A estação-tubo Itajubá, localizada na Avenida República Argentina, na estrutural sul do corredor de transporte de Curitiba, será a primeira da cidade a testar a sustentabilidade energética a partir células fotovoltaicas.
Os testes nas duas estações (sentidos centro-bairro e bairro-centro) serão iniciados em 2022 e fazem parte de contrato, formalizado nesta semana, entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“Caminhamos para colocar em prática o conceito de sustentabilidade na estutura do transporte de Curitiba”, ressalta a coordenadora do setor de Transportes e Mobilidade do Ippuc, Olga Prestes.
Com aporte de R$ 243.455,51 em recursos da Prefeitura, a UFPR será a responsável pela elaboração do projeto elétrico, aplicação e o monitoramento pelo período de um ano, com entrega de relatórios mensais.
O trabalho integra as prioridades da Prefeitura, como parte dos programas estratégicos Viva Curitiba Tecnológica, Viva uma Nova Mobilidade Urbana e Viva uma cidade mais Sustentável, definidos no plano de governo 2021-2024 vinculados à geração de energia limpa, referendada pelo Planclima, e à sustentabilidade energética no transporte.
O laboratório do Grupo de Dispositivos Nanoestruturados (DiNE/UFPR) ficará responsável por fazer acompanhamento técnico de todo o projeto, desde a instalação ao monitoramento do desempenho dos módulos solares de cada uma das duas estações-tubo.
Prova de conceito
Os testes a serem realizados pela UFPR seguirão prova de conceito já concluída pela Universidade, da geração energética a partir de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos, chamados de OPV (Organic Photovoltaics) em estações-tubo, com base em estudos aplicados desde 2018 em uma estação cedida pelo município. Nos testes realizados pela UFPR, a energia gerada pelos painéis solares em um mês foi de aproximadamente 80 kWh, ou 7,3 kWh/m2 por mês.
Serão instalados módulos OPV de fabricantes diferentes nas duas estações-tubo Itajubá. As estações foram escolhidas pela localização estratégica quanto à insolação e por estarem situadas no eixo sul que está sendo requalificado para receber o Ligeirão Norte-Sul.
O laboratório DiNE/UFPR ficará responsável por fazer acompanhamento técnico de todo o projeto da instalação ao monitoramento do desempenho dos módulos solares de cada uma das duas estações-tubo. O projeto terá a gestão da física e analista em Ciência e Tecnologia da universidade, Anna Gabriella Tempesta, e supervisão da professora-doutora Lucimara Roman, do DiNE.
Próximos passos
Uma vez que a tecnologia seja validada em reais condições de uso e que se tenha um comparativo do desempenho dos módulos OPV de dos dois fabricantes, a Prefeitura Municipal de Curitiba poderá utilizar o relatório técnico para reproduzir o projeto em outras estações-tubo e corredores de transporte, entre eles o Leste-Oeste que está sendo projetado para operar com ônibus elétricos.
A contratação da UFPR pelo município se deu por dispensa de licitação, atendendo a Lei Federal 8.666/93, art. 24, inciso XIII, que prevê a “contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos”, nos moldes do decreto municipal 610/2019.