Com os testes dos ônibus elétricos, Curitiba dá mais um passo para conter as mudanças climáticas. De acordo com o último inventário de emissões de gases divulgado pela cidade, é o setor de transportes, com o uso de combustíveis fósseis, o maior responsável pelas emissões de dióxido de carbono equivalente.
O documento, publicado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente em 2019, foi a base da elaboração do Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), que a cidade passou a detalhar e colocar em prática no ano passado e que prevê, entre outras medidas, a mudança da matriz energética dos veículos do transporte coletivo. A implantação do novo Inter 2, com seus futuros ônibus elétricos, é o primeiro exemplo dessa mudança de Curitiba rumo à eletromobilidade.
“É urgente a necessidade de transição no modelo energético adotado atualmente. Para tanto, as ações do Plano enfatizam a emergência da descarbonização na mobilidade da cidade”, reforça o prefeito Rafael Greca.
A mobilidade ativa e o incentivo à redução do uso de veículos automotores de transporte individual também estão listadas e previstas. Assim como a adoção de energia renovável nos prédios públicos, pelo Curitiba Mais Energia, que vem implantando painéis solares em espaços municipais como o Palácio 29 de Março, a Galeria das Quatro Estações do Jardim Botânico e o Salão de Atos do Complexo Imap, no Parque Barigui.
Estão em andamento as obras da Pirâmide Solar do Caximba, no antigo aterro de lixo desativado; e a licitação para implantação de usinas fotovoltaicas nos terminais de ônibus do Pinheirinho, Boqueirão e Santa Cândida. O programa contempla, ainda, a CGH Nicolau Klüppel, que gera energia com a queda d’água do Parque Barigui.
Para a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias, a redução das emissões pede soluções imediatas. “Mas a experiência desenvolvida aqui permite afirmar que Curitiba está preparada para estabelecer metas ambiciosas para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, reforçando a identidade cidade inovadora e sustentável”, avalia.
Menos emissões, mais verde
Além das ações para redução dos gases, Curitiba continua com seus esforços e investimentos em infraestrutura verde. O Desafio 100 Mil Árvores - com o plantio desse número de mudas nativas ao ano na cidade; a proteção de áreas verdes públicas e particulares também auxiliam na contenção do aumento das temperaturas.
Sobre o PlanClima
O PlanClima é resultado dos esforços do Grupo de Trabalho GT Clima, que reúne 12 instituições, coordenadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Ippuc. O material recebeu contribuições relativas ao seu conteúdo em reuniões com entidades como o Conselho da Cidade de Curitiba (Concitiba) e o Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA). A minuta foi discutida também no Fórum Curitiba Sobre Mudanças Climáticas.
O processo de elaboração começou ainda em 2018, a partir da assinatura da Carta de Compromisso da Cidade de Curitiba com a Deadline 2020 – Meta 2020 da Rede C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima, da qual a capital paranaense faz parte.
O documento busca promover estratégias, articulação e integração de ações multissetoriais e transversais, almejando reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa e aumentar a capacidade de adaptação da cidade aos riscos climáticos.
Traz também um foco de atenção para os grupos mais vulneráveis aos riscos climáticos, visando a sua inclusão no planejamento, e propõe uma estrutura de governança que promova o envolvimento e a participação do poder público, dos setores produtivos e da sociedade.
O PlanClima traduz o empenho da cidade em consolidar uma política climática, para implementar ações transformadoras e inclusivas para entregar uma cidade neutra em emissões e resiliente ao clima até 2050, consistente com os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.