No dia em Daniel Castellano saiu com uma máquina fotográfica pela primeira vez, em maio de 2006, Curitiba o recebeu com chuva. “Dizem que a água é benção, então já comecei abençoado”, diz.
Ele era estagiário no jornal Gazeta do Povo e trabalhava escaneando negativos. “Sempre achei mágico como um equipamento fechado, selado, faz aparecer imagens tão ricas”, lembra. Quando já estava pensando em sair do jornal, recebeu o convite de fazer um teste como fotojornalista e deu certo.
Durante os onze anos da primeira chuva, Daniel agradeceo batismo inicial que o mostrou a cidade debaixo d’água. “O tema das fotos é ‘atemporal’. É relativo ao tempo, mas também ao temporal”, explica sobre a seleção que fez para o Olhar Curitiba.
São temas cotidianos, como a chuva, que mais gosta de retratar. É por isso que, além de fotojornalista, se considera fotógrafo documental. A diferença entre as duas formas de fotografia se torna simples nas palavras dele: “No dia, é fotojornalismo. Passou, é documental”.
Curitibano nascido e criado, o local que mais gosta de fotografar é o centro da cidade, pois é onde está o movimento das pessoas. Durante a infância, que passou no Fazendinha, relembra que o centro era a cidade em si.
“Quando a gente ia para o centro, minha mãe dizia: ‘vamos para a cidade’. Era longe. Hoje é diferente, tudo está junto.”
Com o crescimento da capital, Daniel avalia que vieram muitas coisas boas, mas também surgiram mazelas e coisas a melhorar. “Cada um tem que tentar fazer a sua parte para que a cidade melhore”, defende.
No que depender dele, vai continuar cumprindo seu papel de registrar o cotidiano dos curitibanos: “Estou sempre querendo tirar a foto que não fiz. É uma busca que não vai cessar nunca”.