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Segurança alimentar

Novos Jardins de Mel ajudam a melhorar produção nas hortas urbanas de Curitiba

A equipe técnica do Departamento de Agricultura Urbana da Prefeitura com o autônomo Ezequias Moreira Lima, um dos líderes da Horta Urbana do Cajuru. Curitiba, 27/09/2021. Foto: Hully Paiva/SMCS

 

Curitiba mais que dobrou já no começo desta semana o número de hortas urbanas com o projeto Jardins de Mel, que desde 2017 está espalhando caixas de colmeias por vários pontos da capital, como hortas, parques, praças, Zoológico e Fazenda Urbana. Agora, são ao todo 20  áreas de plantio com as charmosas "casinhas". Até a semana passada eram nove espaços de cultivo de alimentos com as colmeias e, nesta segunda-feira (27/9), mais 11 locais receberam as caixas com abelhas sem ferrão. 

A ampliação do projeto Jardins de Mel é um parceria das secretarias municipais de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e Meio Ambiente (SMMA). Até o fim do ano, mais dez espaços de cultivo e o Mercado Municipal irão receber as colmeias. 

As novas casinhas foram instaladas, nesta segunda-feira (27/9), nas hortas urbanas UAI Bairro Novo (Sítio Cercado), Visitação (Boqueirão), Cajuru (Cajuru), Marumbi (Uberaba), Monteiro Lobato (Tatuquara), Moradias Paraná I (Tatuquara), Moradias Paraná III - 1ª etapa (Tatuquara), Moradiras Paraná III - 2ª etapa (Tatuquara), Moradias Paraná IV (Tatuquara), CMEI Nelson Buffara (Santa Felicidade) e UEI Pró-Morar Barigui (CIC). 

As caixas já estavam na Fazenda Urbana (Cajuru) e nas hortas Zoológico (Alto Boqueiro), Casa do Acantonamento (Alto Boqueirão), Associação Amigos do Fazendinha (Fazendinha), Associação Moradias Serra do Mar/Vivência (Cajuru), Rio Bonito (Tatuquara), Santa Rita IV (Tatuquara), Vila Rigoni (Fazendinha) e Cras Vila Sandra (CIC).

Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, destaca que o  objetivo do Jardins de Mel é tornar a população mais consciente sobre a importância das abelhas para o equilíbrio da biodiversidade do planeta. Mas, no caso das hortas, esses insetos também ajudam, por meio da polinização, a aumentar a qualidade e a produção das hortaliças plantadas pelos agricultores urbanos.

“Os insetos polinizadores e, em especial, as abelhas são de vital importância para a agricultura e os ecossistemas. Sem elas, não se poderia manter a vida vegetal na terra, já que para a reprodução das plantas é necessária a propagação do pólen”, justifica Gusi.

Além disso, mesmo para as culturas que se polinizam de forma autônoma, as abelhas são benéficas porque aumentam a produtividade e a qualidade.

Espécies 

Nas hortas urbanas de Curitiba, três espécies de abelhas nativas sem ferrão – Jataí, Mirim e Mandaçaia – estão sendo criadas nos chamados “meliponários” (espaços com colmeias). As casinhas são instaladas estrategicamente junto a muros e entre árvores e arbustos, que as protejam de variações climáticas.

“Tudo é pensado para manter a integridade das caixas e para que a colmeia fique livre do frio do vento ou do calor do sol, que obrigariam as abelhas a gastarem mais energia para manter a temperatura interna da caixinha. Essa energia, na realidade, elas precisam usar para se locomoverem até a fonte de alimento: as plantas que forneçam pólen e néctar durante a maior parte do ano”, explica Felipe Thiago de Jesus, diretor do Departamento de Estratégias de Segurança Alimentar e Nutricional da SMSAN e idealizador do projeto Jardins de Mel.

Capacitação

Nas últimas semanas, agricultores urbanos das hortas com as novas caixas de colmeias receberam capacitações, na Fazenda Urbana e no Museu História Natural, ministradas pela equipe técnica do Departamento de Agricultura Urbana da SMSAN. “Além de terem um papel fundamental como multiplicadores da prática e da importância a perpetuação das espécies, alguns agricultores das hortas ficarão responsáveis por fazer o manejo (manutenção) das caixas de abelhas, verificando se estão bem vedadas; e se não há invasão de formigas, forideos, aranhas ou outros inimigos naturais, que poderiam prejudicar as colmeias”, salienta Jesus.

Os produtores ainda vão aprender a como fazer a retirada dos subprodutos como própolis, pólen e mel produzido pelos insetos.

Um dos líderes da Horta Urbana do Cajuru, o autônomo Ezequias Moreira Lima, 52 anos, participou do curso de capacitação para manejo das colmeias e está muito entusiasmado com os benefícios da iniciativa da Prefeitura. "Não vejo a hora de ver essas abelhas circulando livremente entre pés de alface, couve, brócolis e manjericão", afirma ele.

Mais conhecido como "baiano", Lima garante que participar da capacitação foi um duplo prazer. “Além de ajudar a cuidar das abelhas, eu também estou me sentindo voltando no tempo, quando morava no interior e ajudava no plantio no sítio. Lá, a gente tinha contato com essas abelhas e a gente sabia da importância delas para a lavoura”, recorda ele.

Lima acredita ainda que a chegada do projeto Jardins de Mel na Horta do Cajuru deve atrair mais crianças e adultos ao espaço de cultivo, que hoje conta com 24 produtores. "Vamos divulgar no bairro que agora temos a colmeia e convidar todos a vir vê-la", antecipa. 

Programa

Hoje, a Prefeitura dá apoio, através do Programa de Agricultura Urbana da SMSAN, a 106 hortas urbanas que ocupam 157,5 mil metros quadrados, entre espaços comunitários, em escolas e institucionais (em casas de idosos e de apoio a dependentes, por exemplo). São 5,7 mil produtores participando diretamente do plantio e 17,9 mil pessoas sendo beneficiadas com os alimentos.

Só nos últimos quatro anos foram inauguradas hortas em bairros como CIC, Pinheirinho, Alto Boqueirão, Rebouças, Cajuru, Santa Felicidade, Sítio Cercado, Uberaba, Guaíra, Caximba e Tatuquara.

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