Nesta sexta-feira (7/3), moradores do entorno da Avenida Arthur Bernardes conheceram as soluções dos ajustes do projeto do Novo Inter 2 para a região. As alterações foram elaboradas pelas equipes técnicas da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), para reduzir o impacto ambiental pelo corte de árvores na região.
Para chegar ao melhor resultado, os técnicos retomaram estudos de correção geométrica das vias, métodos construtivos, fluxo de trânsito e topografia, considerando também a vida útil de mais de 20 anos em uma obra com essa dimensão. “Nossos técnicos da Prefeitura conversaram muito com vereadores e a comunidade e fizemos ajustes no projeto. Para isso, mudamos o método construtivo e desenhamos um novo traçado para preservar um maior número de árvores. Muitas, inclusive, serão transplantadas. O verde estará presente. Melhoramos também a permeabilidade, com jardins de infiltração”, explica o prefeito Eduardo Pimentel.
A presidente do Ippuc, Ana Zornig Jayme, explica que, durante todo o processo, a equipe trabalhou seguindo dois direcionamentos do prefeito. “Manter a eficiência da mobilidade urbana sustentável, especialmente para o fluxo do transporte coletivo, por ser o objetivo original do investimento, e garantir os benefícios ambientais do projeto”, afirma.
Solução mais adequada
Ao longo dos últimos dois meses, reuniões intersetoriais, visitas a campo e novos levantamentos embasaram as decisões e análises que desenharam a solução mais adequada, considerando fatores limitantes, como ajustes em um projeto licitado e em execução, tetos de aditivos contratuais, impacto na eficiência da operação do sistema de transporte coletivo e no cronograma da obra.
Dois consórcios, formados pelas empresas TCE Engenharia, Compasa e Viaplan, são executores das obras que seguem em andamento em outros pontos do lote. Foram feitas simulações de tráfego para entender como o trânsito altera a operação do transporte coletivo, especialmente na quadra entre a Avenida Iguaçu e a Rótula dos Anjos. Neste trecho está o maior ajuste feito no projeto, com a manutenção de quatro faixas de rolamento, sendo uma exclusiva para o ônibus.
Para evitar cortes de árvores de grande porte e manter a permeabilidade do solo, as vias serão deslocadas para a margem direita da pista, com previsão de atingimento de imóveis e desapropriações. Dessa forma, o ônibus terá uma faixa exclusiva pela direita, podendo passar pela rótula sem ficar preso no congestionamento.
“Meu compromisso é garantir que quem anda de ônibus gaste menos tempo, melhorando assim a qualidade de vida de quem usa o transporte coletivo e, com todas essas novas soluções, também da população do entorno da construção. Dá para fazer tudo de forma inteligente e sustentável”, ressalta o prefeito.
Nova estação
Ainda na área de mobilidade, foram feitas análise de alteração da instalação da nova estação de integração do Santa Quitéria.
Uma hipótese estudada foi a troca da estação-tubo pelo modelo prisma solar no ponto atual, mas essa alternativa foi descartada por não permitir integração de todas as linhas troncais e alimentadoras e ainda colocar usuários em risco durante a operação, por não ter espaço para embarque e desembarque sem a travessia das pistas.
Para essa questão, a solução foi manter a estação no ponto original do projeto, com alterações arquitetônicas que reduziram a área de impermeabilidade, ainda que sejam necessários os transplantes de mudas de árvores já plantadas no local.
Parque linear
Outra solução para ampliar os benefícios ambientais foi o novo desenho orgânico das pistas de caminhada e vias cicláveis compartilhadas no interior do Eixo de Animação, que passará a ser categorizado como Parque Linear. Em vez de novos equipamentos de lazer e esporte, será instalado paisagismo com soluções baseadas na natureza, usando jardins de chuva que ampliam a permeabilidade do solo e favorecem a biodiversidade local.
“O Eixo de Animação será transformado em parque linear e a região vai ganhar um novo atrativo, que é o parque temático João Pé de Feijão”, explica Marilza Dias, titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A infraestrutura atual será mantida e revitalizada.
Como resultado final, os ajustes feitos no projeto mantiveram os ganhos de mobilidade urbana sustentável, com integração total das novas linhas na estação Santa Quitéria e a faixa exclusiva para o transporte coletivo.
A correção geométrica e a mudança de técnica construtiva permitiram ainda que menos árvores sejam impactadas com cortes. “Teremos um ganho relevante também na compensação da taxa de impermeabilização, que foi reduzida pela metade com o novo traçado, e será compensada em dobro, pelo paisagismo específico para ampliar a infiltração da água”, explica Ana Jayme.