A Secretaria Municipal do Meio Ambiente apresentou nesta sexta-feira (2) o mapa atualizado de maciços florestais de Curitiba. As áreas de cobertura vegetal da cidade saltaram nos últimos dez anos de 18% para 26%. A proporção por habitante, que era de 51,5 metros quadrados em 2000, subiu para 64,5 metros quadrados por pessoa.
A apuração precisa dos dados, com o uso de tecnologia de ponta, permitiu o aumento dos índices de cobertura vegetal. As imagens do levantamento foram geradas por satélite, com resolução espacial, e não mais por fotografias aéreas.
“Este resultado não apenas consolida uma política que privilegia áreas verdes como mostra o aprimoramento dos instrumentos de avaliação que foram utilizados na pesquisa”, explica a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias.
A manutenção dos índices de Curitiba se explica por vários fatores. Basta ver o número de parques e bosques na cidade nos últimos anos. Em 1988 eram cinco parques e cinco bosques. Hoje são 21 parques, 15 bosques, 451 praças e 444 jardinetes, entre outras áreas.
O engenheiro cartógrafo Luis Alberto Miguez, assessor da secretaria e responsável pelo levantamento, informou que no lugar das antigas fotografias aéreas, as imagens foram geradas agora pelo satélite GeoEye, com resolução espacial de 50 centímetros. “Ela nos permite diferenciar com clareza as áreas de grama dos maciços arbóreos, por exemplo”, disse.
Miguez explicou que não há um padrão nacional de medição das áreas verdes, o que varia de uma cidade para a outra. “Em Curitiba, o critério é medir apenas os maciços florestais acima de 100 metros quadrados, o que aponta a localização dos aglomerados de árvores existentes. Gramados e superfícies de lagos não são levados em conta para o cálculo".
A engenheira florestal especialista em Geoprocessamento Christel Lingnau, da Universidade Federal do Paraná, assistiu a apresentação e ficou impressionada com os resultados. “Estou surpresa com o alto nível de detalhamento e com a tecnologia de ponta utilizada pela prefeitura neste mapeamento”.
A diretora de Geociências do Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), Gislene Lessa, também elogiou a pesquisa. “É muito interessante saber que a cidade usa tecnologia tão avançada para captar as imagens”, disse.
Histórico - O primeiro levantamento global sobre o assunto foi feito em 1987 pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef). Naquela época os maciços ambientais representavam 15,06% do território de Curitiba.
Em 1992, quando foi criado o serviço de geoprocessamento da Secretaria do Meio Ambiente, foi realizado o segundo, e em 2000, o último. Em 1992, o índice de áreas verdes representou 13,56% da área total do município. Em 2000, o número registrado foi de 17,9% de cobertura florestal.