Representantes da Prefeitura, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e do consórcio Oficina-Gpo-Rhein-Addax encerraram nesta quinta-feira (6/2) uma programação de três dias de reuniões de trabalho sobre a formatação da nova concessão do transporte coletivo.
A nova concessão prevê a modernização do sistema, a reestruturação dos serviços de mobilidade da Rede Integrada de Transporte (RIT) e a descarbonização gradual da frota, com forte aposta em ônibus elétricos. Durante os três dias, técnicos debateram a estruturação econômico-financeira, a operação do transporte coletivo e o projeto de eletrificação da frota e rede de recarga.
“Temos um conjunto de decisões a tomar nos próximos meses que vão impactar o transporte coletivo pelos próximos 15, 20 anos. O nosso objetivo é encontrar a melhor estruturação econômico financeira e oferecer um serviço eficiente e de qualidade. E vamos fazer audiências públicas para apresentar à população as propostas de mudanças, vamos ter total transparência no processo ”, destacou o prefeito Eduardo Pimentel.
“Queremos uma tarifa justa, um transporte eficiente, sustentável e com um tempo de deslocamento menor, para que o cidadão possa sair mais tarde de casa e chegar mais cedo ao seu destino. Isso é qualidade de vida”, completou.
A nova concessão do transporte coletivo de Curitiba será a primeira do País elaborada de forma estruturada, já na sua origem, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética.
“A elaboração do projeto de Curitiba traz uma complexidade maior porque prevê a transição energética efetiva, com uma tecnologia nova, que necessita de uma estrutura de recarga, com investimento, tempo de vida dos veículos, manutenção e amortização totalmente diferentes do modelo que temos atualmente. Este ineditismo fará de Curitiba exemplo para o País e por isso a responsabilidade com o tema, que precisa ser muito debatido para que a Prefeitura possa tomar decisões com segurança” diz o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto.
A meta é que 33% da frota de ônibus de Curitiba seja formada por veículos zero emissões até 2030, percentual que alcançará 100% em 2050.
Em 2020, Curitiba concluiu seu Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima), pelo qual foi firmado o compromisso de o município se tornar neutro em emissões e resiliente aos riscos climáticos até 2050. Um dos cenários estudados para alcançar a neutralidade de carbono prevê que 85% dos deslocamentos sejam feitos por transporte coletivo e compartilhado, a pé ou de bicicleta até 2050.
Além do modelo a ser adotado – se concessão convencional ou Parceria Público-Privada (PPP), estão em discussão a abrangência, regras de atuação, frota, integração, investimentos, remuneração, garantias e prazos do novo contrato. O novo modelo vai substituir o atual, que foi assinado em setembro de 2010 e que tem validade de 15 anos.
Encontro produtivo
Ana Zornig Jayme, presidente do Ippuc, destacou a importância do ciclo de encontros por reunir diferentes perspectivas e expertises da Prefeitura, do BNDES e do consórcio. "Essa etapa é fundamental para impulsionar o processo, que ainda passará por uma série de definições essenciais para a elaboração do novo contrato de concessão a ser proposto no edital", afirmou.
Para Arlindo Fernandes, diretor da Oficina Engenheiros Consultores Associados, líder do consórcio, os três dias de programação permitiram avanços importantes. “Foi fundamental a participação dos secretários e técnicos da Prefeitura para que pudéssemos avançar em algumas decisões para prosseguir no processo, que será ainda de muito trabalho”, disse.
Segundo ele, as equipes do consórcio têm, toda a semana, duas reuniões com a Prefeitura e uma com o BNDES. “Esse encontro foi uma oportunidade para discutir conceitos, tirar dúvidas e ainda pautar temas estratégicos”, completou Isabella Muller, gerente de projeto no BNDES.