Moradores da Vila 29 de Outubro, na Caximba, além de membros de diferentes áreas da Prefeitura de Curitiba, conheceram os detalhes do Plano de Ação de Gênero (PAG) do Bairro Novo da Caximba nesta sexta-feira (28/7). A estratégia de enfrentamento da violência e promoção de equidade de gênero envolve mais de 100 ações multissetoriais do poder público municipal. O PAG faz parte do Projeto de Gestão de Risco Climático do Bairro Novo do Caximba, financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
A construção do PAG começou em outubro de 2022, com o diagnóstico e pesquisa do tema, tanto na comunidade, como dentro da administração municipal.
“A partir daí, olhamos para o território e para as necessidades dos moradores para definir grupos prioritários e as principais demandas”, explica Elenice Malzoni, coordenadora da Assessoria de Direitos Humanos (ADH) da PMC, setor da Prefeitura que vai conduzir a implantação do PAG.
A identificação do perfil e demandas ajudou a determinar como público prioritário as mulheres, crianças e adolescentes da comunidade.
“Outro público prioritário são os funcionários da PMC que atuam no território. Esses servidores precisam de capacitação e suporte para ter o olhar se gênero em todas as ações planejadas”, explica Patrícia Betti, técnica da Apoena Ambiental, consultoria contratada pela AFD para a elaboração do PAG.
A partir do diagnóstico e públicos prioritários, as diversas áreas de atuação na Vila 29 de Outubro foram envolvidas na fase de capacitação para então pensar nas ações que serão implementadas durante a execução do Bairro Novo do Caximba.
Depois de quatro encontros, o PAG inicial foi elaborado.
Nesta sexta, o plano voltou a ser avaliado pela comunidade e receber os últimos ajustes das ações em nove diferentes eixos de atuação: Acesso à Educação e Informação; Autonomia; trabalho e geração de renda; Promoção da Saúde; Segurança alimentar e nutricional; Lazer, esportes, cultura e bem-estar; Mobilidade; Participação em espaços de tomada de decisão e Gestão Pública do PGRC.
Propostas
As propostas vão desde questões básicas de segurança, como iluminação em pontos de ônibus, passam por aspectos sociais e comportamentais , a exemplo de rodas de conversa sobre empoderamento e liderança, até chegar a abordagens de cidadania e saúde, como a formação em temática de Direitos Humanos nas escolas da Vila e articulação de parcerias com universidades para o atendimento psicológico de alunos da rede pública.
Para Karolllyne Nascimento, ouvidora da Defensoria Pública do Estado do Paraná, a iniciativa é fundamental para pautar as ações executadas pelo poder público. “São as mulheres que mais precisam e buscam ajuda para acessar seus direitos. Estar aqui é uma oportunidade de fazer a ponte entre a política pública e a pessoa que vai ser beneficiada”, disse.
A comerciante Lucilene Pedroso da Cruz, de 42 anos, também participou do workshop realizado no auditório da Rua da Cidadania do Tatuquara. Mãe de Maísa, de 5 meses, e mais três filhos, Lucilene acredita que o PAG vai trazer a inclusão do gênero em ações corriqueiras da comunidade, como o lazer, e também em outras áreas de desenvolvimento. “Importante ter esse cuidado com nossas crianças e adolescentes. Com encaminhamento e acolhimento nos cursos profissionalizantes, por exemplo. Tive parente negro que desistiu do Menor Aprendiz por causa da rejeição pela cor da pele”, conta.
Depois da rodada com a comunidade, o PAG será revisado para inclusão de propostas, pronto para ser executado.