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Inteligência artificial

Parceria com MIT e Harvard propõe novas tecnologias em benefício dos usuários do transporte

Caderno produzido por mestrandos do MIT e de Harvard traz propostas de aplicação de Inteligência Artificial para melhorias no transporte de Curitiba.

 

A validação dos cartões transporte na saída das estações e terminais, não apenas na entrada ou embarque como é feito hoje, e o uso das estações-tubo como espaços de interação e troca de informações, por meio de sistemas digitais com Inteligência Artificial, são alternativas factíveis para permitir um benefício ainda maior aos usuários do transporte de Curitiba, como também para atrair mais passageiros e ainda como ferramenta ao planejamento da cidade.

A publicação Senseable City Guide (SCL) to Curitiba, produzida por acadêmicos do Laboratório de Cidades do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e de Harvard, com o suporte de informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a orientação de pesquisadores, traz um conjunto de sugestões para melhorar a vida de quem se desloca diariamente utilizando a Rede Integrada de Transporte (RIT).

"Por iniciativa do prefeito Rafael Greca, nossa cidade se transformou em um laboratório aberto à inovação. Há dois anos  formalizamos o convênio com o Senseable City Lab e abrimos uma janela para integração de equipes da Prefeitura de Curitiba com a academia internacional para a troca de experiências que fez nascer boas ideias", destaca o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.

São sete os modelos de utilização de Inteligência Artificial na Rede Integrada de Transporte de Curitiba desenvolvidos pelos alunos do SCL (Path, Pixels of Participation, A Piece of Tarots, Mobile Fresh, The BRSecurit, Respiração e Body Weight Planner). Todos têm como ponto comum a interação dos usuários nos espaços de transporte, por onde circulam milhares de pessoas diariamente.

Gamificação

Base dos sistemas propostos, a Inteligência Artificial é utilizada para oferecer benefícios aos passageiros por modelos simples de “gamificação” que preveem recompensas a cada vez que o usuário encostar o cartão no validador ao deixar o transporte.

Na sugestão Path, elaborada pelo mestrando em arquitetura, Ous Abou Ras, a proposta é a de um sistema de recompensa para incentivar os usuários para validar os cartões transporte nos desembarques. Esta ação possibilitaria aos passageiros acumular pontos para ser convertidos em incentivos.

Na proposta intitulada "Pixels de Participação", a arquiteta, designer Romy El Sayah, mestranda em Estudos em Tecnologia na Escola de Pós-Graduação em Design de Harvard, sugere a utilização da IA na coleta de informações com foco em duas características: fomento à maior participação cívica e promoção da arte local. A proposta é a de que os usuários do transporte possam, nas estações-tubo, elencar prioridades a partir do acesso, por QR-Code, a questionários de temas relacionados à cidade, ampliando os espaços de expressão popular. Com a finalização do elenco de respostas seria exposta a imagem digital da obra de um artista na própria estação-tubo.

Em seu trabalho "A Piece of Tarots", a arquiteta Yuxuan Lei, com especialização em interação multimídia, computação gráfica e tecnologia no espaço urbano, também propõe para Curitiba a implantação de um sistema de recompensa baseado na entrada e saída do passageiro no sistema de transporte. Trata-se de um modelo de gamificação em que cada vez que um passageiro usa as estações de BRT, pode coletar diferentes tipos de fragmentos de cartões de ônibus como se fossem peças de um quebra-cabeças. Ao completar o conjunto de peças, os usuários podem trocá-lo por viagens gratuitas ou ingressos a atrações turísticas e espetáculos culturais.

Segurança 

No projeto Mobile Fresh, o arquiteto Saeb Ali Khan, mestrando em Arquitetura em Design Urbano na Escola de Graduação em Design da Universidade de Harvard, propõe a utilização da tecnologia como reforço às ações de segurança alimentar da cidade, como uma espécie de upgrade do Mercadão da Família, que era o mercado volante da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. O modelo é o de um ônibus projetado para se transformar em um Mercado volante, podendo cobrir várias regiões da cidade, e cuja a localização pode ser rastreada pelo cidadão por meio de aplicativo para facilitar a chegada ao ponto mais próximo da residência.

A segurança no espaço urbano é a proposta desenvolvida pelo arquiteto Fei Xiong, mestrando na Escola de Pós-Graduação em Design da Universidade de Harvard no programa de MDes (Master in Design Studies). Em seu trabalho, Xiong propõe a interligação das estações de transporte e dos usuários do sistema aos órgãos de segurança com registro dos destinos, sistemas de alarme e resposta. O modelo propõe ainda que, por meio do acesso de um código QR-Code, os usuários do transporte possam formar grupos de passageiros com o mesmo destino, no chamado Scan & GO. A estação de BRT será um ponto de partida para a conexão dos “companheiros de viagem”. Para reduzir o risco de criminosos usarem o aplicativo, os cadastros teriam o monitoramento e verificação pelos órgãos de segurança.

Meio ambiente e saúde

Na proposta intitulada em português “Respiração”, a arquiteta Viviana Wei, mestranda na Escola de Design de Harvard, propõe transformar as estações de transporte em cápsulas de ar limpo, usando sensores eletrônicos para medir a qualidade do ar. O modelo prevê a utilização de sensores nas estações para detectar a qualidade do ar e acionar um sistema de filtragem por microalgas, quando necessário. Um sistema de led por cores (verde, amarela, laranja e vermelho) indicará o nível de qualidade do ar no ambiente. O modelo poderá ser integrado a um aplicativo que permitirá ao usuário monitorar a qualidade do ar em rotas específicas, bem como, pela integração de dados, permitir o monitoramento da qualidade do ar na cidade pelo setor público.

Mestre em Design pela Universidade de Harvard, Haoming Fu, propõe em seu trabalho a implantação nas estações-tubo de sistemas de monitoração do peso corporal. O registro de dados, além de incentivar as pessoas a hábitos saudáveis, pode oferecer aos sistemas públicos de saúde a oportunidade de mapear a taxa de obesidade em diferentes regiões da cidade.

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