“A sorrir/Eu Pretendo levar a vida/Pois chorando/Eu vi a mocidade perdida”
Cartola (1908-1980)
Os versos daquele clássico do samba já diziam que o sorriso fazia bem para tocar a vida em frente depois da perda de um amor. Celebrado em 18 de janeiro, o Dia Internacional do Riso foi criado para lembrar que ele também é bom para a saúde.
Ciente disso, a organização não-governamental (ONG) Nariz Solidário realizou uma visita especial ao Hospital Municipal do Idoso nesta semana. O grupo de palhaços voluntários percorre instituições de saúde, onde promove experiências de alegria junto a pacientes e acompanhantes.
Palhaçoterapia
O Nariz Solidário desenvolve a “palhaçoterapia” no local duas vezes por mês. Para a diretora técnica do hospital, Marina Bueno, o trabalho voluntário, além de nobre, traz benefícios para todos.
“De forma lúdica, eles mudam a rotina hospitalar, trazendo mais leveza e descontração a pacientes, acompanhantes e funcionários em um ambiente que invariavelmente lida com a doença”, descreve Marina.
Para a aposentada Diva Faria, de 78 anos, internada para tratar uma pneumonia, a presença dos palhaços emociona. Eles entram na enfermaria em que está alojada procurando pela “diva do hospital”. “Eles são muito bons, vem sempre me visitar e alegram meu dia”, conta Diva, segurando as mãos dos voluntários.
O coordenador da ONG, Eduardo Roosevelt, diz que os atores vão além de brincadeiras e palhaçadas. Segundo ele, há um trabalho de pesquisa anterior à visita, quando buscam por roupas de época, músicas antigas e até mesmo adaptam a forma de falar.
“Trazemos a linguagem do palhaço adaptada para o público idoso, o que faz com que ele resgate a memória afetiva e desenvolva um maior pertencimento à sociedade em relação a essas intervenções artísticas”, comenta Roosevelt.
Voluntariado
O hospital tem mais de 120 voluntários ativos - 62 são individuais e 65 divididos em cinco grupos: Tutores do Riso, Acorde de Amor, Nariz Solidário, Realeza da Alegria e Amigo Bicho.
São realizadas aproximadamente 2 mil horas de trabalho voluntário todo mês, com dedicação aos pacientes e familiares. Em média, os voluntários atuam por quatro horas semanais, de segunda a sexta. Eles têm funções como a de acolhedor, fazem visitas solidárias, capelania e acompanhamento de pacientes.