A Escola Municipal Joana Raksa, no bairro Caximba, que atende 850 estudantes, está recebendo obras de reforma e ampliação. A iniciativa da Prefeitura de Curitiba é para expandir a oferta de ensino e oferecer uma estrutura de qualidade para os curitibinhas da região extremo Sul da cidade. A unidade atendes turmas de educação infantil, primeira etapa do ensino fundamental e educação de jovens e adultos.
Localizada no número 99 da Rua Francisca Beralde Paolini, a escola é a mais distante do Centro entre as 185 da rede municipal de ensino e foi inaugrada em 2004.
A intervenção agora consiste em quatro novas salas de aula, novo refeitório, quatro sanitários (sendo dois com vestiários), depósito, cisterna para incêndio, área para prática de capoeira e calçadas em paver (blocos de concreto), totalizando 580 m² de área construída.
A ampliação da Escola Joana Raksa faz parte do Projeto de Gestão de Risco Climático do Bairro Novo da Caximba, financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), a partir de um projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
"Curitiba, cidade inteligente, está ganhando um bairro inovador e sustentável, que terá na escola reformada e ampliada um ambiente de aprendizagem adequado e acolhedor, proporcionando melhores condições de aprendizado às crianças da região", diz Rodrigo Araújo Rodrigues, secretário municipal de Obras Públicas.
Capacidade ampliada
Atualmente, a escola conta com 14 salas de aula, laboratório, quadra poliesportiva coberta e biblioteca. Com maior capacidade de atendimento, a escola ficará apta a receber os estudantes filhos das famílias que serão reassentadas no novo bairro em construção na região.
“Teremos novos equipamentos públicos, que serão concentrados na área entre a Francisca Beraldi e a Delegado Bruno de Almeida. A escola reformada, nova unidade de saúde, CRAS e CMEI vão completar o conjunto de serviços da administração para o Bairro Novo da Caximba”, explica o arquiteto Mauro Magnabosco, coordenador do projeto no Ippuc.
A execução das obras está a cargo da empresa Alpha Construções e Serviços Ltda, com sede em Três Lagoas (MS), vencedora da licitação lançada em novembro de 2022. As atividades são fiscalizadas pelo Departamento de Edificações da Secretaria Municipal de Obras Públicas.
A previsão é de que os serviços, iniciados na segunda quinzena de abril, sejam concluídos em fevereiro. No momento, estão em andamento os serviços de escavação para a execução dos blocos de fundação e baldrames, etapa fundamental para o avanço do projeto.
A secretária municipal de Educação, Maria Sílvia Bacila, destaca a importância do investimento do município para atender as famílias da região. “A rede municipal de ensino investe no pedagógico, na qualificação dos espaços e infraestrutura dos equipamentos”, diz Maria Sílvia.
Segurança dos estudantes
De acordo com Fulvio Covacci, engenheiro da Smop, fiscal da obra, o desafio na execução da obra é realizar os serviços mantendo o funcionamento da escola. "Para garantir a segurança dos estudantes e profissionais da educação, a área onde os serviços são realizados está isolada, e o acesso de trabalhadores e crianças é independente. Também aproveitamos o período de recesso escolar, agora em julho, para adiantar as obras", diz Covacci.
Soluções construtivas
A ampliação da escola segue as mesmas soluções construtivas inovadoras e sustentáveis aplicadas na construção das unidades habitacionais, que estão em obras a cerca de 400 metros de distância da escola e para onde serão reassentadas famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade social e sanitária na Vila 29 de Outubro, ocupação irregular na Área de Preservação Ambiental das bacias dos rios Barigui e Iguaçu.
Outra similaridade é a contratação de mão de obra local, com a participação de familiares dos estudantes na obra. O pedreiro Renato Moraes Cunha, 40 anos, é um deles. Morador do bairro, ele foi contratado para a obra após um longo período de desemprego. Além da carteira assinada e a perspectiva de prover para a família, Cunha tem ainda outra alegria: contribuir para ampliar e requalificar a escola onde estuda o filho Pedro Arthur, de 9 anos.
"É muito bom trabalhar em algo que faz bem para a minha família, porque ganho o sustento, mas também porque vai deixar a escola do meu menino e dos filhos dos vizinhos mais bonita e melhor", conta Cunha.
Renato conta que trabalhar na obra da escola exige dedicação em dobro. "Me dá orgulho porque volta e meia, no recreio, pego meu guri espiando pelo muro o meu trabalho. Ele acena e dá para sentir que ele está feliz de me ver construindo o que vai ser para ele", completa o pedreiro.