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"Uma das casas vai ser minha"

Pedreiro de Curitiba constrói seu sonho no Bairro Novo da Caximba

Obras das unidades habitacionais do Bairro Novo do Caximba. Curitiba, 25/05/2023. Foto: José Fernando Ogura/SMCS.

Cada tijolo que o pedreiro Mauro Sérgio Soares de Faria, 45 anos, assenta nas obras do Bairro Novo da Caximba, no extremo Sul da cidade, tem um significado especial, porque ali está nascendo o seu novo lar.

Ele é um dos moradores da área de risco Vila 29 de Outubro chamado para trabalhar no projeto da Prefeitura que vai promover o desenvolvimento da comunidade local, com a transferência de famílias de uma área insalubre para novas casas, além de interromper a degradação do meio ambiente.

São diversas frentes em andamento no Bairro Novo da Caximba, entre elas a construção das novas moradias, tarefa que Mauro Sérgio faz com dedicação.

“Trabalho com zelo e gratidão. Cada tijolo que eu boto aqui é como se eu desse um passo para chegar mais perto do meu sonho que é o de ter uma casa própria, boa e segura para cuidar da minha família”, conta Mauro Sérgio.

O pedreiro integra o grupo de 65 moradores da região capacitados e contratados pela Sial Engenharia, empresa vencedora da concorrência pública para execução das obras. O processo de contratação de mão de obra local é mediado pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) a partir do Escritório Local do Caximba (ELO).

Mauro Sérgio está na linha de frente da construção de 509 unidades habitacionais em execução no momento que integram as primeiras 752 moradias da primeira etapa do projeto.

Avanço dos trabalhos

As casas estão em diferentes fases, sendo 56 já na etapa de alvenaria. No canteiro de obras os números impressionantes se somam à alegria das famílias que acompanham ansiosas o avanço dos trabalhos.

Já foram escavados 16.573 metros cúbicos de terra, executados 39 mil metros de estacas, empregados 96.374 quilos de aço e 4.075 metros cúbicos de concreto. A cada semana, cerca de 16 mil tijolos são entregues na obra e distribuídos para darem forma às novas moradias.

Paralelamente continuam os processos de estaqueamento e fundação em novas quadras, a preparação de platôs e a concretagem das estacas nos terrenos onde mais unidades habitacionais serão construídas. A intervenção contempla também pavimentação, redes de energia, água e saneamento, paisagismo e iluminação pública em LED.

Depois de prontas, as unidades habitacionais irão receber parte das 1.147 famílias que hoje ocupam a Área de Preservação Permanente (APP) do Rio Barigui.

Outras 395 moradias serão construídas nas próximas etapas do projeto e 546 famílias da área terão suas moradias regularizadas. No total, 1.693 famílias da Vila 29 de Outubro serão contempladas com o projeto.

Construções sustentáveis 

Cada unidade habitacional terá em média 50 m², com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, lavanderia e acesso individual para a rua. Todas serão construídas com sistema de energia solar on grid (conectado à rede da Copel, com compensação de energia gerada como crédito na conta de luz). Também terão reservatório para captação e reuso de água da chuva.

“Uma delas vai ser a minha, não sei qual, então capricho em todas, faço da melhor forma e fico imaginando o futuro aqui”, complementa Mauro Sérgio.

Ele vive há dez anos na Vila 29 de Outubro com a mulher e os três filhos, para quem deseja deixar a nova casa como herança, além do ensinamento da profissão. O filho maior de idade também foi contratado e trabalha na obra.

Até ser contratado, Mauro não tinha emprego fixo, vivia de trabalhos temporários, na maioria das vezes ajudando vizinhos a melhorar as habitações na área degradada. O novo trabalho, além de carteira assinada e conta em banco, que ele considera uma conquista, é também a oportunidade de trabalhar na casa da família e de boa parte dos vizinhos que também integram o projeto.

Resiliência urbana

O secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Araújo Rodrigues, destaca que as intervenções transformarão a área em uma referência nacional de resiliência urbana e práticas construtivas sustentáveis e avançadas.

“Para o resgate da dignidade dos moradores da Vila 29 de Outubro e ao mesmo tempo o combate aos efeitos climáticos estão sendo utilizadas tecnologias de pavimentação permeável, placas fotovoltaicas e reuso da água das chuvas nas casas, entre outras soluções construtivas inovadoras e sustentáveis”, explica Rodrigues.

Está previsto para iniciar nas próximas semanas, a construção da estação elevatória de esgoto da Sanepar que vai coletar o esgoto das famílias beneficiadas pelo projeto Bairro Novo da Caximba e bombear para outra estação elevatória no Rio Bonito, que encaminhará os resíduos para uma estação de tratamento da Sanepar.

Para liberar a área onde ocorrera a intervenção, a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) transferiu de maneira provisória 11 famílias que viviam na Vila 29 de Outubro. O grupo está recebendo o benefício auxílio-moradia, para que consigam arcar com custos de aluguel até que as primeiras casas do projeto fiquem prontas e eles sejam reassentados de maneira definitiva.

Projeto socioambiental

As obras do Projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo da Caximba têm o financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para promover qualidade de vida e dignidade para 1.693 famílias da Vila 29 de Outubro.

Além das casas e da reurbanização, o projeto prevê ainda um parque linear, obras de infraestrutura de água e esgoto, iluminação pública com LED e novos equipamentos de saúde, educação e assistência social.

O trabalho é coordenado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), com apoio da Unidade Técnico Administrativa de Gerenciamento (Utag) na área ambiental e de obras e da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), na área social.

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