Curitiba registrou 183 casos de dengue em janeiro de 2024. Do total, 18 são autóctones, ou seja, a contaminação ocorreu na cidade. Os outros 165 foram importados. Os dados são do último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
O número é sete vezes maior na comparação com janeiro de 2023, quando foram registrados 25 casos, todos importados. O ano passado inteiro teve 32 casos autóctones. Agora, em apenas um mês, o município contabiliza mais da metade das contaminações locais do ano anterior.
A região que concentra o maior número de casos autóctones, 13, é a do Distrito Sanitário (DS) Tatuquara, mas a SMS realiza ações do mutirão Curitiba Sem Mosquito em outros bairros do município para conter o avanço do Aedes aegypti.
Nesta sexta-feira (2/2), no bairro São Braz, terminou a primeira etapa da ação. Equipes de agentes de saúde e de endemias da Regional Santa Felicidade vistoriaram imóveis e levaram informações gerais sobre a dengue e os seus meios de transmissão.
“O mutirão é importante para esclarecer a comunidade sobre os riscos da doença e o que fazer para evitar focos do mosquito que transmite a dengue”, afirma a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Dos 35 quarteirões percorridos pelos agentes, uma das residências visitadas foi a de Lourdes Almeida de Lara, cheia de plantas. Os cuidados foram considerados impecáveis. “Eu acompanho as notícias. Não deixo pratinho com água debaixo dos vasos”, enfatiza a dona de casa.
Coleta
Na próxima semana, a Prefeitura de Curitiba vai passar com um caminhão em frente aos imóveis para coletar resíduos que possam servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti. O recolhimento será nos dias 5 e 6 (segunda e terça-feira).
Os mutirões são estratégias pontuais e de intervenção diante do acúmulo de resíduos com potencial para causar epidemias, mas Curitiba já conta com coleta regular de lixo orgânico, reciclável e materiais especiais - o que basta é cada um fazer sua parte.
No caso do mutirão Curitiba Sem Mosquito, os moradores devem colocar o entulho para fora do imóvel até a próxima segunda-feira (5/2). Resíduos de porte menor devem ser embalados ou ensacados antes do descarte.
O mutirão vai coletar objetos inservíveis (móveis, eletrodomésticos e entulhos), materiais recicláveis (garrafas, plásticos, ferros e metais recipientes), pneus, e resíduos orgânicos e restos vegetais embalados.
Materiais com peso ou volume elevado (como resíduos de construção civil), resíduos orgânicos e restos vegetais não embalados, resíduos tóxicos e perigosos (lâmpadas, medicamentos, pilhas e tintas) e veículos de transporte não serão recolhidos pela Prefeitura de Curitiba.
“O sucesso do combate ao mosquito depende da ajuda da comunidade. É por isso que pedimos para separar o entulho e aguardar a coleta”, reforça a coordenadora do programa municipal de Controle do Aedes da SMS, Tatiana Faraco.
No último mutirão, realizado no Campo de Santana – Rio Bonito, do DS Tatuquara, o total recolhido atingiu 33 toneladas depois de 22 viagens dos caminhões. Os números são da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), que realiza a ação em conjunto com a SMS.
Novas ações
Os próximos mutirões serão realizados no Cajuru, no Tatuquara e no Boa Vista. Neste sábado (3/2), às 9h30, uma força-tarefa da SMS volta ao Tatuquara em mais uma ação do Curitiba Sem Mosquito.
Os profissionais de saúde se concentram na unidade de saúde Monteiro Lobato. Eles vão percorrer o bairro para orientar os moradores sobre os cuidados para evitar o avanço da dengue.