Se seus filhos frequentaram o Centro Municipal de Educação Infantil Centro Cívico depois do ano 2000, você deve conhecer Sônia Maria Schwarszbach, a Tia Sônia. Servidora municipal há quase 27 anos, ela ingressou no quadro como auxiliar de serviços de creche e depois de um tempo passou a ser professora de educação infantil. No CMEI Centro Cívico, ela ajudou na educação dos filhos de muitos servidores, já que inicialmente a unidade atendia somente filhos de funcionários da Prefeitura.
“Nesses anos todos, eu cuidei de muitas crianças. E eu sempre encontro meus alunos e os pais deles por aí. Quando vou ao [Edifício] Delta, por exemplo, é ‘oi, Tia Sônia’ pra cá, ‘oi, Tia Sônia’ pra lá. Eu dei aula para vários filhos de servidores”, relembra.
Nesta segunda-feira (3/1) será publicada a portaria de aposentadoria da professora, que encerra sua carreira como servidora ativa.
Junto com o início da aposentadoria, em janeiro, Sônia vai completar 70 anos, e deixa o CMEI orgulhosa pelo serviço que prestou. “Eu fiz muitos amigos aqui, conheci pessoas que vou levar para a vida toda. Saio da Prefeitura feliz, com a sensação de dever cumprido”, comemora ela, que pela primeira vez na vida vai se afastar do Centro Cívico, bairro em que nasceu, morou e trabalhou.
Vida no bairro
Tia Sônia chegou ao CMEI Centro Cívico há 21 anos, e ali encontrou o local onde um dia foi sua casa, literalmente. Ela e a família moraram no mesmo terreno que hoje dá lugar ao centro educacional.
“Antes de morar aqui, eu já morava no terreno logo atrás. Me mudei para a casa em que hoje é o CMEI aos 4 anos, e fiquei até meus 15. Depois, eu e a minha família nos mudamos para o outro lado da rua”, relata Tia Sônia, que acompanhou de perto o desenvolvimento do bairro Centro Cívico. Ela conta que viu o prédio da Assembleia Legislativa ser construído, e que quando era pequena toda a região que hoje abriga os principais órgãos do governo do estado era residencial.
Durante 25 anos, ela morou em uma casa na Rua Mateus Leme, também no Centro Cívico, junto com a família do marido. Era ali que ela residia quando entrou na Prefeitura e começou a trabalhar no CMEI Vila Pinto. Depois, também passou pelos CMEIs Vila Hauer e Vila Nori, e em 2000 conseguiu ser remanejada para mais perto de casa, no CMEI construído no mesmo terreno em que ela morou.
Tia Sônia ainda tem fotos de sua infância na casa que se tornou seu local de trabalho, e por meio dos registros, relembra sua trajetória. Ela guarda fotos com a irmã, com os primos, e com os pais. Em um vídeo gravado em 1981, em que ela acompanha os filhos brincando na Praça Nossa Senhora de Salete, Sônia demonstra que o bairro sempre esteve presente em sua vida. “Eu sempre levava minhas crianças para brincar ali. A gente se encontrava com os vizinhos, com os amigos, era muito gostoso”, recorda.
Família de servidores
Sônia ingressou no quadro de servidores aos 42 anos, e foi a primeira da família a trabalhar na Prefeitura. Prestou concurso público sem pretensões, passou e, como ela mesma define, “foi um acerto na vida”.
Ela deixou a sala de aula em 2016, devido a um quadro de artrose, e então passou a integrar a equipe de assistência pedagógica do CMEI.
Mãe de quatro filhos, apenas um deles não seguiu seus passos. As outras três filhas, Cíntia, Ana Lúcia e Juliana, também se tornaram servidoras. Sônia cursou magistério aos 50 anos, enquanto já trabalhava, e fez toda a formação junto com a filha Juliana. Estudavam na mesma sala, e hoje ela também é professora de rede municipal de Curitiba.