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Diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Paulo Lucca, fala sobre o trabalho no Bairro Alto.
A Prefeitura de Curitiba iniciou, nesta sexta-feira (30/1), o serviço de limpeza e desassoreamento do Rio Atuba, um dos principais cursos d’água da cidade. A ação faz parte das medidas preventivas para reduzir alagamentos no período de chuvas intensas, e começou no ponto de encontro do Rio Atuba com o Rio Bacacheri, próximo à Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Bairro Alto.
Com a ajuda de uma escavadeira mecânica, a equipe trabalha na remoção de ilhas de sedimentos que bloqueiam o fluxo do rio. Também será retirado o grande volume de lixo descartado irregularmente dentro do leito e nas margens. A ação deve se estender pelas próximas semanas.
O acúmulo de sedimentos e lixo no rio pode comprometer o escoamento das águas, aumentando o risco de enchentes e alagamentos em bairros como Bairro Alto, Tarumã, Cajuru, Capão da Imbuia, Boa Vista, Bacacheri, Atuba e Uberaba.
Drenagem urbana
O Rio Atuba tem um papel essencial na drenagem urbana de Curitiba, uma vez que recebe águas de diversos afluentes e marca o limite da capital com os municípios de Pinhais e Colombo.
Segundo o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), Paulo Lucca, essa remoção é essencial para manter a capacidade de vazão da água.
“Estamos retirando sedimentos que se acumulam e comprometem o escoamento, aumentando a vulnerabilidade dessas áreas a alagamentos”, explicou Lucca.
Resto de materiais de construção, móveis, pneus e lixo orgânico descartados nas ruas acabam sendo carregados pelas enxurradas e também vão parar no rio. Vale ressaltar que, atualmente, a cidade inteira é coberta pelo sistema de coleta de lixo, que passa por todas as ruas de Curitiba.
Mão na consciência
Morador do Bairro Alto há 12 anos, o empresário Edson Luiz Vieira considera a ação essencial para evitar transtornos causados pelos alagamentos. “A limpeza em dia ajuda muito a impedir que a água saia da caixa do rio e invada a rua e as casas. É importante também a conscientização da população para cuidar do rio”, destacou Vieira.
Valdecir de Moraes, funcionário de uma das empresas contratadas pelo município para a execução da limpeza, contou que fica preocupado ao perceber o descaso de parte da população com a preservação dos rios. “A gente trabalha um dia e quando volta no outro já está cheio de lixo. E tem de tudo: pneu, colchão, guarda-roupa, são toneladas de lixo. O pessoal tem que pôr a mão na consciência e ver que o rio é bonito, ainda tem peixe, tem vida, mas que está morrendo”, desabafou.
Em outro ponto da cidade, no Boqueirão, segue a limpeza e desassoreamento iniciado no início e janeiro, no Rio Belém, outro importante rios da capital, que corta 37 bairros da cidade.
O trabalho é coordenado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) e integra as medidas da Prefeitura para preparar a cidade para o caso de eventos climáticos extremos.
“As mudanças climáticas nos fazem conviver com chuvas cada vez mais intensas. Neste cenário, o cuidado com os rios é crucial para evitar inundações e prevenir possíveis danos às comunidades que vivem em áreas suscetíveis a alagamentos”, explica o secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur.
Além da limpeza dos rios, a Prefeitura reforça a importância da participação da população para evitar o descarte irregular de resíduos, um dos principais fatores que comprometem a drenagem natural da cidade. A população pode colaborar fazendo o descarte correto nos 13 endereços de Ecopontos distribuídos pela cidade, e denunciando irregularidades pelo telefone 156.