“Curitiba bela sem maresia. Uma luz, a fé e sabedoria. Repleta de cor, toda flor. Ilha de vida e todo sabor”. Os versos fazem parte da poesia Curitiba 330 Anos, de autoria da médica pediatra e poeta Jacemar Cristina Rocha da Costa, 60 anos, que trabalha no distrito sanitário da Regional Portão.
Acriana, Jacemar nasceu em Rio Branco, mas veio para Curitiba há 40 anos para estudar medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e não deixou mais cidade.
“Todos os anos eu presto essa homenagem à cidade, mas este ano fiz especialmente pelo fato de serem 330 anos de Curitiba”, disse. Ela não poupa elogios para classificar a cidade que escolheu para trabalhar e viver.
“Curitiba é o meu segundo lar, uma cidade inovadora, que pensa no cidadão, um local confortável para viver. Eu vejo que as outras cidades mostram que conhecem a inovação, mas Curitiba tem a coragem de praticá-la”, definiu.
Ciência e arte
Jacemar ingressou como médica pediatra em 1993 e já atuou nas UPAs Fazendinha, Campo Comprido, Boqueirão e nas unidades de saúde Érico Veríssimo, Concórdia e Vila Feliz, entre outras.
Enquanto aguarda a aposentadoria, continua escrevendo nas horas vagas seus versos livres, poemas e acrósticos. “Medicina é uma ciência e uma arte porque envolve o estudo da doença e a arte do restabelecimento da saúde, ensinava G.H. Roger”, disse a médica, referindo-se ao autor francês.
Elogio do prefeito
Seu último livro, Jardim do Tempo, recebeu elogios do prefeito Rafael Greca.
“É um orgulho para Curitiba ter em seu quadro de servidores uma profissional como você, que, além de se destacar como médica pediatra, brilha no universo literário e nos encanta com a doçura dos seus poemas, tão cheios de ensinamentos e verdades”, disse Greca.
Como exemplo, o prefeito citou alguns versos da autora: “Uma atitude de amor cria a paz; um gesto de ternura conduz à luz; todo o esforço em prol bem refaz; toda compreensão iluminada reluz”.
16 livros publicados
A médica pediatra já publicou 16 livros. Sua primeira participação foi no livro Antologia dos Poetas Acrianos, lançado em 1986. Quando concluiu o curso de medicina, em 1990, lançou Nosso Grito no Tempo.
Em 2012, ganhou a medalha dos poetas acrianos e em 2016 ficou em terceiro lugar no concurso literário dos médicos do Paraná.
“Comecei a escrever principalmente ao retornar viagens que fiz ao longo da vida. Sempre escrevo poemas é um hábito que tenho desde criança”, contou.
Além das viagens, ela também busca inspiração nas músicas clássicas e nos livros. “Li todas as obras do Machado de Assis. Foi muito importante na minha formação, principalmente no enriquecimento da redação, fez toda a diferença. A literatura sempre foi muito importante na minha vida.”
Ela citou outros livros que considera importantes: Vida de São Francisco, de Tomás de Celano, o Livro do Caminho Perfeito, de Lao Tsé, e O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.