Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
US Xaxim

Pacientes têm êxito no tratamento da diabetes

Maurilio Francisco Bastos, paciente com diabetes cadastrado na US Xaxim, conseguiu reduzir as aplicações de insulina devido ao bom resultado do tratamento. Curitiba, 17/02/2012 Foto: Valdecir Galor/SMCS

Metade dos pacientes com diabetes tratados na Unidade de Saúde Xaxim, na Regional Boqueirão, está reduzindo as aplicações de insulina por conta dos bons resultados no tratamento da doença.  O quadro favorável foi apresentado, na semana passada, no primeiro encontro do ano das reuniões trimestrais dos grupos de diabéticos.

O grupo que recebe o tratamento na Unidade de Saúde Xaxim tem 100 pacientes e metade deste total está em condições de diminuir as aplicações diárias do hormônio.

A redução da dosagem do produto, que só pode ser decidida pelos médicos responsáveis pelo acompanhamento, está relacionada às principais condutas orientadas pelos profissionais de saúde: alimentação balanceada, prática de atividade física, uso correto dos medicamentos e controle da taxa de glicemia em casa, necessárias para o controle dessa doença crônica.

O cobrador de ônibus aposentado Maurílio Francisco Bastos, de 51 anos, é um dos pacientes com diabetes cadastrados na Unidade Xaxim que conseguiu reduzir a dosagem de hormônio. Bastos foi diagnosticado diabético em 2006, quando a doença o fez entrar em coma e passar 12 dias em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

Os motivos do adoecimento são hoje conhecidos e combatidos: alimentação rica em gordura e açúcar, sedentarismo e cigarro. “Estou indo tão bem que a minha médica disse que vai tirar a insulina e me dar um outro medicamento”, conta Maurílio, que acaba de se submeter a uma angioplastia, necessária para tratar uma cardiopatia que se desenvolveu em decorrência da diabetes.

Qualidade de vida - Se Maurílio perdeu peso – já teve 94 quilos e está com 77 - e ganhou qualidade de vida, divide a conquista com a esposa, Mariza, a filha Karoline e a equipe de saúde. “Elas me ajudam muito em casa, preparando a comida certa e me incentivando. E na unidade o pessoal é dez, fica em cima”, resume.

Mais importante do que diminuir a dosagem de insulina, chama a atenção o endocrinologista Alexei Volaco, do Programa de Saúde do Adulto da Secretaria Municipal da Saúde, é usá-la de acordo com a dosagem e a regularidade indicadas por médicos. “As pessoas precisam entender que usar insulina não é um problema, mas uma solução segura para uma doença que vai acompanhar o paciente vida afora e que pode se agravar sem ela”, observa.

Cuidados - Volaco também chama a atenção para o fato de as pessoas responderem de forma diferente aos mesmos cuidados. “Pode ser que outras pessoas façam exatamente como Maurílio e, no entanto, apresentem taxas superiores de açúcar no sangue e não possam prescindir da insulina”, diz. Além disso, frisa o médico, o fato de alguém ter a dosagem do hormônio reduzida não significa que ele nunca mais precisará usá-lo novamente. “Se houver uma descompensação, o médico pode e deve prescrever novamente ou aumentar a dosagem”, explica.

Cadastrados - Curitiba tem cerca de 40 mil pacientes cadastrados nos grupos de controle da diabetes, existentes em todas as unidades básicas e de Saúde da Família. Além de fazer consultas, exames e retirar medicamentos, os pacientes que frequentam esses grupos têm acesso a acompanhamento nutricional, indispensável para a reeducação alimentar e reelaboração da dieta; educador físico, para orientar a prática física regular e monitorada; farmacêutico, para auxiliar na medicação correta; psicólogo, para ajudar na aceitação da doença e nas responsabilidades que ela implica por parte do paciente; e fisioterapeuta, que ensinam os pacientes a cuidar dos pés, que podem ser afetados pela perda de sensibilidade e, ao sofrer lesões, favorecer a instalação de infecções. Esses profissionais, que também prestam atendimento a outros pacientes usuários da rede municipal de saúde, fazem parte dos 29 Núcleos de Apoio em Atenção Primária à Saúde (Naaps).