Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Avanço

Nutrição especial ganha guia de atendimento

Secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas, lança o guia do Programa de Atenção Nutricional às Pessoas com Necessidades Especiais de Alimentação (PAN). Curitiba, 08/04/2011 Foto: Valdecir Galor/SMCS

Os profissionais da rede de saúde que acompanham pacientes com necessidades especiais de alimentação já podem orientar seu trabalho por meio de um guia específico: o protocolo interno do Programa de Atenção Nutricional às Pessoas com Necessidades Especiais de Alimentação (PAN).

Desde agosto de 2006, o guia  ajuda pacientes com doenças que comprometem o funcionamento normal do trato gastrointestinal, crianças com alergia ou intolerância alimentar e pacientes com desnutrição secundária. Em Curitiba, o guia foi lançado nesta sexta-feira, 8, pela secretária da Saúde, Eliane Chomatas, e representantes das entidades participantes da elaboração do documento.
 
Suporte domiciliar - Segundo Eliane, a adoção das diretrizes é um avanço para o setor. “Curitiba já havia inovado ao implantar um programa inteiramente mantido com recursos municipais e agora dá um passo adiante ao organizar o atendimento em toda a rede municipal de saúde”, disse.

Além de oferecer consultas básicas, especializadas e exames aos pacientes de todas as idades que não podem se alimentar normalmente, o programa prevê o suporte domiciliar a familiares e cuidadores profissionais no preparo das dietas pastosas artesanais e, em casos especiais, fornecimento de dietas industrializadas.

Beneficiários - Desde sua implantação, o PAN atendeu 3.386 pacientes. As crianças são o público mais frequente da ação, demandando 42,1% dos atendimentos. A seguir vêm os idosos (27,7%), adultos (19%) e adolescentes (11,2%). O bebê Clara Maria Elias Serra, que completa 1 ano em abril, faz parte desse público desde junho.

Cuidada pela avó, Cleide do Rocio Elias, Clara começou a ser aleitada com leite de vaca desidratado e logo manifestou alergia à proteína do produto. Dermatites e diarréia com sangue compunham os sintomas, que asustaram a avó. Levada ao médico da Unidade de Saúde Umbará II, no Tatuquara, a menina foi inscrita no programa e começou a receber leite especial industrializado.

Em casa - O primeiro produto prescrito, caso fosse comprado por encomenda nas farmácias comerciais, custaria R$ 148,00 cada lata. Em seu primeiro mês como beneficiária da iniciativa, Clara consumiu sete latas. Agora que está mais velha e diversificando a dieta, a menina usa outro tipo de leite que, para consumo particular, custa R$ 42,00 cada lata.

Pela unidade de saúde, tudo é custeado pela Prefeitura - incluindo as consultas especializadas em gastroenterologia com o pediatra Aristides Schier da Cruz, na Unidade Mãe Curitibana, e o acompanhamento ambulatorial e domiciliar feito pela nutricionista Camila Malinoski Simas, na Unidade Umbará e em casa.

O tipo de intolerância alimentar manifestado por Clara Maria é a segunda causa de ingresso no Pan, responsável por 18,6% dos casos. As doenças do Sistema Nervoso Central, com destaque para as paralisias cerebrais e as demências, vêm em primeiro lugar, com 27,2% dos pacientes inscritos. A seguir estão as doenças do aparelho circulatório (15,7%), câncer (12,1%) e doença renal (3,1%), entre outras morbidades.

Participaram da solenidade de lançamento do protocolo as coordenadoras municipal e estadual das áreas de alimentação e nutrição, Anela Lucas de Oliveira e Adriane Leandro; a presidente do Conselho de Nutricionistas da 8ª Região, Lili Purim Niehues; a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem no Paraná, Carmem Moura Santos; a presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, Edilcéia do Amaral Ravazzani; o secretário especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba, Irajá Vaz; e os representantes da Sociedade Paranaense de Pediatria, Claudete Closs, e da Secretaria Municipal do Abastecimento, Hélio Ventura.