Com o grande auditório do Teatro Guaíra lotado, foi aberta na noite desta quinta-feira (30/6) a 39ª Oficina de Música de Curitiba. O retorno do evento presencial, depois de passar em 2021 por uma edição virtual por causa da pandemia de covid-19, foi celebrado por artistas, pelo público e pelo prefeito Rafael Greca.
Pela primeira vez, a Oficina é realizada fora do verão. Começou com apresentações da Camerata Antiqua de Curitiba, Orquestra de Câmara de Curitiba, Orquestra à Base de Corda e o gaitista Renato Borghetti como atração especial.
“A ideia é lançar hoje a mais bonita e vibrante das Oficinas de Música que já fizemos, até porque esta tem a missão de esquentar o nosso inverno. Abrimos a Oficina com nossas orquestras e com esse ás da música brasileira”, disse o prefeito.
Pouco antes de entrar no palco, Renato Borghetti falou do prazer de participar do evento.
“Estamos todos sedentos para voltar aos palcos e Curitiba nos dá esse presente tão importante”, destacou Renato Borghetti. Ele conta que já tocou outras vezes com as orquestras curitibanas. “São todos amigos de longa data”, afirmou.
Musicofagia
A 39ª Oficina de Música de Curitiba homenageia o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e tem como mote a “Musicofagia”. O maestro Abel Rocha, diretor artístico de Música Erudita da Oficina e regente da Camerata, falou sobre a escolha do termo, explicando que ele remete a uma expressão criada por Mário de Andrade e apropriada pelos modernistas, a antropofagia. “O sentido é de beber das influências nacionais para regurgitar em forma de arte, é assimilar a cultura popular e transmutá-las”, comparou.
O repertório apresentado foi uma amostra dessa tendência. A Camerata executou uma obra de Mário Tavares, considerado um dos principais representantes da música no modernismo, e uma adaptação de três Bachianas de Villa-Lobos, que também foi um símbolo do movimento.
Depois, a Orquestra à Base de Corda, sob a regência de João Egashira, e a Orquestra de Câmara de Curitiba, na condução de Abel Rocha, tocaram com Renato Borghetti, numa síntese do erudito e popular.
“É uma emoção inenarrável voltar a esse palco num evento tão significativo para a música no Brasil. Aqui é onde a música fecha o ciclo – começa com o compositor, o intérprete, mas só se completa mesmo quando chega ao coração de vocês de maneira tão próxima e tão direta”, declarou Egashira, que é também o diretor de Música Popular Brasileira da Oficina.
Egashira informou que a programação artística, ao longo de 10 dias, conta com mais de 170 eventos. “É a cidade sendo invadida e respirando música”, disse.
Vibração
O público vibrou com os grandes sucessos de Borghettinho, como Milonga para as Missões e Fronteira. Muito simpático, o artista atendeu aos apelos da plateia pelo bis. Na saída, o concerto e a programação geral da Oficina foram elogiados pelo público.
“Foi um retorno maravilhoso e que ótima a ideia de juntar o popular e o erudito”, avaliou a aposentada Laureci Stormovski, que é moradora da cidade e acompanha a Oficina há vários anos.
“Eu estava na expectativa dessa volta. A Oficina de Música é excelente para a cidade e também muito abrangente, pois dá oportunidade para todo mundo participar, tendo dinheiro ou não, já que tem muita programação grátis”, destacou Laureci.
“Maravilhosa” foi também a expressão utilizada pela professora de arte Luciane Nasser Dutra para descrever a abertura da Oficina. “Quem não veio perdeu um concerto fantástico”, comentou ao lado da tia, Regina Mansur Nasser, também de Curitiba.
Gaúcho residente na cidade há mais de 30 anos, o cabelereiro Ênio Oliveira foi ao concerto atraído pela música de Borghettinho. “Conheci Renato Borghetti numa apresentação na cidade de Gravataí quando ele tinha 15 anos, e já naquela época ele era muito bom”, contou Ênio. Mas o cabelereiro garante que também foi ao concerto motivado pela possibilidade de reviver a emoção de grandes shows. “Fazia tempo que eu não escutava tantas palmas e via um público emocionado. Gratidão por esse momento”, declarou.
Participaram da abertura da 39ª Oficina de Música o vice-prefeito Eduardo Pimentel, a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, o presidente do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Marino Galvão Júnior; a secretária de Educação, Maria Silvia Bacíla e o diretor- geral da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Diego Nogueira.
Veja o vídeo da abertura da Oficina de Música
Parcerias
A 39ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização da Prefeitura, Fundação Cultural de Curitiba e do Instituto Curitiba de Arte e Cultura (Icac), Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo Pátria Amada Brasil, com apoio da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, do Banco Nacional de Desenvolvimento de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Sistema Fiep/Sesi e patrocínio da Volvo do Brasil.
Também apoiam o evento: Centro Cultural Teatro Guaíra, Comunidade Evangélica Luterana Igreja de Cristo, Família Farinha, Escola de Música e Belas Artes do Paraná – Campus Curitiba I da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Teatro Regina Casillo, Lamusa-UFPR e Rádio 97,1 FM Educativa.
Inverno Curitiba
O Inverno Curitiba 2022 é uma iniciativa da Prefeitura para promover o destino e reúne atividades culturais, gastronômicas, de economias criativas, esporte e lazer, de sustentabilidade e inovação dos setores público e privado. A programação começa no dia 15 de junho, vai até 31 de julho e pode ser conferida no portal Inverno Curitiba.