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Saúde

Orientação sobre ingestão correta de medicamentos

Usar corretamente a medicação prescrita pelo médico – e não simplesmente tomá-la de qualquer maneira - é essencial para o sucesso do tratamento. Para que isso aconteça, os pacientes devem levar em conta que os medicamentos são diferentes entre si e, por isso, devem ser tomados de acordo com as indicações recebidas ao sair do consultório e que também estão nas bulas contidas nas embalagens. Foto: Ricardo Almeida/SMCS


Usar corretamente a medicação prescrita pelo médico – e não simplesmente tomá-la de qualquer maneira - é essencial para o sucesso do tratamento. Para que isso aconteça, os pacientes devem levar em conta que os medicamentos são diferentes entre si e, por isso, devem ser tomados de acordo com as indicações recebidas ao sair do consultório e que também estão nas bulas contidas nas embalagens.

A dica é da farmacêutica Silmara Simioni, que trabalha em um dos quatro Núcleos de Apoio em Atenção Primária à Saúde (Naaps) do Distrito Boa Vista da Secretaria Municipal da Saúde.

Assim, ao invés de serem simplesmente deglutidos, exemplifica Silmara, comprimidos ou drágeas e cápsulas devem ser tomados com pelo menos meio copo de água. “A indicação não é por acaso. Essa é a quantidade mínima de líquido necessária não só para ajudar na deglutição, mas também na  dissolução do medicamento no estômago. Tudo bem se o paciente precisar de uma quantidade maior do líquido”, explica. 

No caso das crianças, a gotas das prescrições pediátricas também são melhor absorvidas quando diluídas em água, sem açúcar, ao invés de pingadas direto na língua ou dadas em colher.

Água - A água fria é o líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de todos os tipos de remédios. Isso porque, esclarece a farmacêutica, há alguns tipos que sofrem reação química sob a ação de leite, suco, refrigerante, café ou chá, comprometendo a sua eficácia e, em conseqüência, o bom resultado do tratamento. 

Há tipos de antibióticos, por exemplo, que reagem com o cálcio do leite, o que impede que suas substâncias ativas entrem na corrente sanguínea e produzam efeito. “Na dúvida sobre se o remédio que estamos tomando faz parte dessa lista, o melhor é um bom copo de água”, afirma.  

A água da torneira, do filtro, fervida ou mineral, limpa e fria, também é a melhor dica para dissolver sais de antiácidos – que devem ser tomados assim que se completar a diluição – e preparar medicamentos em suspensão. Silmara observa que, no caso das suspensões, é necessário preencher o frasco com água até o nível marcado na embalagem.

Se ao agitar a mistura resultar espuma, é necessário esperar que ela desapareça para checar se, de fato, a água está no nível indicado. Isso garante a homogeneidade da concentração do medicamento. Feito isso, ele deve ser conservado em geladeira e agitado antes da administração de cada dose.

Outras situações - Os medicamentos para combater a anemia, à base de ferro, fogem à regra. “Não que eles não possam ser ingeridos com água, mas esses itens são melhor absorvidos pelas hemácias (células vermelhas do sangue) quando associados a suco de limão ou laranja, que além de serem ácidos contêm vitamina C”, explica Silmara. 

Além de tomar seus remédios somente acompanhados dos líquidos mais adequados, há pacientes que precisam observar precauções adicionais. É o caso de quem sofre de hipotireoidismo – disfunção da glândula tireóide que reduz a produção do hormônio tiroxina e que precisa ser suprimida por meio do equivalente sintético. A tiroxina atua somente em jejum – daí a necessidade de o paciente precisar aguardar 1hora antes de tomar o café da manhã.  

Para quem sofre de refluxo, observa Silmara Simioni, há duas dicas importantes para minimizar o problema: aumentar a quantidade de água usada para tomar os medicamentos – o que ajuda a retê-los no fundo do estômago – e nunca deitar-se logo após ingeri-los. “Temos vários pacientes idosos que tomam medicação para osteoporose e relataram melhora ao seguir essas condutas”, diz.

Curso ensina sobre uso correto de medicamentos

As diferentes formas de administração dos diferentes tipos de medicamentos é um assunto tão sério que merece duas das oito aulas do curso oferecido, gratuitamente, pelo Núcleo de Apoio em Atenção Primária à Saúde (Naaps) 2 do Distrito Boa Vista da Secretaria Municipal da Saúde. O Naaps dá suporte às unidades Fernando de Noronha, Bacacheri, Abaeté, Tingui e Medianeira, além dos dois centros de atenção psicossocial (Caps) em funcionamento na área.  

A pretexto de se informar sobre reeducação alimentar, os participantes concluem o curso esclarecidos também sobre os cuidados com o uso de remédios e o descarte das sobras – como vidros de xarope e bisnagas de pomada pela metade. Esses produtos, que não devem ser usados porque podem estar contaminados, são recolhidos em caminhões que passam mensalmente pelos terminais de ônibus para recolher o material.  

Foi numa dessas oportunidades que a comerciante Romilda Paulina Kerecz Arruda, de 43 anos, aprendeu sobre os riscos da automedicação e o que fazer com as sobras. Ela passou três anos tomando analgésico, por conta, para curar uma dor nas costas.
Como a dor piorou de intensidade, procurou a Unidade de Saúde Bacacheri, de onde saiu com várias requisições para exames que diagnosticaram estresse muscular provavelmente causado pelo fato de Romilda movimentar objetos pesados e sem cuidados com a postura na pet shop da família, no Boa Vista.  

“Durante apenas doze dias tomei os remédios certos para o meu problema e agora estou livre da dor. No meu caso era uma coisa simples. Mas se fosse grave, o que poderia ter acontecido comigo e por culpa minha?”, reflete a comerciante, que passou a se relacionar de forma diferente com a própria saúde e a da família.  

Além da importância da medicação, durante o curso ela aprendeu com a fisioterapeuta do Naaps técnicas para proteger a coluna vertebral nas atividades de rotina. O próximo começará em fevereiro.

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