Está começando a funcionar, no Centro de Curitiba, o serviço destinado a acolher e atender pessoas negras vítimas de racismo, intolerância religiosa e xenofobia. É o Centro de Referência Afro (Creafro) Enedina Alves Marques, lançado pelo prefeito Rafael Greca, nesta quarta-feira (29/11).
“Nesse espaço, que foi sede do Clube Curitibano e onde bailou em sua festa de formatura como engenheira nossa Enedina Alves Marques, colega de turma do meu pai, vamos oferecer atendimento intersetorial, psicológico e jurídico, e toda a articulação das políticas públicas da Prefeitura. É aqui que começa a se materializar a criação do Creafro”, disse Greca, ao lado da primeira-dama, Margarita Sansone.
“Juntos, vamos enfrentar com energia a discriminação e apoiar quem for vítima dela, porque o racismo existe e precisa ser combatido”, completou Margarita, entusiasta da iniciativa.
Sede provisória
Instalado na Rua Barão do Rio Branco, entre XV de Novembro e Marechal Deodoro, o serviço que homenageia a primeira mulher negra do Brasil a se graduar em Engenharia Civil já está sendo estruturado para ser a sede provisória do Creafro. A definitiva funcionará em uma casa antiga, na esquina das Ruas Paula Gomes com Duque de Caxias, no bairro São Francisco. O local será revitalizado e estará em condições de ser ocupado até o fim do primeiro semestre de 2024.
Além de atendimento psicológico e jurídico, o Centro oferecerá atividades comunitárias como grupos de discussão, palestras e capacitações sobre a etnia negra - todas abertas ao público em geral - e eventos temáticos. A programação será gratuita.
Origens
A iniciativa integra as políticas de Direitos Humanos de Curitiba para a comunidade negra e parda. É uma consequência da adesão do município ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), em 2018, e da implementação do I Plano Municipal de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Plamupir 2022-2024).
Também responde a demandas do Conselho Municipal de Política Étnico-Racial (Comper) e da comunidade, por meio da consulta pública Fala Curitiba. A proposta de criação do órgão foi apresentada na Câmara Municipal pela vereadora Giorgia Prates, do PT, como sugestão do Poder Executivo. Antes, foi discutida com Greca e Margarita. A vereadora participou nesta quarta do evento de lançamento do Creafro Enedina Alves Marques.
Para o público
O espaço vai funcionar de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Para ser atendido, basta pedir agendamento por meio do telefone (41) 3221-2714. Em breve, haverá outros canais de comunicação com o Creafro. O órgão será coordenado pela pedagoga Valéria Pereira da Silva, da equipe da Assessoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Apir) da Prefeitura.
“É uma conquista importante para Curitiba, a capital com o maior número de pessoas autodeclaradas pretas e pardas na Região Sul”, disse a assessora da Apir, Marli Teixeira Leite. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2022, negros e pardos somam 24% do 1,77 milhão de habitantes da cidade, o que representa aproximadamente 425 mil pessoas.
Presenças
Também participaram da solenidade de lançamento do Creafro o vice-prefeito de Curitiba e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel; a sub-defensora pública do Paraná, Olenka Lins e Silva Martins; o secretário de Governo Municipal e presidente do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), Luiz Fernando Jamur; a assessora de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres, Elenice Malzoni; o presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), José Lupion Neto; o presidente da Curitiba S/A, Marcelo Frehse; e o superintendente da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Júnior.
Serviço
Centro de Referência Afro (Creafro)
Rua Barão do Rio Branco, 45, 2º andar, Centro
De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
(41) 3221-2714