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Direitos Humanos

Prefeitura e embaixador discutem apoio a haitianos em Curitiba

Prefeito Gustavo Fruet recebe o embaixador do Haiti, Madbem Cherubin. Curitiba, 17/11/2014 Foto: Jaelson Lucas/SMCS

O acesso à educação de nível superior e o acolhimento social foram os principais temas do encontro entre o embaixador do Haiti no Brasil, Madsen Chérubin, e o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, na tarde desta segunda-feira (17), na sede da Prefeitura.

Em visita a Curitiba desde domingo (16), o embaixador agradeceu a acolhida que os haitianos têm recebido na cidade e ressaltou que a principal dificuldade para a integração dos imigrantes é o idioma e a necessidade de trabalhar a equivalência de diplomas. “Estamos trabalhando para buscar a equivalência e homologação dos diplomas de nível superior para que possam dar continuidade ao estudo, trabalhar nas suas áreas e, na medida do possível, ter a abertura de vagas nas universidades”, disse Chérubin.

A necessidade de trabalhar a integração e realizar o devido atendimento aos casos de denúncia de violação dos direitos humanos à comunidade haitiana foi outro ponto destacado durante o encontro. “Se aqui é a pátria mãe gentil, isso significa inclusão e respeito aos direitos humanos. Leve a Brasília que aqui há um canal de respeito e diálogo com todas as instituições. A única coisa que não admitimos é preconceito e discriminação”, afirmou o prefeito em seu pronunciamento. O encontro contou com a participação de haitianos que vivem em Curitiba e teve a execução do hino nacional do Haiti e do Brasil.

O Paraná e Santa Catarina são apontados como os dois estados com maior número de imigrantes haitianos no sul do País. No Paraná estima-se que são cerca de 8 mil. De acordo com o embaixador haitiano, há entre 45 mil e 50 mil haitianos radicados hoje no Brasil.

A presidente da Casa Latino Americana (Casla), Gladys Renee de Souza Sanches; e a líder da Associação de Haitianos, Laurete Bernardin, disseram durante o encontro que outra situação de grande demanda que surgiu é a vontade de muitos haitianos de retornarem ao seu país de origem. “Precisamos da ajuda da embaixada porque há muitos que querem retornar e gostaríamos de buscar uma solução conjunta”, afirmou Gladys, que no encontro representou a Comissão de Refugiados e Imigrantes da Ordem dos Advogados do Brasil Paraná (OAB/PR).

Ela ressaltou que a Casla, entidade que atua com questões de imigração, não tem como custear a viagem de retorno de haitianos, já que não possuem recebimento de verba de nenhuma fonte. “Estamos redigindo uma proposta de política migratória municipal que deverá ser entregue ao prefeito no próximo mês”, declarou a presidente da entidade. O embaixador e o prefeito informaram que não há soluções imediatas, mas que estarão empenhados na busca de parcerias para a solução dos problemas dos haitianos.

A presidente da Casla lembrou ainda que tem encontrado na Prefeitura, através da Assessoria de Direitos Humanos do Gabinete, o apoio necessário para o avanço das políticas públicas. “Temos que garantir o direito de ir e vir, a inclusão social dos imigrantes e o respeito aos seus direitos”, concluiu Gladys.

“É um privilégio receber esse encontro na Prefeitura. Temos desafios imensos e cada vez mais aumenta a pressão para dar respostar às demandas sociais. Através da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, que tem a frente nossa vice-prefeita, Mirian Gonçalves, já foram encaminhados mais de 400 trabalhadores haitianos para o mercado. As crianças estão sendo atendidas na creches, na educação infantil e no ensino fundamental, além de todo o trabalho de acolhimento que vem sendo realizado pela FAS. Este é um desafio permanente e reafirmamos o nosso compromisso”, disse Fruet.