Após dez meses na linha de frente da pandemia do novo coronavírus, chegou a hora dos 12 mil profissionais que atendem pacientes covid-19 em hospitais e UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) de Curitiba receberem a primeira dose da CoronaVac. No Pavilhão da Cura, no Parque Barigui, a esperança foi um sentimento unânime nesta segunda-feira (25/1), início da vacinação para mais esse grupo prioritário.
São pessoas como as técnicas em enfermagem Patrícia Lopes e Lilian Nunes, que trabalham na UTI do Instituto de Medicina, um dos três hospitais exclusivos de covid-19 da cidade. “Estamos desde o início trabalhando na ala covid, e agora com a sensação de alívio, de esperança para seguir em frente, com o trabalho e com a vida”, contou Patrícia.
Elas moram em Fazenda Rio Grande e trabalham em Curitiba. O agendamento feito pelo aplicativo Saúde Já funcionou sem problemas. “Baixei o aplicativo, preenchi os dados do campo covid e recebi a mensagem com o dia e horário. Achei bem tranquilo”, conta Lilian.
A Secretaria da Saúde de Curitiba agendou para este primeiro dia da vacinação dos profissionais da linha de frente, 700 pessoas. Até o fim de semana, o Pavilhão da Cura estará com sua capacidade máxima de atendimento, podendo vacinar até 6 mil pessoas por dia.
O espaço arejado conta com 52 salas de vacinação equipadas com insumos, lixeiras para descarte de material, pia para limpeza das mãos, álcool, algodão e computador para registro on-line dos dados da vacinação.
“Achei ótimo concentrar a vacinação num espaço só, e aqui é bem seguro, organizado, porque fazer esse tipo de vacina nas Unidades de Saúde não iria mesmo dar certo nesse início, pelo risco de aglomeração, principalmente. A Prefeitura acertou em trazer para cá”, disse Helena Heloísa, técnica de enfermagem da ala covid-19 do Hospital Santa Cruz e também da UPA Boqueirão, que virou um hospital de retaguarda de covid-19 na cidade.
Com 50 anos de profissão, o médico da UPA Boqueirão Dorivam Celso Nogueira, disse que a vacina representa a chance de escapar de uma nova contaminação. Ele teve covid-19 no ano passado e ficou uma semana com suporte de oxigênio.
“Estou aqui feliz da vida porque já tive covid-19 e não recomendo a ninguém. A vacina é uma força a mais para vencer a pandemia e para escapar de passar por isso uma segunda vez”, disse Dorivam Celso Nogueira, médico da UPA Boqueirão.
A estimativa da Secretaria Municipal da Saúde é de que até o dia 3 de fevereiro sejam vacinados com a primeira dose da CoronaVac todos profissionais da linha de frente.
Outro grupo prioritário que está sendo vacinado em Curitiba são os idosos, moradores e funcionários de Instituições de Longa Permanência, como asilos.
“Nossa estrutura de vacinação é uma das melhores do país, mas as pessoas precisam ter paciência e entender que estamos priorizando os mais vulneráveis e expostos ao novo coronavírus. As vacinas estão chegando aos poucos, mas todos serão imunizados”, disse a secretária da Saúde, Márcia Huçulak.
Aplicativo Saúde Já
O agendamento da vacinação, de acordo com as listas enviadas, será via aplicativo Saúde Já. O profissional receberá uma mensagem com a data e horário da vacinação.
O aplicativo oferece as opções de Aceitar a agenda, Reagendar ou Recusar (a vacina). O reagendamento só pode ser feito apenas uma vez.
As direções dos hospitais foram comunicadas pela Secretaria da Saúde para orientarem os profissionais a baixarem o aplicativo e fazerem o cadastramento. O Saúde Já pode ser encontrado nas lojas virtuais das plataformas Google Play ou Apple Store. Pelo site www.saudeja.curitiba.pr.gov.br também é possível fazer o cadastramento e receber o agendamento.
Para profissionais da Região Metropolitana que trabalham em Curitiba nesses hospitais, o aplicativo permite o cadastramento numa versão mais simples, apenas para a funcionalidade da vacina.
Caso algum profissional desse grupo de linha frente tenha dificuldade com o cadastramento no aplicativo, pode ligar para a Central de Teleatendimento (41) 3350-9000. A Secretaria da Saúde acrescentou na central um serviço exclusivo para orientações sobre a vacina da covid-19 na capital.