do programa Minha Casa, Minha Vida.
“O projeto do Ganchinho contempla a diversidade de tipologia habitacional, com casas, apartamentos e sobrados, dividindo o mesmo espaço, e tem também a mistura de rendas, que são características que observamos nos bairros que se formam naturalmente e isso contribui para a consolidação daquela área da cidade como uma região de moradia”, diz o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues.
Plantação na cidade
O terreno que abriga hoje os Residenciais Parque Iguaçu I, II e III (que, juntos, têm 1.411 unidades) foi ocupado entre 2005 e 2010 por uma plantação de soja. A lavoura, em área plana e seca, chegou a render o equivalente a 75 sacas por hectare, que é considerada uma produtividade acima da média.
Quando a obra dos Residenciais foi iniciada, em janeiro de 2010, a plantação sumiu e deu lugar às máquinas que faziam terraplanagem e abriram as ruas. Depois, chegaram os operários que trabalharam nas construções e, agora, chegam os novos moradores.
Quem cuidava do plantio era Edevandro Caetano Momoli, que arrendava o terreno de seu antigo proprietário. Ele permaneceu na área mesmo depois da chegada das máquinas e dos operários e assistiu à transformação do bairro. Isso porque Edevandro foi contratado pela empresa construtora para fazer a vigilância dos canteiros de obras.
Ele ficou no Ganchinho até a entrega dos últimos apartamentos e casas, no início deste mês. “Agora está tudo modificado. Virou quase uma cidade”, diz ele.