Quarenta e três projetos em andamento para melhorar a inclusão de pessoas com deficiência na rotina da cidade foram agraciados, nesta terça-feira (3/12), com troféus e certificados de boas práticas entregues pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência (DPCD) da Prefeitura.
O evento coincidiu com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e também foi marcado pela performance de artistas surdos do grupo Fluindo Libras. A iniciativa concorreu ao prêmio e foi classificada entre as Boas Práticas.
“São iniciativas de alto nível e com capacidade para inspirar mais inovação para o segmento”, disse a diretora do DPCD, a professora e psicóloga Denise Moraes. Essa é a segunda edição do Prêmio Viva Inclusão, que nasceu em 2018 para acontecer a cada dois anos, mas teve a periodicidade afetada pela pandemia de coronavírus.
O prêmio é uma iniciativa do DPCD para identificar e reconhecer iniciativas locais. Desta vez, foram destaque iniciativas voltadas às áreas da cultura, mobilidade, comunicação, pesquisa e desenvolvimento, esporte e também acessibilidade, nas áreas pública e privada.
Destaques e Boas Práticas
Foram classificados como destaques e receberam troféus as seguintes iniciativas:
A Gibiteca e suas ações voltadas ao autismo - projeto com ações de inclusão, capacitação e difusão do autismo promovidas pela Gibiteca de Curitiba, da Fundação Cultural, com iniciativas como a exposição a(u)rtistas, produção de graffiti, edições do “picnic autista”, palestras, debates e bate-papos sobre atendimento, produção de publicações e frequência de autistas nos seus 20 cursos, parte deles como bolsistas.
Aplicativo Seeway - projeto acadêmico de um aplicativo comandado por voz e GPS que auxilia pessoas com deficiência visual no transporte público, informando rotas e alertando motoristas. Criado pelo grupo G2k, atua nas áreas de segurança e acessibilidade.
Casa Consultoria - empresa de pesquisa e desenvolvimento de ações para acessibilidade cultural junto aos públicos cego e com baixa visão. É uma empresa fundada por quatro mulheres especialistas e mestras em suas áreas, acreditando que, por meio do afeto e da sensibilização, pode-se desenvolver uma sociedade mais acolhedora e acessível pela ocupação dos espaços artísticos-culturais.
Coletivo Inclusão - o grupo hoje atua em quatro estados, atendendo semanalmente quase 2 mil pessoas em oficinas culturais, paradesporto, assistência social e equoterapia. Essas ações impactam a vida de pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade, promovendo oportunidades e construindo um futuro mais diverso e inclusivo.
Fluindo Libras - difusão da arte e cultura surda com protagonismo surdo. Envolve uma produtora cultural bilíngue de arte surda e uma equipe de artistas, intérpretes (ouvintes e surdos) que atuam no cenário teatral, audiovisual e literário, traduzindo e produzindo conteúdo artístico em Libras. Circula em diversas estéticas surdas e usa recursos bilíngue e bicultural em Libras, propondo um olhar por intermédio dos saberes surdos e o traduzir como espaço de transformação. A língua de sinais é protagonista e a cultura surda, o motor do seu fazer artístico.
Fênix Basquete CWB - projeto que acredita no poder transformador pelo esporte.
MON para Todos/Pessoas Autistas - programa de acessibilidade do Museu Oscar Niemeyer voltado ao público autista e seus familiares. Desenvolvido por pessoas autistas, o programa oferece ferramentas que auxiliam a inclusão do público neurodivergente na programação cultural de Curitiba.
Multiplano: a matemática na educação inclusiva - recurso pedagógico que promove a comunicação entre o professor e todos os estudantes, permitindo criar cenários de investigação. Tangendo a matemática, destaca os significados dos temas e propicia sair do simbolismo para a prática, tornando a matemática um instrumento de sucesso pessoal e profissional.
Priorização e Atendimento Individualizado para Pessoas com TEA e Deficiências no Atendimento Laboratorial - iniciativa que se pauta na importância da humanização, priorização e atendimento individualizado da pessoa com TEA no atendimento laboratorial, para reduzir estímulos sensoriais que possam desencadear desregulação e crise.
Profissional de Apoio em Espaço Museológico (Museu do Holocausto) - oferece acompanhamento especializado aos visitantes, com foco em pessoas com deficiência, neurodivergentes e alunos com necessidades educativas específicas. Os profissionais são treinados para oferecer mediações adaptadas, promovendo a inclusão de todos.
Receberam certificados 43 projetos:
“@prazersoupcd”; “Atendimento gratuito de reabilitação para pessoas com deficiência física”; Clubinhos de Recreio: espaços de brincar inclusivos”; “Composteira com minhocas californianas – uma ação Terapêutica e pedagógica no ensino de educação ambiental”; Conexões neurodivergentes - e-book Autismo na Vida Adulta”; “Empregabilidade de pessoas com deficiência: mais que inclusão, um compromisso social”; “Facilita Pais”; “Fanfarra Apae Curitiba”; “Fortalecer é preciso, Brasil!”; “Horta pedagógica Apae”; “Inclusão e aventura”; “Inclusão PCD”; “Iniciação ao esporte paradesportivo”; “Linguagens das práticas da docência na Educação Especial de Curitiba – (auto) cartografia e pesquisa Rizoma”; "Nada sobre nós sem nós: a perseguição às pessoas com deficiências durante o Holocausto"; “Mediação Cultural: o Paço da Liberdade e seu entorno”; “Memória e acessibilidade”; “Mesário voluntário para Pessoas com Deficiência”; “Monte Seu Prato”; “Mudo adaptado”; “Museu neuro-intensivo”; Orquidário Apae; “Pipoca e inclusão”; “Práticas de retenção dos colaboradores com deficiência e desenvolvimento dos colaboradores em diversidade e inclusão”; “Programa Trilhando Caminhos”; “Semana da Diversidade”; “Sive: Aplicativo de Transporte Inclusivo”; “Um sim para a inclusão previdenciária” e “Zouk Produções”.
Premiando a inclusão
O prêmio é aberto à participação de profissionais e estudantes da área, gestores públicos, pesquisadores, organizações da sociedade civil (OSC) e comunidade, com trabalhos sobre saúde, educação, lazer, cultura, trabalho, esporte, acessibilidade, vida autônoma e garantia de direitos.
Todos os 51 inscritos foram avaliados por um comitê formado por cinco especialistas. Para conceder os 43 certificados e 10 troféus para os que foram considerados destaques, eles levaram em conta vários requisitos. Entre eles estão o alinhamento com os princípios da Convenção sobre os direitos da Pessoa Com Deficiência e da Lei Brasileira de Inclusão, o caráter inovador, a possibilidade de replicação e a relevância dos resultados.
Também participaram do evento o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Júnior Ongaro, e o vereador e pessoa com deficiência física Pier Petruzziello, além de ativistas do segmento.