O UN-Habitat (programa das Nações Unidas para assentamentos humanos) e o Viable Cities (programa sueco de inovação estratégica à transição para cidades sustentáveis e neutras para o clima) anunciaram, nesta quinta-feira (20/1), em videoconferência transmitida a partir de Estocolmo, Suécia, os parceiros de Curitiba no projeto de zero emissão de CO2 e de promoção do desenvolvimento socioambiental no Vale do Pinhão e Vila Torres, no Rebouças.
Nove organizações do Brasil e do Exterior são finalistas em um processo que culminará com o suporte a Curitiba à formatação de um modelo de redução de gases do efeito estufa com foco na sustentabilidade energética, gestão de resíduos e mobilidade limpa e de baixo custo nas áreas definidas na proposta que habilitou a capital paranaense a participar do Climate Smart Cities Challenge.
“É nas cidades que a vida acontece. As melhores ideias apresentadas para Curitiba no Climate Smart Cities Challenge irão reforçar as políticas públicas de nossa cidade em favor da sustentabilidade urbana e humana. Curitiba é terreno fértil à inovação”, destaca o prefeito Rafael Greca.
O anúncio das entidades finalistas marca a terceira fase do Desafio Climático das Cidades Inteligentes. Ao todo serão seis etapas que envolvem ainda um processo de co-criação, entre fevereiro e maio de 2022; a fase de demonstração do planejamento, entre junho e novembro de 2022; até a etapa final, de demonstração do modelo a ser aplicado, entre 2022 e 2023. Em junho, um time será escolhido para dar sequência no processo, contando com aporte de cerca de 100 mil Euros à elaboração do modelo final.
O desafio busca a formatação de um portfólio de inovações conectadas, visando diferentes aspectos dos desafios climáticos e de sustentabilidade das cidades, com o objetivo de alcançar resultados múltiplos, em larga escala e transformadores que ajudem as cidades a se tornarem neutras em termos de clima e melhorar a vida dos moradores.
Finalistas
A lista dos finalistas alinhados à proposta de Curitiba foi escolhida por um grupo multidisciplinar formado por técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc); Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação; Urbs; Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA); PUCPR; UTFPR e integrantes da ONU-Habitat e Viable Cities. São eles: Ambiente Livre e Agentes do Meio Ambiente, do Brasil; Green Bricks, Chile; Smart Green Station; Allihop e Nudgd, Suécia; Marula Proteen, Holanda; SunEmission Solar Energy, India e Vacuum Gravity Energy, Ucrânia.
“O planejamento permite que Curitiba evolua em seu plano de desenvolvimento proposto. Ao agregar experiências, nossa cidade avança no propósito da sustentabilidade com vistas à qualidade de vida dos curitibanos”, reforçou o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.
Representando Curitiba na videoconferência que anunciou os finalistas do desafio a apoiar a proposta da cidade, a arquiteta do setor de Relações Externas do Ippuc, Daniele Moraes, destacou a importância de que os projetos selecionados contribuam com inovações em sustentabilidade e avanços para a meta da neutralidade de carbono em 2050, traçada pela Capital Paranaense.
Participam do Climate Smart Cities Challenge juntamente com Curitiba, as cidades de Bogotá (Colômbia), Bristol (Reino Unido) e Makindye Ssabagabo (Uganda). Os quatro participantes foram escolhidos após a chamada aberta com 58 inscrições de 54 cidades ao redor do mundo.
Parceiros
Dão suporte como responsáveis pelo Climate Smart Cities Challenge UN-Habitat, Viable Cities, Teknik företagen Vinnova, a Agência Sueca de Energia, Smart City Sweden e Business Sweden.
Olle Armstrand Dierks, representante da Viable Cities na organização do Climate Smart Cities Challenge, destacou a importância de acelerar iniciativas relacionadas às mudanças climáticas a partir da capacitação e promoção de processos inovadores em conjunto com as cidades interessadas. Segundo Dierks, o desafio tem por meta, ao todo, mobilizar 300 milhões de Euros em investimentos em projetos de prevenção aos efeitos das mudanças climáticas. “Sou muito grato à colaboração de todos os parceiros. Nada seria possível sem a parceria com as Nações Unidas, por intermédio da UN-Habitat”, reforçou o representante da Viable Cities.
Para Pontus Westerberg, do UN-Habitat, o desafio representa uma grande experiência de trabalho conjunto.
“As propostas das cidades e as apresentações dos finalistas superaram as expectativas. É um conjunto de participantes que inclui startups, especialistas em habitação, investidores, representantes da comunidade organizada e em soluções de energia limpa. O trabalho real começa agora. Queremos trabalhar com todos vocês para solucionar esta questão da crise climática”, frisou o representante da ONU-Habitat.
Maria Johansson, chefe de departamento da Vinnova (Agência Sueca de Inovação) ressaltou que o processo de co-criação de soluções inovadoras é necessário para contribuir para a neutralidade de carbono nas cidades. “Inovações técnicas são o que fazem deste desafio interessante e o motivo de a Innova apoiar essas iniciativas”.
Olga Kordas, diretora de Programas da Viable Cities, considera que é necessário alcançar o nível de um sistema de transformação nos diferentes níveis desde tecnologia, processos legais, investimentos e de conduta. “Isso significa que não se trata se uma única solução, mas de um portfólio de iniciativas para que cumpramos a nossa missão de fazer essa transição possível”, completou a diretora da Viable Cities.
Thomas Osdoba, diretor da Net Zero Cities, inatituição que tem por meta a neutralidade de carbono na Europa até 2030, considera que a mudança de conduta das cidades um grande desafio. “É um processo que envolve ações individuais e coletivas, planejamento, projetos e foco. Ao discutir os efeitos das mudanças climáticas com as cidades damos um grande passo à frente para apoiar os governos em novas iniciativas. As cidades têm que se manter aprendendo juntas e umas com as outras. Todos precisam participar”, disse.
Entre os apoiadores do desafio, também destacaram a parceria nos projetos pela neutralidade de emissões, a diretora de Cidades Inteligentes e Soluções da ABB, Marija Zima e a diretora de Relações Corporativas e de Sustentabilidade da Scania, Juliana Sá.
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