Curitiba deu início, nesta terça-feira (24/9), à parte prática do convênio com o laboratório Senseable City Lab (SCL), do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), para dotar a cidade de ferramentas de suporte ao ordenamento urbano. Os trabalhos foram abertos com uma palestra de Ricardo Álvarez, pesquisador no SCL e doutorando do MIT em sistemas de infraestrutura urbana com Inteligência Artificial (I.A.).
O evento, no auditório do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), reuniu técnicos da Prefeitura e professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Universidade Positivo (UP), que farão parte do trabalho a ser desenvolvido em Curitiba pelos próximos dois anos.
“Estamos aqui em um encontro de saberes. Um evento para compartilhar o conhecimento e transformá-lo em prática para o benefício de todos os curitibanos”, disse o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur, na abertura do evento.
Ele destacou que a parceria com o Laboratório do MIT se soma à experiência de Curitiba como uma cidade de vanguarda. “As demandas da população são desafios que nos ensinam dia após dia e que nos direcionam à melhor escolha”, completou Jamur.
Convênio
O convênio com o Senseable City Lab (SCL) foi firmado em julho deste ano pelo prefeito Rafael Greca e o presidente do Ippuc. Dando sequência ao plano de trabalho estabelecido será realizado um workshop, até sexta-feira (27/9), na sala de situação do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).
O seminário é coordenado por Fábio Duarte, professor da PUCPR e pesquisador sobre Cidades e Tecnologias no Senseable City Lab e conta com a participação de técnicos da Prefeitura e dos professores Jorge Tiago Bastos, da UFPR; Yumi Yamawaki, da UTFPR; Paulo Nascimento Neto, PUCPR e Mônica Alzamora G. Calado, da Universidade Positivo.
Os subsídios desta semana de trabalho serão a base para a elaboração do relatório Senseable Local Guide, com os dados de Curitiba. A síntese do workshop deverá ser apresentada ao final do encontro, na sexta-feira (27/9).
Ao longo do convênio de dois anos, serão definidas e formatadas as ferramentas de suporte à cidade e haverá o acompanhamento do processo por missões técnicas do SCL.
Inteligência Artificial
“O futuro das cidades será o nosso futuro”, afirmou o pesquisador Ricardo Álvarez em sua palestra.
Ele explicou que Senseable City Lab tem uma série de projetos aplicados ao redor do mundo, desenvolvidos a partir da base de dados existente, de pesquisas de campo e com o suporte de plataformas digitais disponíveis.
A Inteligência Artificial (I.A.) se aplica a esses processos, com a utilização de robôs, veículos autônomos e outras ferramentas dotadas de câmeras e sensores para identificar o conjunto de elementos da dinâmica urbana e mapeá-los.
Entre os exemplos de trabalhos aplicados do Senseable City Lab com o uso da A.I. e o suporte de plataformas existentes, como o Google Street View estão o Treepedia, de mapeamento e inventário de zonas verdes urbanas, o Underworlds, de coletas de amostras de esgoto por robôs, em Boston, Kwait e Seoul para comparar as “assinaturas bacteriológicas” e definir uma base de dados de controle de saúde nesses ambientes urbanos; o Hubcab/NYC, mapeamento de origem-destino dos táxis de Nova Iorque, pelo qual verificou-se a possibilidade da redução da frota (minimum fleet) com o compartilhamento de viagens, e também o The Copenhagen Wheel, projeto de Bicicleta Inteligente na capital da Dinamarca e o Roboat, de botes autônomos para Amsterdam.